segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Hélio do Alho ou O Nordeste é aqui, parte 2

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Vendedor de umbu e pequi; vendedor de umbu em frente à Casas Bahia (coincidentemente, o boné do ambulante também é das Casas Bahia); vendedora de feijão-de-corda e vendedor de aipim - como podem ver, ônibus para estes lados não faltam.
Moro a umas 15 quadras de um pedaço de São Paulo que concentra migrantes paranaenses, mineiros e nordestinos. Pelas minhas contas, principalmente nordestinos. O Mercado da Lapa, do qual já cansei de falar aqui, é onde encontro quase tudo de que preciso quando quero fazer um prato nordestino ou, digamos, à moda nordestina. Mas as barraquinhas de ambulantes que ficam fora do Mercado são imprescindíveis quando quero maxixe, feijão verde, pequi, mandioca descascada e umbu. Aliás, a Lapa de baixo e talvez Largo Treze, em Santo Amaro, ou o Largo da Batata, em Pinheiros, devem ter a maior concentração de umbu por metro quadrado fora do Nordeste nesta época do ano. Por aqui, nas imediações do Mercado e rua 12 de outubro, a gente encontra vendedores com carriolas de umbu a cada esquina. E se um estrangeiro perguntar para um paulistano o que se faz com umbu, como se come ou que gosto tem a fruta, raramente vai encontrar uma resposta. Quem compra é nordestino ou um ou outro curioso. Veja receita de UMBUZADA aqui.


A casa de produtos do norte do Helio do Alho. Na frente, barraquinha tocada pelo filho.
Agora, o que faltava mesmo no pedaço era uma casa de produtos nordestinos. Montar uma era o sonho do Hélio Mendes da Silva. Há 28 anos em São Paulo, o recifence já foi camelô e por 10 anos vendeu alhos na portinha de um imóvel perto do Mercado, atividade que lhe rendeu o apelido que lhe dá a fama: Hélio do Alho. Há cinco meses, com sua mulher Regina, montou a casa com recursos próprios conseguidos com muito suor e alho e com todo o capricho possível. Lá você pode encontrar excelente manteiga de garrafa, cajuada, doce de jaca, requeijão baiano, massa de mandioca, inhame do Norte, pimentas em conserva, azeite de dendê puro, favas brancas e rajadas, feijão fradinho, feijão andu e uma infinidade de outros itens. Senti falta de algumas coisas, mas a regra para ele incluir o produto em suas compras é ter procura por pelo menos dois clientes. Precavido, não quer saber de empréstimos e dar passos maior que a perna. Então, vai aos poucos, mas feliz por ter realizado o sonho. Seu filho ajuda nos negócios da família tocando a barraquinha de legumes que mantém, devidamente licenciada, em frente à casa. Pergunto por que não aproveita a barraca pra vender frutas e legumes mais típicos do nordeste e ele, eticamente, diz que respeita outros vendedores que já o fazem.
As réstias que dão fama ao Hélio do Alho
Ele mói na hora o tempero que quiser: puro ou misturado. E tem pronto para moer o tempero baiano (com orégano, cominho, pimenta calabresa etc).
Hélio do Alho: azeite de dendê e suco de caju
Hélio do Alho: réstias e mais réstias
Hélio do Alho: pimenta cumari vermelha - coisa rara, já que passarinhos comem antes que amadureçam
Hélio do Alho: queijo de coalho e requeijão da Bahia

Hélio do Alho: manteiga de garrafa, bolacha sete-capas
Hélio do Alho: feijão fradinho e feijão andu
Hélio do Alho: cajuada, beiju de coco, doce de mocotó
Hélio do Alho: Inhame do Norte (enormes!)
Casa de Produtos Nordestinos Hélio do Alho
Rua Conrado Moreschi, 209 - Lapa - São Paulo - SP
(No largo onde ficam os ambulantes, em frente à entrada do lado mais estreito do Mercado da Lapa)

19 comentários:

Anônimo disse...

que delícias Neide,sinto muita falta destes produtos aqui no sul,aqui nada disto existe e nem é conhecido, beijo!

Daniel Brazil disse...

êh, coisa boa!

gabriellesousa disse...

Neide,

Gosto muito do seu blog. É muito completo e autentico mas tenho estado incomodada com uma pequena bobagem de comunicação...

Os "nordestinos" ou o "nordeste" como vc constantemente generaliza não existe.

Engraçado vc escrever "paranaenses, mineiros e nordestinos" como se o nordeste fosse um "estado brasileiro". Alguém já ouviu a expressão os "sudestinos"?? Eu nunca ouvi, e pq os nordestinos não tem ”Estado” para grande parte dos moradores do "sul/sudeste" do Brasil? Como não! Se em área o nordeste é maior do que o sudeste? Somente o nordeste é homogêneo o suficiente para viver dessa generalização rotineira dos que vivem FORA dos estados do nordeste? Sim, pq aqui existem baianos, pernambucanos, maranhenses, cearenses... Distintos tais quais mineiros, cariocas e paranaenses.

