segunda-feira, 20 de junho de 2011

Carapau na folha de bananeira

Carapaus tem carne escura como a do atum e da sardinha e são deliciosos. Comprei dois pequenos exemplares no Mercado da Lapa na sexta-feira, limpei bem e congelei. Foram eles o nosso almoço no domingo de trabalho.

Quando temos um domingo ocupado não me vem à cabeça sair para comer e muito menos pedir comida por telefone. Acho mais fácil meter alguma coisa na água, no forno, na brasa ou no vapor.  Claro, o pré-preparo tem que ser rápido, mas o tempo que vai demorar para ficar pronto não importa pois este tempo uso para trabalhar nas minhas obrigações.  É só ficar com o timer do lado do computador para não esquecer da vida e deixar queimar a comida.



Então o que fiz no domingo foi descongelar os peixes e logo temperar. Como ainda não estavam totalmente descongelados quando resolvi temperar, fiz uns cortes na pele para apressar o processo e ao mesmo tempo segurar o tempero que fiz assim: soquei no pilão 2 dentes de alho, 1 pimenta dedo-de-moça picada, sem semente, 1 colher (chá) de sal, umas 4 folhas de alfavaca e umas 4 colheres (sopa) de folhas de coentro. Soquei bem até virar uma pasta uniforme. Juntei gotinhas de limão, misturei e temperei os peixes. Deixei pegar gosto por cerca de 2 horas.  Pouco antes de servir e de começar preparar os acompanhamentos, coloquei um braseiro pequeno de barro no quintal, enchi de carvão, joguei álcool por cima, risquei um fósforo e voltei para a cozinha. Coloquei numa panela água, sal, duas bananas da terra cortadas em pedaços, rodelas de cará e batata doce e levei ao fogo para cozinhar por cerca de 20 minutos. Refoguei com alho, cebola, pimentões e pimenta um pouco de milho novinho e feijão de corda verde já pré-cozido que também tinha congelado. Enquanto estes pratos cozinhavam, reguei os peixinhos com um pouco de urucum líquido e azeite, enrolei os dois em folha da bananeira, amarrei com barbante e coloquei sobre o carvão que já ia vermelho.  Depois de uns 10 minutos as folhas já estavam queimando e eu virei o pacote, deixando assar por mais cinco minutos. Juntei ao feijão um pouco de dendê que trouxe do Senegal, temperei com salsinha, corrigi o sal e,  pronto, o almoço está servido. Tudo combinou, achei. Coloquei a sobremesa também na grelha enquanto almoçávamos, nhac. Deixamos a louça suja e comemos satisfeitos as maçãs já no quintal. Delas falo depois e volto ao trabalho.  

6 comentários:

Dulceh Franzen disse...

Hum que delicia!!
Gosto de peixe mas não sei fazer qse nada com eles...só fritar, rs...pratos especiais quem faz é meu marido e no domingo ele fez tainha assada na folha de bananeira,bom demais!

Bjinhos e otima semaninha!

Jotta e Rosley disse...

Oi Neide, primeira vez que passamos por aqui, mas, com certeza, voltaremos! Pegamos uma receita tua
(http://come-se.blogspot.com/2008/06/kinkan-chimia-de-kinkan-gelia-de-kinkan.html)
e fizemos (http://cozinhandocomrosleyejotta.blogspot.com/2011/06/geleia-de-kinkan.html), ficou excelente. Parabéns pelo blog. Creio que não encontramos esse peixe aqui no Sul. Parece delicioso. Abraços!

Thais M. disse...

Como é esse negócio de colorau líquido? Nunca vi, só conheço o urucum e o colorau em pó. Mas já é a segunda vez que ouço você falar. Os peixinhos ficaram com uma carinha linda.

Chef Daniel Deywes disse...

Que delicia de peixinho ... FEita na folha da bananeira...

abraço
Daniel Deywes
http://feitonahora.blogspot.com

Anônimo disse...

Oi, Neide.
Fiz peixe no domingo tbem, um "bonito" mas assado no alumínio, mas tenho bananeiras em casa. Dá pra assar em forno comum com elas? Embrulha, põe na assadeira, dá uns 30 minutos e pronto? Fica úmida como no alúmínio?
Grata pelas orientações.
Ana Maria

Neide Rigo disse...

Duh, fazer peixe embalado assim é a coisa mais fácil do mundo.

Jotta e Rosley, que bom saber. Esta técnica vale para quase todos os peixes.

Thais, fiz um post explicando. Espero que tenha esclarecido.

Daniel, delícia mesmo!

Ana Maria, se eu tivesse um pé de banana em casa diria adeus ao papel alumínio para sempre. Dá pra fazer no forno, sim. O tempo varia com o tamanho do peixe, mas pode abrir e espiar. Além de conservar a umidade, confere um sabor bem gostoso ao prato. Logo farei um post explicando como melhor usar as folhas de bananeira.

Um abraço, N