Quando eu, menina, levava lanche para a escola e não havia nada para rechear o pão, pegava uma banana madura, que banana em casa sempre havia, levava ao fogo com um pouco de açúcar e mexia no fogo só até o açúcar derreter e a fruta amolecer. Passava o doce ainda quente numa das metades de um pão francês murcho, fechava, embrulhava num guardanapo de pano e punha debaixo da carteira. A combinação do pão, que ia aos poucos umedecendo, com o perfume de banana cozida ia me castigando de vontade de comer tudo antes da hora do recreio. De fato, acho que nunca resisti, sempre fui fraca para estes atos de heroísmo. Ia tirando nacos disfarçadamente e comendo de cabeça baixa para a professora não ver. Na hora do intervalo restava o pano sujo de migalhas e o consolo dos biscoitos secos de chocolate ou pães recheados com mel da merenda escolar.
Mas o que quero dizer é que agora nosso caseiro nos traz sempre bananas e elas nem sempre aguentam a semana inteira. Para não desperdiçar, pego o tanto de fruta madura que sobrou, lavo bem, descasco e coloco inteiras mesmo na panela. Junto 1 colher (sopa) de açúcar para cada banana e uma colher (sopa) mais ou menos de suco de limão para cada 4 bananas. Ou a gosto. E junto também uma pitada de canela. Levo ao fogo e vou mexendo de vez em quando até a banana ficar tão mole que possa ser esmigalhada com o rodar da colher. E isto é rápido, coisa de 10, 20 minutos, a depender da quantidade de fruta. Se estiver com muita água, deixo mais um pouco. Coloco numa tigela de vidro, espero esfriar e depois levo à geladeira, onde pode ficar por até duas semanas. Fica delicioso, sem ser muito doce, muito pastoso, nem muito escuro. Fica mais para um creme texturizado, claro e gelatinoso. Gosto de comer bem gelado, com creme de leite, mas hoje mudei de preferência. Comi com uma fantástica coalhada seca que acabei de ganhar da amiga Janaína (receita lá embaixo).
Este doce fica bom também, assim, molinho e ainda quente, com farinha de milho. Era o jeito que minha mãe fazia para comermos de lanche da tarde. Um viradinho apressado.
Aqui, o passo-a-passo do doce já explicado acima:
As bananas neste estágio são super-doces |
Uma colher (sopa) de açúcar, rasa, para cada banana madura |
No fogo, deixe cozinhar com gotas de limão e pitadas de canela, mexendo de vez em quanto, só até a banana amolecer. |
Nhac! Para comer gelado com coalhada seca |
12 comentários:
Uhm... que delicia!!!
Adoro doce de banana com creme de leite tb fica otimo...
Bjinhos!!
Adorava fazer isso quando era mais novinha, mas por fim comia td quente na hora mesmo!! rs
Neide, passa a receita da goiaba em calda???
Mes passado fui num resort e tinha vários doces deliciosos para a sobremesa e ai vi a goiaba em calda que nunca tinha comido!!!!
Amei, que coisa mais deliciosa! Quando vi seu post ontem fiquei muito feliz, só estou aguardando agora a receita dessa delícia!!
beijos
Ah, eu perdi o medo de fazer doce de abobora por conta do seu post!! Ficou uma delícia!!
Paulinha, quer dizer que tinha medo de fazer doce de abóbora? É tão simples.
Quanto à compota de goiaba, amanhã, amanhã.
Um abraço, n
Oi, Neide. Esse doce de banana me parece tão booooom. O açúcar que vc usa é cristal? E a banana é nanica. né? Ah, novidade: há tempos fiquei curiosa sobre o cará-moela. No sábado fui colher umas laranjas no quintal de uma amiga e eis que achei nesse quintal cará-moela, taioba, gengibre, açafrão da terra e muito mais. Foi puro encantamento. Voltei para casa feliz da vida, com laranjas colhidas do pé, um cará-moela (que pretendo plantar no vaso) e promessas de futuras mudas de taioba e orquídeas. Bjs, Liliana.
Ah, minha avó fazia, minha mãe faz e eu faço, assim como você, às vezes com uma colherinha de chocolate em pó e também com uvas passas.
Quando trago de Brotas, costumo dividir em potes e congelar para prolongar o prazer de ter um doce de mãe mesmo sem tê-la por perto. E assim, constatamos que ele não fica exatamente duro, mas passível de comer, sem necessitar descongelamento.
Um beijo grande.
Lindo post, Neide.
Lembrei do meu pai, o café da manhã dele, que não tomava café de jeito nenhum, era viradinho de banana, com farinha e queijo. Eu gosto mais de bolo com casca de banana. Tudo de banana é muito bom. Abç
Izabel
Liliana, eu sempre uso açúcar cristal orgânico. A banana é a nanica, mas pode se qualquer uma que não seja banana da terra. Que bom saber dos encantamentos.
Ana, também pensei em congelar, mas nem deu tempo. Acho que já dei aqui uma receita com chocolate. Nem me lembro mais.
Izabel, este viradinho é tudo de bom, hem?
Um abraço,n
Neide, experimentei congelar as babanas descascadas antes de ficarem moles e deu certo...
Adoro bananada e coalhada seca!! Infelizmente lá em casa perdem-se muitas bananas, porém não é nanica. É um tipo que não sei o nome, mestiça com a banana maçã. Tenho medo de fazer doce com ela e perder o doce, pois de banana maçã não fica bom. Será?? O que você acha?? Se você puder, responda no meu email: romade@ibest.com.br
Bjs
Neide que delícia de história!! E ainda veio com um brinde: a receita do doce. Você escreve super bem, consegui visualizar até você na sala de aula, mastigando com jeitinho. Parabéns!
Estava procurando uma receita e depois de ler várias escolhi a sua, mas com algumas adaptação. Vou substituir o açúcar pelo açúcar diet Tal é Qual para diminuir as calorias. Muito obrigada!!
Ah, Neide! Seu blog é um quentinho na alma. Já fiz esse seu doce sei lá quantas vezes e mesmo assim sempre volto pra ler sua história, aquecer o ❤️
Seu blog e muito bom
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