Se quiser, leia as postagens anteriores sobre esta viagem a Goiania:
http://come-se.blogspot.com.br/2013/07/mala-cheia-de-goiania.html
http://come-se.blogspot.com.br/2013/08/expedicao-pitadas-em-goias-restaurante.html
http://come-se.blogspot.com.br/2013/08/expedicao-pitadas-feira-do-ateneu-em.html
Espero que ninguém ache que comida goiana se resuma a arroz com pequi e pamonha. Paladares curiosos adoram tudo isto, mas também de explorar cozinha do além mar feita por quem realmente entende. Fomos levados ao restaurante do Zé Pedro e Edvânia - ele, português, ela, baiana - no nosso primeiro jantar na cidade de Goiânia. Sinceramente não estava com a mínima vontade de jantar fora depois de ter viajado pela manhã e almoçado divinamente no Restaurante Popular, mas não ia fazer desfeita, ora poich.
Esperava uma Edvânia baiana espevitada e o que encontrei foi uma dama de modos europeus no melhor dos sentidos. De natureza, me pareceu. E não só dos anos de convivência com o gentil Pedro, que lhe garantiu, isto sim, até algum sotaque. Tudo começou em 2003 quando aquela garagem da casa deles era apenas uma adega que passou a servir um prato de bacalhau. Agora são vários. E tudo com o mesmo capricho que você vê aí nesta foto com os pasteis de Belém feitos por ela.
Fomos visitar a cozinha, super pequena, limpa e caseira, sem nenhum equipamento tecnológico, com duas funcionárias (ou uma, não me lembro). E tudo o que saiu daquele pequeno espaço era de um esmero visto poucas vezes por aqui. Às vezes (deve ter um dia certo), tem fado ao vivo, mas não naquele dia. No espaço que seria uma grande lavanderia da casa, há uma mesa para finalização e os armários com lindas louças portuguesas. E, ajeitadas com cuidado, muitas caixas vazias de bacalhau. Nada de postas de bacalhau demolhadas, prontas pra irem à panela. Ali cortam o bacalhau, separam por partes conforme o destino e demolham para Edvânia prepará-lo como a melhor cozinheira portuguesa.
Comemos um arroz malandro de tomate e bacalhau que me faz sonhar reencontrá-lo só de mencioná-lo. E sobre os vinhos, não tenho o que falar, claro. Especialidade do Zé Pedro, que os importa diretamente (www.saboresdeportugal.com.br). Para o meu bico, não seria um restaurante para ir a toda hora, que não é barato, e, claro, você pode dizer que estávamos em condição especial e por isto a comida estava primorosa. Isto é verdade. Mas em todo o salão o que se ouviam eram elogios e pela dedicação e competência do casal, duvido que seja diferente em outros momentos. O lugar é simples, mas aconchegante, com mesas e louças elegantes, ideal para quando se quer sair com uma pessoa especial para comer bem, tomar um bom vinho e se sentir em Portugal.
Edvania, Andreza fotografando e Mara Salles |
Veja mais fotos no site: http://www.portocave.com/
Porto Cave
Rua 28, n° 210 | Setor Marista - Goiânia - Goiás
2 comentários:
Neide,
Este post me transportou a Portugal... que saudades... estive lá em outubro passado e sonho voltar.. As louças de Óbidos foram minha frustação por poder trazer apenas algumas peças... as malas já estavam cheias..
bjs
marlene
para além da ridicularia do sotaque sugerido em "ora poich" essa expressão nem sequer existe em Portugal, apenas brasileiro ignorante (perdoe-se o pleonasmo)a usa pra caracterizar os portugueses.
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