quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Roberta Sudbrack cozinharia para mim?


Poderia ser à sombra deste pé de abricó-de-macaco. Árvore gorda, florida e bem carioca
Há umas duas semanas, a Luiza Fecarotta, da Folha de São Paulo, fez uma matéria bem legal para homenagear Bettina Orrico, que acaba de lançar o livro "Os Jantares que Não Dei" . Convidou três chefs de destaque e os instigou a criar um jantar imaginário.
Leio sempre a Folha às quintas feiras, a versão online, e lá no texto da Roberta Sudbrack apareciam três nomes, nenhum o meu. Mas fiquei feliz de ver o Dória citado com o Boni e o Troigrois, embora ela diga que o banquete seria para 12 convidados. Mas quem leu a versão impressa veio me dizer que meu nome aparecia em vez do nome do Boni. Aí fui conferir a versão impressa e vi que agora o recorte mudou de posição e focava Dória, Troigross e eu. Fiquei feliz, mas ainda desconfiada de que meu nome estava ali por engano. Agora a Roberta publicou um post revelando todos os convidados da mesa. Poxa, não foi engano. Eu estou mesmo lá com toda aquela gente importante, que eu admiro. Lisongeada, feliz e envergonhada por nunca ter ido ao restaurante da Roberta, sempre tão elogiado. Mas sei das coisas que ela apronta e estou sempre a babar. Agora, então, estou a sonhar com os pratos que ela propõe servir ao ar livre sob a sombra de flores de uma árvore gorda. É o tipo de homenagem que eu nunca sei como agradecer.
Veja os textos da Mari Hirata e do André Mifano, aqui. Em seguida, o texto que saiu na Folha e, na sequência, o que Roberta publicou no blog.
Folha de São Paulo


Roberta Sudbrack - Um banquete ao ar livre

Roberta Sudbrack, 41, já cozi­nhou para uma infinidade de celebridades. A começar pelo ex-presidente Fernando Hen­rique Cardoso, no Palácio da Alvorada. Depois, vieram rei Juan Carlo, príncipe Charles, Fidel Castro... Até já realizou o maior sonho: preparar um jan­tar para Fernanda Montene­gro. E duas vezes, inclusive no aniversário de 80 anos da atriz. Ainda assim, se pudesse voltar no tempo e alcançar o século 19, faria um banquete para Antonin Carême, o "cozinheiro dos reis e o rei dos cozinheiros".

Uma mesa ao ar livre, em um jardim sob as árvores, acolheria 12 convidados. Entre eles, o chef Claude Troisgros, a nutri­cionista Neide Rigo e o sociólo­go Carlos Alberto Dória. Na ta­ça, vinhos selecionados por Jonathan Nossiter, que também estaria presente.

"Sempre fui apaixonada por banquetes. No meu restauran­te, faço questão de manter esse ritual todas as noites", diz a premiada chef gaúcha, que hoje mora no Rio. "Carême é a refe­ rência de todos nós. Sou auto­ didata e estudei pelos livros de­le. Todos em francês e eu nem falava francês (risos)."

Na imaginação de Roberta, o cardápio teria sete etapas, nas quais ela tentaria traduzir sua cozinha e mostrar alguns dos ingredientes que estudou nos últimos anos. Nas receitas, aparecem maxixe, chuchu, quiabo, magarito. "Meu barato é fazer com que ingredientes do dia a dia possam se expressar também na alta gastronomia."

Ela prepararia, por exemplo, um porquinho de leite assado em baixa temperatura caseira. "Essa técnica era a grande especialidade de Carême. Tenho medo dessas máquinas modernas. Controlo a carne de manei­ra artesanal, num recipiente coberto, para criar vapor e fazer com que não perca umidade nem volume."

Uma torta de pera com tapio­ca encerra o banquete. "A esco­lha do menu não poderia ser di­ferente: cozinha brasileira moderna. Tenho certeza de que Carême conseguiria com­preender."
O texto no blog da Roberta
Os jantares que não dei…
Cheia de novidades! Camelos, desertos, Bocuses e coisas mais. E tempo? Como valorizo esse senhor! Cada vez mais, cada minuto mais. Aproveitei cada segundo dessa escapada e fui imensamente feliz. Alguma coisa pode ser mais importante nessa vida? Acho que cheguei à conclusão de que não, definitivamente não tem nada mais importante na vida do que cozinhar, viajar e ser feliz! Dito isso, mesmo sem tempo estou aqui. Feliz!
Ainda não vai dar para contar tudo como gostaria, mas não poderia deixar de voltar nesse assunto: “Os jantares que não dei” Tema fascinante do livro da não menos fascinante Betina Orrico, que também foi tema de uma matéria, da qual tive a honra de participar ao lado da minha musa inspiradora Mari Hirata para a Folha de São Paulo: http://eaturl.info/2w4g Sempre que encontro a Mari tenho vontade de fazer uma reverência. Justa e merecida, diga-se de passagem, e faço!
A matéria ficou ótima, interessantíssima, mas, como hoje já entendo melhor dessa loucura que atende pelo nome de redação! Imagino os porquês de não terem incluído, não só toda a minha lista de convidados, como o menu que gostaria de ter servido à Antonin Carême cercada por essas pessoas, numa mesa única, sem toalha, embaixo de uma árvore bem gorda. Pois bem meus caros, e não é para isso que os blogs servem? Segue na íntegra toda a concepção do jantar, assim como o menu e a lista de convidados! Em primeiríssima mão. Demorei mas voltei com tudo, me aguardem!
Entrevista Folha de São Paulo
Pauta: Os jantares que não dei
Homenageado seria: Antonin Carême
Convidados seriam:Claude Troisgros, Laurent Suadeau, Emanuel Bassoleil, Mara Salles, Ana Soares, Neide Rigo, Benny Novak, Carlos Doria, Janaína Rueda, Eliane André, Rodrigo Oliveira, Jonathan Nossiter, Renato Machado, Boni.
Ambientação: Ao ar livre, uma mesa grande de preferência embaixo de alguma árvore.
Vinhos: Todos de terroir escolhidos pelo Jonathan Nossiter.
Menu: Tartare de abóbora, Filé curado em marmelada de maxixe, Quiabo defumado em camarão semicozido, Lagostim em lâminas de chuchu e leite de amendoim, Ravióli amanteigado de mangarito em três texturas, Porquinho de leite assado em baixa temperatura caseira, Chantilly de batatas, Tortinha de pêra e tapioca

5 comentários:

Carol disse...

Neide, que chiquê! Eu que leio seu blog há tanto tempo já me sinto sua amiga, e agora me sinto amiga de alguém que é amiga da Roberta Sudbrack, hehehehe, parabéns, beijos!

Neide Rigo disse...

Oi, Carol! Eu também achei isto tão chique. Ainda mais a Roberta, que admiro tanto. Amigas, amigas!
beijos, n

tita disse...

Eita, Neide!!! Que máximo, heim? Eu fiquei besttinha quando li! =) Imagina tu!
beijão

clau disse...

Legal isto, Neide!
Bem mais legal, até, que a coisa daquela blogger ali do filme que vimos. rss
E, sem querer, vc me disse o nome da planta que eu fotografei ali em Copacabana e ninguém sabia o nome.
Com certeza pq eramos, todos, paulistanos...
Hihihi.
Bjs!

Neide Rigo disse...

Claudia,
eu adoro esta árvore. Sempre que vou ao rio fotografo as flores ou os frutos - não resisto.
bjs,n