No domingo de Páscoa tomamos café com a família no sítio e pegamos a estrada ainda bem cedo, de modo a alcançar os amigos na praça, afinal todo primeiro domingo do mês, desde dezembro, estamos lá mantendo a tradição do piquenique quilômetro zero entre a vizinhança da Lapa. Só no último, não pude ir pois estava no Rio, mas a Fabiana, do blog Noturnos Imperfeitos registrou tudo.
O dia estava lindo para piquenique, úmido e cinzento. A praça estava meio encharcada, vazia, silenciosa. Mas chegamos quase ao mesmo tempo que a Veronika, que já havia tentado se instalar antes, mas a chuva apertou e ela voltou pra casa com o Ricardo e as crianças. Naquele momento havia estiado um pouco. Foi só o tempo de descarregar o carro, montar uma cesta instantânea no carrinho de feira, com mexericas do sítio, queijo da minha mãe e pão da estrada, além de vinho, sal e azeite para atravessarmos a rua. Junto com a coalhada seca de kefir, da Veronika, que estava divina, e os ovos cozidos que chegaram decorados para a festa, o que mais era preciso para um divertido almoço de Páscoa na praça molhada? Formigas não havia.
Logo a chuva fina voltou. Depois engrossou. Mas não pense que saimos correndo, não. Prevenidos, estendemos as toalhas impermeáveis no chão de tijolo do coreto sem teto, que cobrimos providencialmente com o plástico amarelo antes que chovesse. Ficamos ali brincando de cabaninha, brindando com vinho e apreciando as árvores brilhando de água. Ainda na estiagem, Veronika espalhou pela praça ovinhos de chocolate moldados por ela, apoiados em ninhos de tiras de jornal que foram escondidos entre galhos secos e até no alto de arbustos. As crianças acharam todos e vinham contentes mostrar o presente do coelhinho, que foi trocado por gomos de mexerica.
Marcos e eu saimos de lá animados e aproveitamos a terra molhada para ir plantar em outra praça vizinha umas mudas frutíferas - cambuci, caqui, tamarindo, abacate e figo. Um bom dia para plantar.
Na foto de baixo, o cambuci. Nesta praça há várias outras frutíferas plantadas também por algum outro morador. Já plantei até mandioca que veio da Embrapa, além de butiá, jaracatiá etc. Daqui a uns cinco anos teremos um lindo pomar produtivo e cheio de pássaros.
10 comentários:
Oi Neidinha,
Que piquenique mais gostoso, aquele cherinho de terra molhada... Também vou comecar a plantar por aqui,como moro num apt ovinho estamos vendo como fazer uma hortinha miniatura. Ja cheguei aqui en Conce, e foi uma surpresa porque os danos foram muito poucos, só quebraram uns pratos e uns caxixis que deu pra colar. Do armario da cozinha caiu um pote de feijoes na pia, a pia estava úmida e cresceu um pé de feijao.Como estivemos bastante tempo fora, quando chegamos o pé estava grande...ja estou de volta a normalidade.um beijo,
yanna
É isso mesmo, Neide. Se os que administram os bens públicos não o fazem...vou tentar começar a plantar eu também. Tenho muito espaço aqui no Pq. Continental...
Abraço e Parabéns!
Neide feliz pascoa,morro de inveja aqui, com seus pequiniques, na pça. um dia apareço ai,quero muito te conhecer ao vivo e a cores, feliz pascoa para vc e os seus,beijos até.(diulza),
Olá!
É a primeira vez que entro no teu blog e me anima muito a ideia de arborizar a cidade. Porem também me preocupa a maneira como ela é feia e incentivada. Vale lembrar que cada árvore requer atenção específica. Há árvores cujas raízes, mais superficiais, podem arrebentar calçadas. Há árvores que derrubam flores e frutos que podem manchar a pintura dos carros. Há ainda árvores muito propícias a pragas (cupins, fungos... ), e caso sejam infectadas, podem oferecer perigo quando adultas. Por isso é preciso estar atento a espécie e ao local onde será plantada a nova amiga.
Lembro que na minha escola tinha um abacateiro bem no meio do pátio, e que sempre aparecia alguém sujo do abacate que havia caido.
Também há um movimento forte nas terra tupiniquins para que se valorize o uso de espécies nativas, pois estão mais adaptadas ao sistemas da região. Um exemplo é a jaqueira, que não é uma espécie nativa, quando os frutos caem no chão, os mesmos liberam uma substância que inibe o nascimento de outras espécies vegetais. O que vem sendo um problema na floresta da tijuca, no rio de janeiro. Pura mata atlântica, sofrendo com uma espécie de árvore que não é nativa e que se tornou uma praga.
Claro que as árvores nos trazem benefícios como alimentos, sombra e até brincadeiras. Mas antes de nos servir, ela é ser vivo, e como tal, nasce, cresce, se reproduz e morre. É preciso pensar bem em todo o seu ciclo antes de plantar "em qualquer lugar".
Se ficou um pouquinho curiosa, procure se informar sobre a Lei de Compensação Ambiental de São Paulo.
Me parece que no instituto de biociências da USP há um curso voltado para a terceira idade (mas acho que quealquer um pode fazer), sobre plantas.
www.usp.br/agen/?p=19168
Ficam as dicas, qualquer coisa, pode me mandar um e-amil que a gente conversa.
Abraço,
Mayra
Gozado, Neide..Pq por aqui tb choveu na Pascoa.
Mas, com certeza a sua foi mais gostosa e emocionante que a nossa, que passamos o dia trabalhando um monte, com os hospedes que aproveitavam o feriado.
Me deu até saudade de momentos assim, com amigos, com a familia..
Deve ter sido bem legal este pic nic de vcs!
Bjs!
Estou adorando o seu blog!!!!
Encontrei ele por acaso pesquisando na net sobre um peixe muito gostoso da minha terra - Pará, chamado tamuatá ou tamatá.
Parabéns!!!!!
Ah Neide!! Assim também vou querer morar na Lapa, é pomar na praça, pequenique na praça e essa vizinhaça linda que você sempre mostra.
P.s. E a Dendê esse cachorrinho das fotos?
Bjs
Sem menosprezar o texto, a boa ação da plantação e claro o delicioso piquenique, amei a Dendê amarradinha na árvore.
Ah,....esses detalhes.
Beijo, Neide.
passei a ter vergonha(juro) de dizer que sou dona de casa e de dizer que cozinho depois de encontrar seu blog.eu tinha muito preconceito com o desconhecido (mente meio de criança)que diz que não gosta pelo fato de nunca ter comido.mas nunca é tarde para mudar maus habitos,não é mesmo???
já peguei algumas receitas pra fazer.
mas tem coisas que eu nem sonhava que existiam ou que podiam ser comidas.
sou do rj e o que se ve por aqui
é o básico em legumes,verduras e frutas.
parabéns e sucesso no seu blog.
Simone,
só não gostaria que se envergonhasse, afinal qualquer pessoa que coloque algo no fogo com água, sal etc, está cozinhando, sim. Cozinhar profissionalmente é outra coisa, claro. Mas meu desejo aqui é simplesmente que os leitores comecem a olhar sem preconceitos a biodiversidade alimentar. Se você já está tentando fazer isto, fico muito feliz. Obrigada pela visita e pelo comentário. Um abraço,
N
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