Estive nos últimos dias no Espírito Santo, mais especificamente em Aracruz, onde se concentra grande parte do trabalho da Kamboas Socioambiental junto aos índios Tupinikim e Guarani. A ideia era conhecer um pouco da realidade alimentar das aldeias para nas próximas visitas poder ajudar a encontrar alternativas mais saudáveis. Mas, mesmo sem ter preparado nada de especial dada a minha completa ignorância, conseguimos fazer dois passeios para reconhecimento das espécies comestíveis. Por onde andei vi que comem mal como quase todo o resto do Brasil. Muita comida processada, pouca comida com ingredientes frescos e vegetais. Quem participou (mais mulheres, claro), gostou de me mostrar o que tinham de nativo e de plantado especialmente de medicamento. E eu ia apontando o que havia de espécies comestíveis espontâneas e que eles não conheciam ou pelo menos não como comida. No fim, montamos uma mesa com as espécies de comer e de curar.
Fora isto, fizemos um lanche com jovens de 4 aldeias em intercâmbio em uma delas. Usei produtos locais como manga verde, abóbora madura e aipim. Mas falo disso em outro post.
E durante minha estadia em Coqueiral de Aracruz não pude deixar de sair à caça de pancmons (plantas alimentícias não convencionais + mons, a febre do momento) pelas ruas, claro. Descobri que ali há muita árvore de monguba (Pachira aquatica), por exemplo, e pude me deliciar.  E ainda algas comestíveis (só lavei, fotografei, mas não comi, sem saber como andam aquelas águas), bromélia, abricó da praia e ervinhas que a gente encontra em todo lugar.
O dia-a-dia desta estadia capixaba já registrei no Instagram, que você, mesmo que não tenha conta, pode acessar clicando aí do lado direito nas fotos e vendo as legendas.
Aqui, algumas destas fotos:
  | 
| Fruto da monguba  | 
  | 
| Blutaparon portucaloides ou bredo-de-praia. Come-se!  | 
  | 
| Gravatá ou caraguatá (Bromelia antiacantha)  | 
  | 
| Manga verde. Os pés estão carregados | 
  | 
| Ela levou as verduras pra fazer refogadinho pro jantar . Aldeia Areal  | 
  | 
Índias Tupiniquim, Nina e Bona, da Kamboas; e o banco cheio de espécies 
úteis - alimentícias e/ou medicinais. Na aldeia Areal. | 
  | 
| Urtiga | 
  | 
| Caçando pancs na aldeia = pancmons ou pancnaldeia . Aldeia Areal  | 
  | 
| Urtiga em flor (usam o chá para próstata) | 
  | 
Aloysia gratissima ou garupá ou alfazema brasileira - ninguém por lá usa 
como tempero, mas fica ótima na carne de porco, no abacaxi etc  | 
  | 
Nina colhendo beldroegas para nosso jantar na roça de Dona Dora que 
traz as abóboras para o pão do próximo dia.  Aldeia Pau Brasil | 
  | 
| Fruta pão, esta maravilha da natureza exótica! Está ali por toda parte.  | 
  | 
| A castanha da monguba  | 
  | 
| Espécies medicinais | 
  | 
| Resultado da nossa caçada pancmon na Aldeia do Irajá | 
  | 
| Olhe o galhinho nas mãos da menininha. Ela adorou a caçada panc. | 
  | 
| Dona Santina, da Aldeia Irajá, e suas bromélias  | 
  | 
Dona Santina diz que planta comida, planta remédio e planta flores e  
folhagens ornamentais para alegrar a alma Aldeia Irajá.  | 
  | 
| Nossa turminha da Aldeia Irajá  | 
  | 
Quem diria que encontraríamos tanta espécie comestível no meio deste 
capim.  | 
  | 
| Só por curiosidade, um cogumelo no cupinzeiro  | 
  | 
| Aldeia Irajá  | 
  | 
Bona é o agrônomo agroecológico da Kamboas Socioambiental que faz um 
 trabalho lindo de agrofloresta nas aldeias e conhece muito de panc (e adora 
crianças!) | 
  | 
| Beldroega (Portulaca oleracea) | 
  | 
| Algas que colhi na praia  | 
  | 
| As castanhas da monguba | 
  | 
| Abricó da praia - Mimusops commersonii . Come-se!  | 
  | 
| Crepis japonica - no quintal da Kamboas. Come-se!  | 
  | 
| Xanana no quintal da Camboas. Come-se! | 
  | 
| No quintal da Kamboas. Comem-se! | 
  | 
Resultado do trabalho do Jerônimo Vilas Boas, da Kamboas.  Abelhas 
nativas sem ferrão para a produção de mel entre os índios Tupinikim e Guarani  
e que em breve estará no mercado (de Pinheiros, por exemplo) | 
  | 
| Beldroegas com farofinha de pão no nosso jantar  | 
  | 
Galo com monguba. O Galo e as ervas para sua marinada (alfavacão e garupá) 
vieram de aldeia tupinikim, a técnica e a receita com vinho, da Nina Kam, 
e a monguba foi intromissão minha. O aipim que também veio da aldeia 
complementou. E ficou um prato delicioso. Pode acreditar. Nhac!  | 
 
3 comentários:
Oi Neide, vi você no Globo reporter....muito orgulho.
Queria, se pudesse, mais informações sobre a monguba. Tenho um pé em frente ao trabalho. Queria saber o melhor momento de colher e como preparar.
Parabéns pelo trabalho.
Me chamo Hebert Melanias.
I can always count on your blog for high-quality, practical tips. Thank you!
Postar um comentário