Nossa! E as diferenças culturais são imensas, estejam certos disso!

Sinceramente me sinto cansada de ser bombardeada desse simplismo que permeia os meios de comunicação, que insistem em desfazer as aulas de geografia aprendidas em tempos idos e em propagar tamanho descaso. A velha generalização do desconhecido...

Ah! Qual é mesmo a capital do Piauí?

Abs,

Neide Rigo disse...

Oi, Gabrielle, talvez você tenha razão, mas os principais responsáveis pela generalização são os próprios nordestinos que descobrem o quanto têm quando estão longe de casa e numa cidade tão impessoal quanto São Paulo. Eles gostam de juntar seus produtos em casas chamadas "casa do norte" (e, veja bem, generalizam ainda mais, ainda que vendam só produtos do Nordeste e nunca tucupi ou tucunaré do Norte). Eu sei que há muitas diferenças entre os estados, mas sei que há mais em comum entre eles que entre paranaenses e gaúchos. Aqui em São Paulo não há "casas do sul" onde se vendam pinhões ou cucas. Simplesmente porque o nordeste tem uma identidade mais forte e que admiro. A casa do Hélio do Alho tem um nome que não fui eu quem deu: Casa de Produtos Nordestinos. Foi ele, de Recife, que a chamou assim. E, embora não conheça Teresina,sei onde fica. E vários dos clientes do Hélio do Alho são de lá, assim como são de Fortaleza, de Salvador, de Ilhéus, de Garanhus, de João Pessoa etc. Há vários redutos em São Paulo onde nordestinos de várias cidades se encontram. Nas periferias pipocam casas do norte, mas realmente não conheço lugares que agrupem migrantes de outras regiões. Vou ficar feliz se me disser. Será uma ótima contribuição. De verdade. Mas, desculpe se te incomodo e obrigada pelo elogio.
Um abraço,
Neide

gabriellesousa disse...

Neide,

Vc tocou no ponto mais importante da questão “os principais responsáveis pela generalização são os próprios nordestinos”. Isso é verdade, mas ressalvo que se trata dos nordestinos “expatriados”, com o perdão da palavra. Se juntaram durante tanto tempo pq nordestino em SP era exemplo de oprimidos pela seca em busca “de uma vida melhor” em São Paulo. Guetos, periferias, trabalhavam como pedreiros, domésticas. Enquanto eram tratados como “Paraíbas comedores de farinha”. Tinham mesmo que se juntar aos “seus”...

Mas é certo manter a tradição dessa generalização por este motivo? Nordestino é o nascido na região nordeste do brasil e que vive fora do nordeste? A ele não foi dado direito de ter um estado? É o nordestino de Recife, de São Luis?

Em contrapartida, o nordestino Pernambucano (que não precisou migrar e adora a bandeira e o hino do seu estado) dança frevo, maracatu e cavalo marinho no carnaval, já os Maranhenses (que VIVEM em São Luis) sequer sabem o que é cavalo marinho mas dançam bumba-meu-boi no mesmo período e adoram geléia de pimenta, que na mesa pernambucana é coisa exótica.

Ah! E como os nordestinos são diferentes, até rixam tal qual cariocas e paulistas a despeito do que imaginas.

A você pode parecer descabida ou exagerada minha indignação, mas espero que sirva ao menos como reflexão. Pois na região geográfica onde vivo não existem nordestinos existem, como já disse, baianos, cearenses, pernambucanos, alagoanos, potiguares, serjipanos, paraibanos, maranhenses e piauienses. Vai ver que é pq os últimos "nordestinados" ficaram em SP e na cabeça dos “sulistas e sudestinos”...

Um grande abraço! Desculpe a aporrinhação e novamente parabéns pelo blog!

Anônimo disse...

Olá, muuuuito bom seu blog! Adorei conhecer. Gosto de gastronomia, culinárias, cozinhas, receitas, restaurantes, etc, mas 95% dos blogs são só receitas, e uma pequena parte é cultura gastronômica em geral. Os de receita são ótimos, mas são tantos... que me perco. O seu será um porto firme nos meus favoritos. Voltarei aqui sempre!(..e te convido a visitar o meu popkitchen.com.br, e nosso site o www.suamesa.com.br).

ah.. legal a polêmica, é curiosa esta rejeição do adjetivo pátrio 'nordestino', antigamente era mais justificável do que agora que estamos todos interligados e vivemos nesta big aldeia. Não vejo mais aqui em SP o uso de 'nordestino' como preconceito há um bom tempo, acho que já perdeu esta conotação por aqui, mas talvez faltou avisá-los. E porque não sermos também sudestinos?* Dá até uma dupla sertaneja: Nordestino e Sudestino!:)) (*no Houaiss não tem sudestino mas tem nordestino).

abraços, Enio

Neide Rigo disse...

