Ontem deu certo de colher jabuticaba na casa da Chus, leitora e vizinha de bairro que se apresentou e me ofereceu gentilmente parte de sua produção. Não me fiz de rogada e de manhã passei lá com o Marcos. Além do desejo de pretinhas, é sempre um prazer poder conhecer quem nos acompanha de longe estando ao mesmo tempo tão perto. A verdade é que quem colheu foi o Sérgio, mas ficamos dando apoio. O charmoso e pequeno quintal é tomado pela árvore que já habitou outros terrenos. Antes, a casa era de um pedreiro que há cerca de 40 anos transplantou ali a jabuticabeira de sabe-se quantos anos de idade, e que seria sacrificada para dar lugar a um prédio nas imediações da Faria Lima (acho que é mais ou menos isto). E ali ficou. A proprietária que veio depois dele chegou a cogitar dar um fim na fruteira para abrir espaço para manobra dele, sempre ele, o carro. Sorte que em seguida chegaram Chus e Sérgio que protegem mais a jabuticabeira que a própria casa. Ela diz que tem sido assediada por construtoras de prédios, mas só sai dali se oferecerem o dobro do que vale a casa e mais uma boa quantia só para poder transportar a árvore, com todos os recursos e técnicas necessários para não machucá-la, para replantá-la numa praça, por exemplo. E a árvore produz tanto, da base da raíz à ponta dos galhos, que dá gosto ver como as frutas se espremem para caber todas coladas ao tronco. Algumas perdem até a elegância da esfericidade, mas a doçura, jamais.
Trouxe uns quatro quilos. Chupei um tanto, fiz geleia com dois quilos e o resto vou fazer licor e secar algumas cascas para o chá e refresco. Achei que já tivesse postado a geleia aqui, mas não. Sempre fiz meio a olho, mas desta vez medi tudo e lá vai:
1 litro de água
600 g de açúcar (usei cristal, orgânico) Coloque as jabuticabas numa panela grande e amasse com as mãos para que parte delas se quebrem. Cubra com a água e leve ao fogo. Quando ferver, abaixe o fogo e cozinhe por cerca de meia hora ou até que todas estejam estouradas e macias. Passe por peneira grossa, pressionando um pouco. Passe por peneira fina, coloque numa panela grande, junte o açúcar e leve ao fogo alto. Quando ferver, abaixe o fogo, vá tirando a espuma que se forma enquanto cozinha por cerca de 1 hora ou até formar um xarope que dê ponto de geléia (há várias formas de identificar o ponto, entre elas, colocar meia colher de chá de geleia num pires gelado e inclinar o pires - a geleia não deverá escorrer). Enquanto faz o teste, desligue o fogo. Coloque ainda quente em vidro esterilizados (aferventados e secos ao forno) também ainda quentes. Feche bem e conserve na geladeira. Para guardar fora da geladeira por mais tempo, pasteurize (vidros tampados, cobertos com água fervente e aferventados por 10 minutos). Rende: 1 litro de geleia
15 comentários:
Já fiz geleia de vários sabores, mas não de jabuticaba.
Com história e lembranças de colheita, que remetem ao passsado, parece que os alimentos ficam ainda mais saborosos...
Bom domingo!
Neide querida,
que legal você ser a responsável pelas receitas da Vejinha. Deve ter dado um trabalhão, mas acho que os leitores vão conseguir fazer as receitas dos restaurantes como o Mocotó.
Finalmente o Ivan e eu fomos conhecer seu querido Mercado da Lapa. Comprei feijão Andu e várias favas. Me lembrei de você o tempo todo. Vou procurar a receita de feijão no blog. Além das jabuticabas e das nêsperas, estamos em tempo de uvaias, que dá uma grande caipirinha.
Gina, a de jabuticaba fica muito boa. Vale experimentar.
Anônimo, imagino que seja a Sofia!
Nem vi que já saiu alguma receita na Vejinha. Vou lá ver. O Mercado da Lapa é divertido, né? Estou indo lá agora comprar a mistura.
beijos, N
Hum, no café da manhã... Me deu água na boca. Beijo
Inês,
vai bem também no lanche da tarde... Até mais! bjs,n
Neide,
como a safra da jabuticaba é curtinha, dá pra congelar e usar depois?
bjs
Oi, Adriana!
Nunca congelei, mas não vejo impedimento algum se a finalidade é depois fazer geleias.
Um beijo,
N
Pessoalmente, eu nao gosto de jabuticaba, mas a-do-ro a sua gelèia!
Tanto qto a arvore, que além de bela é tb estranha.
No quintal de minha avò Anna, ali na Rafael de Barros,tinha uma bem antiga que, com toda a certeza, deu lugar ao prédio que foi construido em cima de onde ela estava com seus amigos pinheiros...
Eu era uma criança, mas fiquei bem triste...
Bjs!
sim, a Sofia que agora fica em casa de manhã fazendo as receitas da Neide e trabalhando perto do fogão pelo celular. beijo, Sofia
Neide ,
outro dia vc colheu nesperas e pitangas e agora jabuticabas, a vida é realmente bela!
Lendo o blog da Joyce , vi que ela tem uma questõazinha para vc, sobre uma planta que produz um caviar vegetal, estamos todos curiosos.Vc já leu?
Kaki
Eu amo biscoitinho amanteigados, e meus favoritos são aqueles com um "ninho de geléia" no meio, os melhores são com geléia de jabuticaba, super bom, comia sempre que ia a Brotas... Outro dia eu fiz um com geléia de goiaba pensando o tempo todo que tinha que ser de jabuticaba. Jabuticaba é um alien por aqui neste final de mundo onde eu vivo, ninguém nunca viu, ouviu, nem provou...
Adoro geléia de jabuticaba.
C.
Neide, ganhei jobuticabas ontem e estou fazendo a geleia. Usei o passatutto como primeira peneira e fez uma massa. Com essa massa, biscoitinhos? Preciso me lembrar de achar os caroços, são minúsculos ou sumiram no cozimento? Beijinhos
ficou uma delícia! mas não fui capaz de me acertar com o pratinho gelado e passou do ponto. estou tentando consertar.
Oi Neide! Fui tentar fazer a geleia umas semanas atrás e também me enrolei no ponto, ficou por cerca de uma hora e meia, e aí não tinha dado ponto. Como vi aqui que deveria ficar por cerca de uma hora fiquei em dúvida e acabei tirando do fogo como estava. Existe um tempo máximo para ela ficar no ponto? E quais seriam os outros testes que você comentou no post?
Bj!
Luiz,
neste post eu mostro outro teste e um link pra você saber tudo de geleia.
http://come-se.blogspot.com.br/2013/07/geleia-de-hibisco.html
Um abraço,
n
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