As toalhas sempre se
repetem. A da Fabiana, da Adriana e minha, iguaizinhas, sempre tão presentes no piquenique perto de casa. O
dia era de um azul bonito, com sol que não arde e vento que sopra de baixo, daquele que faz as folhas
secas dançarem no chão, sementes aladas de espatódea grudarem no nosso creme e flores-macho de palmeira rabo-de-peixe repousarem entre nós.
Tem professores e crianças do grupo ainda de férias, por
isto julho é um mês mais vazio. Mas também tem gente de férias que justamente por isto
apareceu, caso da jovem Júlia que estuda nos Estados Unidos e veio com meus amigos
Mônica e Carlos, o pai, não sem antes passarem no Ceagesp para comprar frutas
fresquinhas. Os vizinhos de muro Ana e Zé Antônio também apareceram - Ana se
empenhou nos rolinhos de folha de arroz, que estavam deliciosos e refrescantes, e ainda cozinhou pinhão. Priscila chegou pedalando com pão e frango assado com farofa bem quente na garupa. É bom que
se diga que ninguém neste piquenique liga se for chamado de farofeiro. E Chus colocou
a forma no forno enquanto fazia tradução e por isto se desculpou da casquinha
queimada que deixou o bolo de iogurte ainda mais gostoso. Trouxe também
sanduiches de ovo e de atum além de suco de laranja recém extraído, bem gelado.
Adriana disse que a sugestão para o bolo foi de Aninha que queria um de
três andares, sem saber explicar o porque. Coberto com goiabada, estava irresistível. E Fabiana disse que não
teve muito tempo pra preparar nada, daí ter inventado de fazer torradas com o pão
que eu mesma havia lhe dado no último domingo – aliás, muito melhores que o presente
do passado. Mas levou também um bolo de milho fresco incrível de bom. E nós levamos chá de especiarias, bolinhos de arroz, feijão e
camarão seco no vapor e salada de pão. E havia mais uma porção de outras
comidas gostosas, sempre em quantidade para todos levarem pra casa no
final.
A distração do piquenique desta vez foi as atividades do Exército de Drummond.
É incrível como as crianças gostam. As poucas que haviam - Rodrigo, André e
Aninha, estavam super empolgados. André, que é o maiorzinho, comeu alguma
coisa, tentou identificar no livro as uvas que comia e veio logo pedir: Podemos
começar a missão do Exército de Drummond? Disse que vai divulgar o blog entre
os colegas da escola para que outras crianças ajudem a espalhar a ideia. Está
se saindo um ótimo aprendiz na identificação das espécies comestíveis, pelo
formato das folhas, mas também pelo cheiro. De vez em quando ele vinha me avisar:
vou patrulhar aquela área. E durante uma folga veio dizer que conversou com os
pais de umas crianças que estavam na praça e tentou convencê-los a participar
do exército.
As mudas que tiramos
eram realmente aquelas sem chance de crescer onde haviam despontado. Algumas
que deixamos para trás no último piquenique foram cortadas no toco junto com a
grama pelas lâminas da roçadeira pública. Então retiramos o máximo que
conseguimos desta vez. Crianças e adultos colocaram mãos na terra, munidos de
nossas armas – pazinhas de jardim. O ideal seria retirar com torrão, mas
normalmente as mudas estão tão entranhadas junto com outras plantas, que não
temos outra opção se não arrancar com puxão ou como é possível. Felizmente,
pela minha experiência, a maioria sobrevive depois de replantada, desde que não
a deixemos desidratar. Levamos água, terra, latas, potes plásticos, rolinhos de
papel e outros utensílios que pudessem virar vasos e plantamos ali mesmo todas
as mudas, grandes e pequenas, sem deixar que perdessem umidade. E todo mundo
que quis pode levar mudas para si ou para dar de presente. Para Piracaia ainda
sobraram muitas.
Saldo da catança:
22 nespereiras
31 pitangueiras
4 patas de vaca
4 jerivás
1 amoreira
10 pés de café
1 goiabeira
4 patas de vaca
4 jerivás
1 amoreira
10 pés de café
1 goiabeira
2 comentários:
gosto de fazer estas catanças aqui:delas,já possuo,de sementes desprezadas em calçdas:uvaia e amendoin-de-árvore ou castanha do maranhão,café,do amarelo e do vermelho,e até um pe de jambolão,que tá um bebe lindo no meu baldão!de galhos,consegui amoreiras,e as crianças todo agosto-setembro,saboreiam a geléia dos frutinho roxos,competindo com os pássaros...semente de fruta de feira e sacolão,aqui em casa,vai pro vaso,cascas pra composta,e meus filhos tbm gostam muito das atividades...isto é muito bom..
Lindo trabalho, fico sempre comovida quando vejo esta atitude, esta disponibilidade. E porque amo árvore e passaros, fico sorrindo quando leio sobre os piqueniniques.Parabens pelo Blog, receitas e agora pela parceria com o Paladar!
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