Gabrielle,
obrigada pela contribuição e o convite à reflexão. Só que aqui falo de comida e, sinceramente, não vou mais saber como falar de um assunto como o deste post se tiver que especificar os baianos, os cearenses, os maranhenses, os piauienses, os potiguares, os sergipanos, os paraibanos, alagoanos (esqueci algum?) ... Acho que não é errado dizer que muitos deles frequentam, aqui em São Paulo, o Mercado da Lapa e imediações e chamá-los de nordestinos não deveria ofender ninguém. Afinal, é normal que o Nordeste como a região com maior número de estados do país, seja citado pelas outras regiões de forma generalizada quando não há necessidade de citar nominalmente cada estado. Nunca chamei ninguém de baiano ou paraíba, como sei que muitos fazem por aqui, sem saber de onde é a pessoa. E sempre que foi o caso, citei o estado, como, por exemplo, o arroz vermelho do vale do Piancó-PB e tantos outros. E chamamos de nordestino aquele que nasceu na região do Nordeste que abrange todos estes estados, estando eles lá ou aqui. E eu adoro que estejam aqui, embora quase sempre tenham vindo por motivos de força maior. Eu aprendo muito com eles e sei a importância que tiveram e ainda têm para manter esta cidade de pé. Mas eles estão também em vários outros setores como nas universidades e nas grandes empresas. De forma alguma uso aqui o termo nordestino pejorativamente. Se eu tiver que falar do pinhão, por exemplo, vou dizer, sim, que é um alimento típico de sulistas (e não sudestinos) e não nordestinos. Acho que esta generalização não compromete em nada o teor da informação. Mas, ainda assim, obrigada mais uma vez, vamos refletir sobre isto. De onde você é?
Um abraço e boas festas!
Neide

Marcia H disse...

ai, meus saissss

outro dia conversando com uma pernambucana, rimos muito pois ela perguntou a uma mineira se ela sabia onde comprar charque aqui onde moramos e a mineira nao sabia nem o que era charque. só quando ela disse: charque, carne-seca, jabá é que ouviu a resposta: ah, como no programa dos trapalhoes q eu assisti qd pequena.

antes de ser brasileira, sou baiana
antes de ser brasileira, sou nordestina
antes de ser brasileira, sou cidada do mundo, nordestina, baiana

Anônimo disse...

Gabrielle
Fique fria! Acho que você está exagerando um pouco e até sendo injusta com a Neide. Não tenho dúvidas de que este é o melhor e mais patriótico blog sobre cultura gastronômica brasileira na internet. Nunca ví alguém tão obsecada e entusiasmada em conhecer, classificar e entender separadamente cada uma das semelhanças, diferenças e influências que este país continente tem na cultura alimentar desta sua tão boa gente híbrida. Trabalha como uma pesquisadora científica e merece todo o nosso respeito. Não deveria ser importunada com indagações geográficas primárias.
Esta polêmica só está sendo possível porque a Neide é democrática e não deixa de tratar a todos com enorme atenção e carinho.
Entendo sua indignação mas assim como você não aceita ser generalizada como "nordestina" não acho legal que generalize também os formadores de opinião. Não consertamos erros cometendo outros.

gabriellesousa disse...

Marcos,

Faça o favor de reler o que eu escrevi. Tenho certeza que vc não entendeu nada pois o que escrevi foi qualquer coisa que não uma "questão geográfica", talvez exatamente o contrário, não?

Não estou importunando a Neide, a respeito demais (a despeito do que tu escreveste) e indico este blog a várias pessoas justamente pela prerrogativa da riqueza alimentar do nosso pais. E foi por isso mesmo que me dei à liberdade de escrever esta reflexão porque também sou envolvida com gastronomia e me interesso muito pela “sociologia da alimentação”.

Acredito, que assim como eu, a Neide não deve gostar de rótulos e conceitos pré-concebidos (neste caso fruto de preconceito, sim pq o preconceito vira inconsciente coletivo, amigo) e por isso propus a reflexão. Neide escreve o que quiser e sobre o que quiser, o blog é dela, assim como poderia ter ignorado meu comentário.

Para finalizar esse “assunto” a reflexão foi: Pq somente existem “nordestinos” no Brasil (inclusive no dicionário), a despeito dos “nortistas”, “centro-oestinos”, “sudestinos” e “sulistas”? Será que é mesmo porque é a região mais homogênea do país? E por isso mereceu este adjetivo exclusivo-generalista?

Aos que preferem viver “do que sempre foi e sempre será” ignorem meus comentários.

Ah! Sou nordestina mas não sou baiana. Adoro feijoada, acarajé, tacacá, macaxeira e arroz de cuxá...

