Todas as informações sobre os produtos brasileiros na Arca do Gosto, do Slow Food, sobre os quais falei ontem na minha aula na escola Betty Kovesi, você pode encontrar aqui. Inclusive sobre o pinhão da Serra Catarinense - que antes ocupava grande parte da serra e hoje está acuado pelo avanço do cultivo do pinheiro canadense.
Levei algumas coisas para degustar depois da apresentação, entre elas geleia de umbu, marmelada de Santa Luzia e geleia de cagaita. De última hora, resolvi fazer um pão de pinhão para servir de base. Como muita gente gostou, deixo aqui a receita:
Pão de pinhão ou melhor, pão com pinhão
1 envelope de fermento biológico desidratado
1 xícara de água
3 colheres (sopa) de açúcar
Cerca de 1 quilo de farinha de trigo
1 e 1/2 xícara de leite
1 colher (sopa) de sal
1 ovo
2 xícaras de pinhão cozido e finamente triturado no processador ou moído na máquina de carne
100 g de manteiga sem sal em ponto de pomada
Numa bacia, dissolva o fermento na água. Junte o açúcar e um pouco da farinha. Mexa bem e quando achar que o fermento está bem dissolvido junte o leite, o sal, o ovo e o restante da farinha, aos poucos, até ficar uma massa mais firme que possa ser trabalhada com as mãos. Sove bem a massa até ficar bem homogênea. Junte o pinhão e a manteiga e sove mais até misturar tudo. Se for preciso, junte mais farinha. Cubra a massa com plástico e deixe em repouso até dobrar de volume. Divida a massa em quatro, abra em retângulo comprido, usando um rolo ou cilindro, e enrole como rocambole. Coloque em assadeira untada e enfarinhada. Cubra com pano e deixe crescer novamente até voltar ao crescer (retomar o volume perdido com o manuseio). Polvilhe farinha de trigo e leve ao forno pré-aquecido em temperatura alta (cerca de 280 ºC). Deixe assar 10 minutos. Abaixo a temperatura para 180 ºC e deixe assar por mais 50 minutos.
Rende: 4 pães
Nota: pela minha experiência, diria que a massa suporta mais pinhão, sem nenhuma outra alteração.
Servi ainda outras comidinhas, por enquanto sem foto (se alguém tirou e me mandar, incluo aqui)
Berbigão com leite de babaçu
Refoguei 2 dentes de alho finamente picado em 2 colheres (sopa) de óleo de babaçu. Juntei uma cebola picada e deixei murchar. Em seguida, coloquei 2 tomates sem pele picados, 1 pimenta dedo-de-moça quase sem sementes, picada, meio pimentão verde e meio vermelho picado. Acrescentei 1 colher (chá) de colorau, 1,5 colher (chá) de sal e umas 10 folhas de alfavaca e cobri com 1 xícara de água quente. Deixe ferver até o líquido reduzir um pouco e os pimentões ficarem macios. Juntei, então, 1 quilo de berbigão de Santa Catarina (limpo, pré-cozido, congelado). Quando o refogado ferveu, experimentei, corrigi o sal, juntei um pouco de suco de limão e, em seguida, coloquei 1 xícara de leite de coco babaçu (bati 1 xícara de coquinhos no liquidificador com 2 xícaras de água quente e espremi num pano). Depois que voltou a ferver, desliguei o fogo e juntei 1/2 xícara de salsinha picada (mas pode ser coentro).
Arroz vermelho com castanha de baru
Cozinhei do mesmo jeito do arroz comum 1 xícara de arroz vermelho (do tipo parcialmente beneficiado) em 2 xícaras de água fervente, depois de ter refogado em óleo, cebola, alho e sal. À parte, aqueci manteiga com castanhas de baru picadas (não precisa deixar dourar, pois já são torradas). Juntei umas folhinhas de alfavaca e quadradinhos de pimenta. Uma parte, misturei com o arroz e o restante, joguei por cima dele.
Sorvete de mangaba
Bati no liquidificador 400 ml de polpa de mangaba congelada com 100 ml de creme de leite fresco e 1/4 de xícara de açúcar. Coloquei na sorveteira e deixei até ficar firme. Mas, se quiser, pode congelar numa forma e cortar em quadradinhos.
O bolo de licuri é este (sem o jenipapo). E o merengue de cambuci está aqui.
8 comentários:
Estou vendo que o pão ficou bem aerado. O pinhão geralmente deixa mais pesado, mas a proporção foi pequena em ralação à farinha. Você chegou a fazer alguma vez com mais pinhão?
Como sou da terrra do pinhão, fico com vontade de experimentar. Começo a ver os ouriços nas araucárias, logo teremos a safra.
Bjs.
Eu comi, eu comi, eu comi!!!!rs
Estava divino, um sonho! Vou fazer com certeza,já entrei no blog pra pedir a receita do pão e me deparei com esta saborosa surpresa.
Aliás, a aula foi deliciosa.Você conseguiu trazer um pouco das florestas e rios do Brasil para a rua Cristiano Viana!
Deu pra viajar junto...
Um beijo e obrigada!!
Giovana
Arrasou Neidoca!
Eu comprei pinhão na feira e estava pensando exatamente se ficaria bom um pão de pinhão. Por isso amo tanto esse blog.
Bjs
Neide,
Que delícia!! Vou fazer no final de semana... tenho pinhões cozidos congelados apenas aguardando uma boa receita ...
grata por partilhar,
marlene
Tudo com pinhão é bom!
Aliás,ele puro,cozido em água e sal, já é uma delicia!
Esse pão com certeza ficou maravilhoso!
Ingrid
Nossa, que delícia! Amo pinhão e nunca comi pão com pinhão. Vou levar sua receita que deve ser maravilhosa!
Bjinhos
Gina, fiz a receita de improviso, primeira vez. Fiquei com medo de colocar muito e a massa ficar grudenta. Mas acho que pode colocar até o dobro. Em todo caso, vou testar aqui na próxima fornada e te falo.
Giovana! Que bom que você estava lá. Obrigada!
Dricka, pode botar mais pinhão, se quiser.
Marlene, acho bom dar uma aquecida no pinhão que estava congelado, só pra ele triturar mais fácil.
Ingrid, realmente pinhão é bom de qualquer jeito.
Figos, boa sorte!
Um abraço,
N
Poxa Neide...
Este seu pao de pinhao me deixou com agua na boca!
E vou pegar a receita, apesar de aqui nao ter, para um futuro proximo.
Bjs!
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