Por enquanto, só pra não sumir da cabeça o que venho pesquisando desde ontem, vou falar da minha nova descoberta aqui na cidade. Acho que minhas vindas pra cá nunca coincidiu com a safra das vagens vermelhas da árvore espinhuda que é usada na arborização urbana de Uauá.
Pois ontem fiquei maravilhada ao ver a árvore frutificada. Vagens avermelhadas, gordinhas, acinturadas, retorcidas. Perguntei pra um, perguntei pra outro e nada. Até que alguém disse: ah, não tem nome não, a gente conhece como espinhuda.
Já era uma pista. Leguminosa, estava na cara, mais este nome genérico de espinhuda. Espinhuda mais semiárido mais exótica e dá-lhe google imagens. Não foi difícil chegar ao nome científico. Agora nome científico mais edible e dá-lhe google acadêmico. E com outros nomes, mais informações em português e espanhol.
A falta de intimidade por aqui com a planta é porque é exótica, nativa da América Central e hoje espalhada em várias partes do mundo incluindo o Semiárido, pois é planta resistente, suporta sol e sombra, solo arenoso, seca e umidade. Na arborização urbana em cidades nordestinas é comum encontrar apenas árvores exóticas - flamboyan, chapeu-de-sol, alfarrobas, nins. Que colocam em risco a biodiversidade nativa.
Se bem que flora nativa e espécies de fora estão todas ameaçadas mesmo é pelo trator - basta olhar do avião as margens do São Francisco com monocultura de mamão, laranja, manga, coco e uva. A Caatinga só aparece ali em pequenas manchas.
Mas já que a árvore está por aqui, vamos comer seus frutos. Sim, os arilos das sementes são comestíveis, ricos em fibras, proteínas, carboidratos e vitamina C, conforme concluiu este trabalho da Universidad Autonoma Metropolitana - Xochimilco, México.
No estilo lembra um pouco o tamarindo, afinal são ambas leguminosas (agora, fabáceas), mas a vantagem do guamuchil é que o arilo não é grudento e as sementes estão sempre prontas para pularem fora, então não há dificuldade em separar a polpa. Quando mais imatura a polpa é branca e conserva ainda uma ligeira adstringência. Mas fica muito vermelha à medida que amadure. E bem docinha.
Já estou pensando em muitos usos para estes arilos como se fossem passas ou frutas vermelhas secas.
Os nomes por aí são vários. Por aqui, mata-fome. Mas como este nome é muito genérico, prefiro usar "guamuchil" que não causa confusão. É o nome usado no México. Outros nomes usados mundo afora incluem: manila tamarind, blackbead, guayamochil, Madras thorn, camachile, sweet inga; guamúchil, chiminango, payandé, espina de Madras; huamúchil, cuamúchil; yacure; pois sucré, tamarin de Manille, tamarin d'Inde; cuamochitl; kamatsile, kamatsili; opiuma e outros nomes asiáticos impronunciáveis.
As folhas são ótimos alimentos forrageiros, a madeira é dura e boa pra construção e das sementes pode-se extrair óleo comestível. Por enquanto é isto.
Os nomes por aí são vários. Por aqui, mata-fome. Mas como este nome é muito genérico, prefiro usar "guamuchil" que não causa confusão. É o nome usado no México. Outros nomes usados mundo afora incluem: manila tamarind, blackbead, guayamochil, Madras thorn, camachile, sweet inga; guamúchil, chiminango, payandé, espina de Madras; huamúchil, cuamúchil; yacure; pois sucré, tamarin de Manille, tamarin d'Inde; cuamochitl; kamatsile, kamatsili; opiuma e outros nomes asiáticos impronunciáveis.
As folhas são ótimos alimentos forrageiros, a madeira é dura e boa pra construção e das sementes pode-se extrair óleo comestível. Por enquanto é isto.