Nunca tenho cubos de carne em casa. Não gosto; acho que mais atrapalham que ajudam no sabor; costumam ter muito glutamato; são muito salgados. E também não uso porque não tenho costume, minha mãe nunca usou, nenhuma das minhas irmãs compram e, enfim, eles não fazem a mínima falta na minha vida. Os caldos encubados e que tais, realçadores de sabores e amores (numa propaganda o pozinho era sinônimo de amor, lembram?) viraram uma febre na cozinha, como leite condensado. Ninguém mais parece se contentar com o sabor da cenoura ou até da própria carne. Em tudo tem que ter caldo de carne ou galinha. Não precisaria. Em alguns pratos bastaria água e o perfume dos ingredientes e ervas aromáticas. Sempre que posso, faço caldos em casa para o que realmente merece – uma sopa sem carnes, por exemplo. Ou um risoto. Como sabem, decido tudo de última hora. Aí resolvo fazer um caldinho para um risoto, mas cadê a carne, o salsão, o alho poró, as folhas de louro, o tomilho, a cenoura? Se tenho uma coisa, não tenho a outra e quando tenho a carne, está sempre congelada. Mas eu só queria meio litro de caldo. Uma xícara, às vezes. Cansei desta história e decidi: melhor que cubos, um pacotinho congelado que eu boto diretamente na minha minúscula panela de pressão e em poucos minutos tenho um caldo a jato muito mais saboroso que o feito com cubos. Isto, mesmo contrariando todas as técnicas culinárias do bom Cordon Bleu. Mas, como não sou chef e na minha cozinha quem canta de galo sou eu, achei muito prático este método. Quer mais uma vantagem? você compra ingredientes fresquíssimos uma só vez, não desperdiça nada, faz uma linha de produção e produz um monte de pacotinhos. Esta coisa de fazer caldo em grande quantidade, reduzir e congelar em cubinhos de gelo nunca deu certo para mim. Eles parecem ficar aguados, sem gosto. Assim, achei melhor.
Caldo de frango a jato: comprei um frango caipira e cortei em pedaços, separei em pratinhos pedaços de frango, talos de salsão, fatias de alho-poró, uns grãozinhos de feno grego, 1 cravo, galhinhos de tomilho e folhas de louro. Embrulhei tudo em saquinhos, congelei. Quando quero usar, tiro do freezer, descarto o plástico, coloco na panela de pressão com 3 xícaras de água e cozinho na pressão por 20 minutos. Coe e use o caldo. Espero que renda pelo menos 1 xícara de líquido. Se não, complete com água ou reduza. Desengordure, salgue e use em risotos, sopas e canjas. Se for o caso, separe a carne dos ossos e junte à preparação. Ou coma tudo, chupando os ossinhos, tudo polvilhado com sal, que vai estar uma delícia.
18 comentários:
Neide, amei esta idéia...vou tratar de copiar seu caldo a jato na minha próxima compra e depois te conto.
Beijos
Isso é o que eu chamo de subversão das técnicas clássicas...rsrsrs...mas adorei!!!
Tá certíssima, cada um sabe que galo canta em sua cozinha.
Abraços,
Bergamo
Olá
Como eu não pensei nisso, como você disse sempre falta algum ingrediente ou rola uma preguiça. Já estou implantando o método em casa. Inté Leo.
Amei a ideia, eh perfeita! E estou contigo nos caldos de cubinhos, eh um horror de glutamato.
Minha mae usa muito os cubinhos e a comida dela apesar de ser muito gostosa (e feita com muito carinho!) tem sempre o mesmo gosto...
Beijos!
Ana
Identifico-me com essa atitude em relação aos caldos de compra,ADOREI a sua ideia!
amiga,tu és mesmo do balacobaco,adorei, beijo!
Neide, curti mto! Também sinto falta de ter o caldinho preparado em casa!
Gostei mto da parte de quem manda na sua cozinha! Ótimo!
bjos
E vai tudinho congelado na pressão?
Nunca imaginei congelar os vegetais crus assim.... adorei a idéia, copiadíssima!!! Vou experimenar!
Beijinhos
Oi, Laurinha, estes legumes não congelam bem mesmo, mas para o caldo, tudo bem. Conservaram o aroma e a textura, não importa. Eu tiro do freezer, tiro o bloco do saquinho - talvez precise botar o saquinho embaixo da torneira uns segundos - e coloco direto na panela.
Um abraço,n
Neide, que idéia boa. Vou fazer esses caldos em casa. Abraços.
Neide, considerando que a idéia seja substituir os famigerados quadradinhos e pozinhos-mágicos, vamos em frente.
Acho até que vou "trabalhar" esta idéia... Depois conversamos sobre isto...
E onde vc encontra tomilho fresco? Aqui, Recife, tenho a maior dificuldade de encontrar ervas frescas.
Oriente-me. Grata, Liliane
Adorei a ideia!
aproveito p/ perguntar se vc tem alguma receita boa c/banana são tomé(aquela c/ casca vermelha)e a bananinha ouro.Ganhei dois cachos e estão amadurecendo.
Oi, Liliane,
aqui em São Paulo a gente encontra facilmente e eu tenho plantado no jardim. Mas não se aperte. Use um pouco de orégano seco mesmo - bem pouco. São muito parecidos.
Tomás,
a banana são tomé usaria cozida, com mel. Ou fatiada e dourada na manteiga, com sal. Ou ainda para fazer bolos - batidas com ovos, farinha de rosca, açúcar mascavo, manteiga (infelizmente nunca testei, mas dá certo). A ouro pode ser usada inteira em tortas ou em calda. Pena que não tenho nenhuma receita testada agora para lhe dar. Um abraço,N
Neide, high five!! :-)
Essa sua ideia eh realmente fantastica!
Fiz o creme--diosmio, que maravilha eh aquela? agora estou de joelhos, rezando pras mudinhas do geranio limao vingarem.
beijos,
Neide:
Não é nenhuma novidade, dizer que você é mesmo demais.
Embora não goste, acabo sendo sem-vergonha e compro de legumes. Acho que agora não teremos mais desculpas.
Um beijo.
Oi, cheguei no seu blog pq estou a procura de kefir. Gostei dessa idéia. Vou tentar fazer na próxima compra.
Neide
Eu tb não gosto dos cubos de carne e se possível não utilizo mas ás vezes quando a gente quer dar um acento num prato acabo usando metadinha (com um sentimetozinho de culpa ,tb detesto glutamato).
Adorei o seu caldo.O de frango preparava à moda de um amigo do México e agora a sua dica bem legal.
Bjs
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