segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sabores de Paraibuna. Parte 2: Mercado Municipal



Continuando a viagem de ontem a Paraibuna, mostro agora o Mercado Municipal.
São de meados do século 17 os primeiros registros oficiais da cidade que tem localização privilegiada entre o planalto e o mar (fica a 48 km de Caraguatatuba) e começou ao redor da igrejinha construída no dia de Santo Antônio numa clareira por homens que chegaram ali pelo rio Paraitinga e pararam no encontro com o Rio Paraibuna. O povoado que se formou ali com o nome de Santo Antônio da Barra do Paraibuna ficava exatamente a 2 km do encontro dos rios. Passou a ser local de pouso dos tropeiros que vinham do litoral norte e seguiam pelas trilhas indígenas da região para São Paulo e Minas Gerais. Por isto se diz que a culinária mineira nasceu ali no Vale do Paraíba.
Com o tempo a cidade cresceu, viveu períodos de euforia durante o ciclo do café, tentou se reerguer com o declínio da cultura cafeeira que deu lugar ao algodão, viu lindas sedes de fazendas dos coronéis do café abandonadas e sobreviveu à construção da represa dos rios Paraibuna e Paraitinga que formam ali o rio Paraiba do Sul.
A construção da represa, na década de 1960, significou uma mudança no perfil geográfico e de ocupação da cidade já que alagou fazendas e sítios produtivos, deslocou para a cidade trabalhadores rurais, fez diminuir a produção leiteira etc. Por fim, a cidade encontrou o equilíbrio explorando sua vocação para o turismo rural.
Um dos pontos turísticos importantes da cidade, pelo menos para mim, é o Mercado Municipal. Foi construído em 1887 na forma de um barracão que conservou o piso de terra batida até há 30 anos. A restauração, em 1980, incluiu a colocação de piso de pedra, mas manteve os paredões com uma faixa de tijolo vasado em toda a sua volta. Janelas, portas e telhado conservam as características originais.
No início, os produtores rurais vendiam diretamente seus produtos ali. Havia venda de porcos, expostos inteiros em balcões de madeira - vale lembrar que Paraibuna foi um grande exportador de suínos. Outros produtos incluiam farinhas de milho e mandioca, café, arroz, frutas e hortaliças. No começo do século 20 predominavam as vendas de carnes, enquanto as hortaliças eram vendidas mais do lado de fora, em feira livre.
Hoje a feira de produtores rurais continua acontecendo no Largo do Mercado e no páteo interno, às quartas-feiras, sábados e domingos - que é a melhor, dizem. Mas no mercado se encontram também frutas e legumes, além de derivados de milho, cachaças, cestarias, além dos boxes de restaurantes populares e lanchonetes, para comer o famoso afogado ou fogado, pasteis e bolinhos de milho.
A banca mais legal do mercado é a do Ailton Moraes (Tel. 12-3974-3033). Aliás, ele tem várias que foi comprando dos que iam se desinteressando. Assim, ele tem a mercearia e, logo em frente, uma lanchonete onde vende pasteis, bolinhos e cachaça com cambuci. Logo adiante uma outra banca dele vende cachaças da região e outros itens. E tem ainda outra - acho que são quatro no total. Ele atende no Armazem do Mercado que fica logo na entrada. É bom de papo e pode te contar tudo do mercado, mostrar as cachaças, te apresentar os produtos um a um, sem pressa. Um prazer conversar com ele.
Amanhã ou, quem sabe, hoje no fim da tarde se sobrar tempo, parte 3 da viagem, com produtos da feira. Aqui, foto de algumas curiosidades, especialmente nas bancas do Ailton.
Ailton Moraes no seu Armazem
Favas frescas (ou feijões-de-lima), na banca do Ailton
Biscoitos ou torradas, como se dizem por lá destes pãezinhos duros para comer esmigalhado no café.
Rapaduras e talhadas - estas mais claras, à moda das rapaduras, porém com bastante gengibre e farinha de mandioca.
Canjiquinha em diferentes granulações. Presente em todo o Vale
Entre morangas e repolhos, Ailton tritura a pimenta na hora
Macarrão furado da minha infância. No sítio do meu avó a macarronada era feito com ele. Pra comer com frango caipira. Advinhe se não trouxe os dois itens de lá? Também na banca do Ailton
Uma das melhores cachaças da região: Marvada Neide (conheci a tal Neide, dona da marca, no Revelando São Paulo e é um doce de bondade)
Cachaças da região. Em outra banca do Ailton
Restaurante do Luis, para se comer fogado

7 comentários:

Anônimo disse...

esse macarrão furado, me leva a infancia! até a embalagem parece ser a mesma um papel bem reforçado, não esse tipo celofane que tem nos atuais! adoro seu blog. um abraço sissi

Neide Rigo disse...

Pois é, Sissi, acho que é o mesmo ainda. Também era o macarrão da minha infância.
Um abraço, N

Unknown disse...

EU GOSTARIA DE SABER O PREÇO DE MERCADO DO FEIJÃO DE LIMA. E ONDE POSSO VENDE-LO NO ATACADO.

Unknown disse...

SE ALGUEM QUESER ENTRAR EM CONTATO DIRETO COMIGO SOBRE O PREÇO DO FEIJÃO DE LIMA MEU IMAIL É...
neilamarcia2009@hotmail.com

denise curcio disse...

Comi um feijão preto,em um pequeno restaurante,no mercado,muinto gostoso delicioso,sempre que vou a caraqua. como ali.bom presso,e bom atendimento pela garota do pining. risss ,um abrasso.

denise curcio disse...

otimo ,bom,delicioso,maravilhoso,feijão preto,com linguissa,bom atendimento;la nos fundos.com a garota de pircing.abrsso.de GODOI S.P

joão laercio disse...

Tambem passei por aí e não resisti ao ver o macarrão comprido furado, estavamos indo para Pouso Alto almo-çamos aí e levam,o macarrão também voltei muito tempo na minha vida