Os caroços com polpa grudada podem ser batidos no liquidificador com água. Depois é só coar e adoçar a gosto. Os pedaços de polpa vão entrar em bolos, caldinhas e coisas do tipo.
Aproveitando o embalo das frutas amazônicas, deixo aqui a dica das acerolas. E congeladas. Várias safras ao ano, mas amadurecem todas de uma só vez. Haja suco e comilança debaixo do pé (até começar a tal erosão ácida dos dentes). Ultimamente tenho trazido muitas delas sempre que minha ida ao sítio coincide com a maturidade das bolinhas. Lavo bem, seco e espalho num tabuleiro. Levo ao freezer e deixo congelar por mais ou menos 3 horas ou até virarem pedrinhas duras. Aí é só embalar e retirar quantas quiser na hora de usar (para sucos, muffins, bolos, caldas, sorvetes ou clafoutis).
É tão comum e adaptada por aqui que parece nativa, antiga. Mas é originária das Antilhas e seu cultivo é recente. A acerola (Malpighia glabra L) ou cereja das antilhas, seu outro nome já que tem um jeitão da cereja européia, é, de verdade, parente da nossa pitanga, do camu-camu, de origem amazônica, e de várias outras frutas de origem brasileira da família das Mirtáceas. Nas Antilhas é apelidada de milagre vegetal dada a quantidade exacerbada de vitamina C. Para se ter uma idéia, cada 100 gramas da fruta fornece de 1.000 até 5.000 miligramas da vitamina ante 50 miligramas em 100 gramas de suco de laranja. Isto representa cerca de 20 a 100 vezes mais. Ou seja, uma única fruta de 10 gramas é suficiente para suprir as necessidades diárias de uma criança ou adulto.
A superioridade vitamínica sobre todos os frutos fez com que fosse considerada nas Antilhas como verdadeiro segredo de Estado, sendo proibida sua saída dos países onde era cultivada. Porém, a tentação gerada pela proibição induziu uma brasileira a trazer consigo 245 sementes do fruto proibido dentro da bolsa (eu também faço dessas...). As sementes geraram frutos na Universidade Federal Rural de Pernambuco, em 1955, que passou a estudá-la e, a partir de 1984, a enviar aos agricultores interessados na produção não só as informações sobre seu cultivo, mas também sementes, o que favoreceu sua proliferação, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, mas também nas demais regiões do Brasil, já que é uma planta rústica que se adapta bem em quase todos os solos e climas do país. Em Fartura vão bem, obrigada.
Hoje a gente vê pé delas em muitos quintais Brasil afora. Virou frutinha nossa, farta, popular, barata. Ainda assim, grande parte da produção é exportada para o Japão, onde é ingrediente obrigatório de balas, refrigerantes, gomas de mascar etc. Como é uma planta rústica, pode ser cultivada organicamente sem dificuldades. Passam a produzir a partir do segundo ano de plantio e tem alta produtividade, durante pelo menos 50 anos. E em cada safra, umas três por ano, cada pé pode render de 20 a 50 quilos. É só achar um pé carregadinho e aproveitar tudo.
Dicas sobre a fruta congelada
- Se quiser, compre as frutas congeladas no supermercado, mas costumam chegar amassadas. Se não tiver acesso a um pé carregadinho, prefira comprar os frutos frescos e congelar.
- O congelamento leva a perdas de vitamina C, mas não se preocupe porque seu teor é tão grande, que a quantidade perdida não fará muita falta.
- Para fazer suco, é só tirar algumas congeladas e colocar direto no liquidificador. Vão bem com kefir ou iogurte e fazem deliciosos frozen.
- Para colocar em bolos ou similiares, é só tirar do freezer a quantidade que quer usar, esperar uns minutinhos e já dá para tirar a polpa rodeando as sementes – aliás prefiro fazer isto com as polpas semi-congeladas, pois a frutinha se desmancha toda quando está fresca.
- No calor, é uma delícia enfiar na boca uma acerola congelada e ir chupando até que consiga mordê-la como a um sorvetinho. Ela não fica tão dura devido à boa quantidade de açúcar natural. Quanto mais docinha, mais macia ficará a fruta congelada.
- Para fazer suco, é só tirar algumas congeladas e colocar direto no liquidificador. Vão bem com kefir ou iogurte e fazem deliciosos frozen.
- Para colocar em bolos ou similiares, é só tirar do freezer a quantidade que quer usar, esperar uns minutinhos e já dá para tirar a polpa rodeando as sementes – aliás prefiro fazer isto com as polpas semi-congeladas, pois a frutinha se desmancha toda quando está fresca.
- No calor, é uma delícia enfiar na boca uma acerola congelada e ir chupando até que consiga mordê-la como a um sorvetinho. Ela não fica tão dura devido à boa quantidade de açúcar natural. Quanto mais docinha, mais macia ficará a fruta congelada.
Clafoutis de acerola
Para fazer este tipo de pudinzinho de sabor neutro, usei uma massa básica, retirada do livro The Fabulous Frut cookbook, de Moya Clarke. Mas, se preferir uma sobremesa mais doce, coloque a frutinha no meio de massa de panqueca, bolo ou muffin.
Como fiz: coloquei numa tigela 100 g de farinha de trigo branca e uma pitada de sal, juntei 2 ovos e um pouco da quantidade total de leite a ser usado que é de 300 ml, suficiente para formar uma massa cremosa. Mexi com batedor de arame e fui juntando o resto do leite, batendo sempre. Deixei descansar uns 15 minutos. Preaqueci o forno a a180 °C (350 ºF). Untei com manteiga 8 forminhas quadradas (use uma maior, como é o jeito clássico), coloquei a massa e, por cima, espalhei cerca de 200 gramas de pedaços de acerola. Polvilhei com 2 colheres (sopa) de açúcar e levei para assar por cerca de 1 hora (ou até a massa ficar firme e dourada).
Para fazer este tipo de pudinzinho de sabor neutro, usei uma massa básica, retirada do livro The Fabulous Frut cookbook, de Moya Clarke. Mas, se preferir uma sobremesa mais doce, coloque a frutinha no meio de massa de panqueca, bolo ou muffin.
Como fiz: coloquei numa tigela 100 g de farinha de trigo branca e uma pitada de sal, juntei 2 ovos e um pouco da quantidade total de leite a ser usado que é de 300 ml, suficiente para formar uma massa cremosa. Mexi com batedor de arame e fui juntando o resto do leite, batendo sempre. Deixei descansar uns 15 minutos. Preaqueci o forno a a180 °C (350 ºF). Untei com manteiga 8 forminhas quadradas (use uma maior, como é o jeito clássico), coloquei a massa e, por cima, espalhei cerca de 200 gramas de pedaços de acerola. Polvilhei com 2 colheres (sopa) de açúcar e levei para assar por cerca de 1 hora (ou até a massa ficar firme e dourada).
Polvilhe um pouco de açúcar de confeiteiro, se quiser (eu não polvilhei). E sirva quente ou morno com creme.
Os mirtilos aparecem aqui porque usei as duas frutas num sorvete
Usei uma colherada de nata densa gaúcha, da Marca Piá (piá, no Sul, é menino). Poderia comer o dobro disto, ainda que 1 colherinha de chá baste, mas é maravilhosa, sabor de nata de verdade, puro creme. Comprei no supermercado da rede gaúcha Zaffari, que abriu no novo Shopping Bourbon, e vende os produtos tradicionais e itens do Sul, desconhecidos por aqui. Não estou ganhando nada pra falar isto, que fique claro. Aliás, vou pra Porto Alegre e tchau. Volto na segunda.