Abs e boas festas!

Neide Rigo disse...

Marcos, não sei quem é, mas obrigada pelo comentário. Não trabalho como uma pesquisadora científica, mas como alguém que gosta de comer, cozinhar e saber um pouco mais sobre nossa cultura alimentar. Só isto. Sei que cometo muitos equívocos e estou aqui para ouvi-los, quando for o caso, e tentar fazer melhor. Por isto, agradeço também à Gabrielle por ter trazido à tona a questão dos nordestinos. Fica para todos nós o convite à reflexão. Obrigada Enio, Marcia, Daniel e todos os que aqui apareceram ao longo deste ano. Feliz 2009 para todos. Um abraço, n

Anônimo disse...

Gostei muito desta sua "reportagem". Deu-me umas saudades imensas do tempo que passei há oito anos por parte do Nordeste, entre o Recife e Fortaleza. Foi a primeira vez que visitei o Brasil, mas espero que não seja a única...
Agora consigo, fiquei a conhecer um pouco mais dos produtos típicos dessa região que me fascinou.
Agradeço-lhe por isso e peço-lhe que nada nem ninguém a faça desistir de nos mostrar as riquezas culturais e gastronómicas do nosso querido Brasil!
Desejo-lhe Festas Felizes e que o Novo Ano lhe traga muitas Alegrias.
Bjs. Bombom (Avó)

Anônimo disse...

Cara Neide,

Bem, posso dizer que entendo o teu ponto de vista e concordo com a falta de intenção tua quanto a qualquer desvalia diante desta maçaroca de estados, conhedida por Nordeste. Bem, morei nos Estados Unidos, Minneapolis(MN) por 06 anos, e sinto que apenas tendo este paralelo internacional, algum brasileiro não nordestino sinta na pele o peso de um desinteresse pelas reais particularidades de onde a pessoa tenha vindo. Bem, em solo americano, todos aqueles abaixo da fronteira dos estados unidos são reconhecidos por latinos, tanto faz se você nasceu em Ubatuba,Sorocaba, Cochabamba ou Taquirez de la madrezita. Ou seja, creio que apenas tendo esta experiencia, como paraibanos, ou paulistas, ou sudestinos ou nordestinos..aprendemos a dar real valor as pessoas do nosso país. Generalizar uma população é tão ingênuo e idiota quanto generalizar um gênero..., por exemplo toda mulher é ....todo homem é....Parabens pelo blog. Walter Schneider (judeu..sim há judeus no "nordeste". Por sinal os primeiros judeus a chegarem nas Àmericas estiveram inicialmente no Recife...e depois foram fundar uma cidadezinha conhecida como Nova Amsterdan...depois conhecida por New York)

Neide Rigo disse...

Caro Walter, obrigada pelo comentário. Depois deste post, pensei e repensei muito a questão levantada pela Gabrielle e ela está coberta de razão. Passei a prestar mais atenção nisto. Gostei de saber dos judeus no Recife, assim não corro o risco de achar que todo judeu do Brasil se concentra em São Paulo nos bairros do Bom Retiro e Higienópolis (riso). Um abraço, N

Lidia disse...

Ôxe que esse post sobre as comidas lá de riba me assanhou a fome, ó!

Sou carioca, mas filha de pernambucano, então imagine que cresci comendo farofa, cará, inhame, tapioca, cuscuz de canjiquinha, queijo de coalho, requeijão nordestino e outras delícias maravilhosas do nosso NE.

Amei esse post! Acho que vou visitar uma casa de produtos nordestinos... rsrs

Anônimo disse...

Adorei o blog!Eu sendo mineira e casada com um nordest...paraibano(risos)aprendi a gostar das delícias dessa região.Bju.
ADRIANA M.

Fabio disse...

Neide, sabe se o Helio ta la ainda?

ver Vivarium online disse...

Sou carioca, mas filha de pernambucano, então imagine que cresci comendo farofa, cará, inhame, tapioca, cuscuz de canjiquinha, queijo de coalho, requeijão nordestino e outras delícias maravilhosas do nosso NE.

Business Central disse...

Microsoft Dynamics 365 Business Central, previously known as Microsoft Dynamics NAV (or Navision), is an all-in-one business management solution, designed for organizations who have outgrown their initial accounting software. As a successor of Dynamics NAV, Dynamics 365 Business Central brings rich functionalities together with the flexibility of the Cloud, though of course an on-premise version is available to those who prefer it. It includes a full stack of accounting and financial management capabilities, as well as sales, marketing and service module, project management, supply chain, inventory and operations management. Dynamics 365 Business Central provides both ERP and limited CRM capabilities to small and midsized businesses, all integrated with Microsoft Office 365. It can be simple or customized to meet specific industry needs using PowerApps, Microsoft Flow and Power BI.