Rio Paraíba do Sul, que passa pela cidade
João Rural autografando seu livro
O livro: Retrato de um Povo de um Lugar - JAC Gráfica e Editora (12-3928-1555) Para se deleitar acompanhado de uma das boas cachaças de Paraibuna, Fazenda Sossego ou Marvada Neide (juro que não tenho nada a ver com isso!)
Café com farinha ou com biscoito/ torrada Uma ótima desculpa e mais uma escapulida para a beira do Rio Paraíba do Sul. Desta vez foi em Paraibuna, onde aconteceu o lançamento do livro do João Rural, nascido João Evangelista de Faria. Já falei do João e dos seus livros aqui (veja também o site da TV Chão Caipira, que ele está ainda construindo). Se há alguém que se empenha para resgatar e valorizar a cultura caipira do Vale do Paraíba, esta pessoa é ele. E pelo jeito tem conseguido. Já tinha ido à cidade, mas para ficar na zona rural, de modo que não conhecia sequer o mercado municipal. Desta vez, ficamos (minha irmã, meu cunhado, marcos e eu) hospedados no centro da cidade para poder ir ao lançamento no largo do mercado no sábado à noite e voltar em seguida ao mesmo lugar, no domingo cedinho, para fazer compras direto com os produtores. O lugar, que foi pouso de tropeiros no passado e prosperou com o ciclo do café, de 1830 a 1860, conserva tantas tradições daqueles tempos que mal dá pra acreditar que fica a apenas 140 quilômetros de São Paulo. Biscoito ou torrada: uma das tradições que se mantém é servir "biscoito" ou "torrada" com café durante as festas nos sítios. Ou qualquer festa. Segundo o Ailton, que tem box no mercado, as pessoas mais simples o chamam de biscoito, mas as "granfinas" chamam de torrada. Ninguém mais faz em casa, porque há por lá uma fábrica de torradas e todo mundo compra dessas, à venda em todo canto. Não se parece com o biscoito nem com a torrada que conhecemos. São pãezinhos desidratados ou pãezinhos de leite duros, que se comem com café bem doce. Você morde um e ele se esmigalha todo. Além disso, não dá pra engolir a seco. Então, o melhor a fazer é deixar cair tudo na caneca de café e comer/ tomar assim. Com café também se comem punhados de farinha de milho - tudo junto, na caneca, pra comer de colher.
E era isto que tinha no lançamento do livro do João, na melhor tradição caipira paraibunense. O café com biscoito e farinha foi servido na cozinha caipira, anexo ao Mercado Municipal, construída graças aos esforços do próprio João, empreendedor, contador de causos, pesquisador, fotógrafo, jornalista, cinegrafista e, se procurar, tem mais. O livro é um recorte de 40 anos de trabalho fotográfico do autor, com lindas fotos em preto e branco. Amanhã tem mais Paraibuna. Já fiz pão com a farinha e o amendoim de lá. Comi fogado e trouxe para comer aqui. Fiz sopa de canjiquinha com talinho de couve da feira. Comprei laranja-do-ceu, mangarito, frango caipira, mandis etc. Vou contando aos poucos. Mas já adianto todas as fotos.
10 comentários:
Quanta coisa boa! A gente sai do sertão, mas o sertão não sai da gente...
Cozinho no meu restaurante coisas tradizonalmente italianas, ma de vez em quando o Brasil "entra" nas minhas receitas... Estou pensando seriamente em seguir uma linha tipo Alex Atala (que acabou de partecipar a uma feira importante aqui na Italia).
Adoro mostrar o Brasil no exterior, mas viver fora faz perder a bussola e ler este blog è olhar na direçao justa para recordar o que temos como cultura gastronomica.
Obrigada Neide :-)
Parabéns pela postagem!
Muito boa as imagens!
Ah, Paraibuna fica tão aqui perto de casa e eu nunca fui lá dar um passeio, fiquei com mais vontade ainda de ir.
Tenho mt curiosidade de provar o pastel de farinha de milho, hummmm, deve ser bão!
Daniel, é isto mesmo. Não sai.
Mary, o Brasil anda na moda. Continue aproveitando o conhecimento que você tem para divulgar nossa cultura. Parabéns pelo seu trabalho.
A bananinha ainda vai aparecer melhor.
Mila, só pelo pastelzinho já vale o passeio.
Um abraço, N
Neide,
Que delícia você divulgar o João Rural.
Adoro o trabalho dele, adoro ser caipira do Vale do Paraíba.
E adoro o seu blog!
(e em Guaratinguetá, quando você vem??)
Nina, Guaratinguetá está já nos meus plantos. Obrigada!
Bjs, n
Oba!!!
Avise-me, por favor!
(Alex Atala esteve por aqui já pouco tempo)
Beijo!
Neide, adorei seu post sobre Paraibuna. Tenho parentes que ainda moram lá. É tão tradicional, tão rural, tão simples que nem dá pra acreditar, não é mesmo?
Bjs Silvia
Oi, Neide!! Comentei há algum tempo que gostaria de ter ido à oficina que você deu no SESC. Para minha felicidade, o SESC aqui de São José dos Campos está com um passeio integrando o projeto Slow Food à Paraibuna (pertinho daqui, 37 km), passeio pelo centro histórico, visita ao Mercado Municipal, ida para o sítio Rancho Fartura para bate-papo e vivência gastronômica com João Rural e almoço caipira. Não é o máximo? Já garanti minha vaga no ônibus. Bem que eles podiam te convidar para dar uma oficina por aqui também, né? Vou sugerir a eles ...Abraços!!! Liliana
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