quinta-feira, 26 de março de 2009

Peixe galinho com purê de banana-da-terra ao leite de licuri

Antes de ontem e ontem passei mal, tive ânsias, descomi o almoço na hora do jantar, não comi mais, não quis cozinhar, enjoei, fiquei mole, com olho de peixe morto, emagreci. Ontem ainda estava meio de ressaca, mas consegui terminar o purezinho que havia começado na noite anterior e que havia interrompido no meio por causa dos enjoos. De manhã a Eliana chegou dizendo que também teve os mesmos sinais durante a noite. Nós duas tomamos chá de amburana-de-cheiro que, segundo ela, é bom pra isto. Saramos. Agora foi a vez do Marcos que passou mal durante esta noite, com enjôos. Na terça feira, quando tudo começou, o que fiz de diferente foi andar de trem gelado até a Vila Olímpia, onde tinha uma reunião num prédio fechado, com ar condicionado. Depois, almocei aqui em casa com uma amiga, uma carne de costela que tinha preparado no dia anterior e mantido na geladeira até o momento de requenta-la até a fervura. Com outros pratos insuspeitos: vagem refogada, salada de folhas desinfetadas, feijão de corda, arroz integral, legumes ao forno, vinho. Carmen comeu de tudo, gostou, elogiou, repetiu a carne. Liguei pra saber se tudo bem, se não tinha passado mal e ela continuou elogiando a carne, disse que estava tudo bem e que saiu daqui satisfeita.
Agora, lendo o blog do Paladar, vejo que os clientes do restaurante britânico
The Fat Duck tiveram foi uma virose com sintomas parecidos com estes que tive. E pensar que isto quase leva Heston Blumenthal a decretar falência. Veja a notícia aqui. Logo, aliviada por não ter que fechar minha própria cozinha, imagino que fomos atacados também pelo fat duck virus - convenhamos que este nome seja mais elegante para o norovirus que "winter vomiting". Mas, ufa, passou.
Continuando o que havia começado, ontem só consegui terminar o purezinho para comer com os filés de peixe galo (ou galinho, como corrigiu-me um leitor), que me trouxe de volta o ânimo. Sobre este peixe já falei aqui. Foi bom, restaurador.

Filé de peixe galinho com licuri crocante
4 filés de peixe galo ou galinho (400 g)
Sal e pimenta-do-reino a gosto
1,5 colher (sopa) de azeite
2 colheres (sopa) de coquinho de licuri finamente picado
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (chá) de suco de limão rosa
Tire a pele dos filés e faça uns cortes rasos transversais para ele não enrolar. Tempere com sal e pimenta-do-reino e frite na metade do azeite, em frigideira antiaderente. Vire os filés, junte o azeite restante e deixe dourar. À parte aqueça a manteiga com o licuri e deixe começar a dourar. Junte o suco de limão e uma pitada de sal e distribua por cima do filé.
Rendimento: 4 filés pequenos
Nota: já falei do licuri aqui e em vários outros posts.

Purê de banana da terra com leite de coquinho licuri

3 bananas-da-terra (900 g)
1/2 xícara de leite de licuri (ou de coco)
1/2 colher (chá) de sal
1 pitada de pimenta-do-reino
1 pitada de raspas de limão rosa ou Taiti (opcional)
Lave e corte as bananas ao meio e cozinhe no vapor por meia hora ou até ficarem bem molinhas. Descasque e bata com mixer ou no processador até ficar cremosa. Junte o leite de coquinho aos poucos. Tempere com sal e leve ao fogo. Mexa até começar a ferver Junte a pimenta e as raspas de limão, se for usar, e sirva com peixe.
Rende: 6 porções
Nota: Bata no liquidificador 1/2 xícara de licuri com 180 ml de água quente até formar uma pasta. Coe no pano, espremendo bem (use o leite e reserve o farelo para usar em outros pratos como pães, farofas etc).

Ontem eu estava mais para purezinho que para peixe, daí a desproporção. Mas este peixe de carne saborosa, firme, suave, vai bem até a gente muito enjoada.

8 comentários:

Karina disse...

Nossa, eu nunca tinha visto esse peixe. Agora, estou com vontade de experimentar, tem até água na boca. Mas estou numa dieta rígida, comendo canja há dias. Bjos e obrigada por nos brindar com essa receita divina.

Marcia H disse...

melhoras. isso é tao comum por aqui neste tempo horrivel, o bom é que apesar de intenso é rápido.

adorei a receita do purê de banana da terra, oh coisa gostosa é banana da terra.

bj

Anônimo disse...

nossa,tive um chilique de vontade de comer esta banana,que eu tanto gosto.Por aqui,não existe,só fica na saudade,beijo!

paulina disse...

Tenho acompanhado seu blog há tempos. Até pretendia ter ido a sua aula na WK, mas tinha uma aula marcada para aquele mesmo dia e horário.
Estou interessada no licuri, pois conheci em uma aula do Edinho.
Dá pra vc dizer onde existe aqui em SP? Mercadão, Sta Luzia ?
Essa tal Coopes é super complicada.
Agradeço e abraços....Paulina

Anônimo disse...

Eu também tenho tido esse probleminha de estomago. Já precisei ir ao médico mais de uma vez e o mesmo disse se tratar de uma virose, me receitou um remedinho que melhora em 7 dias...muito chato. Se acontecer de novo vou tomar esse chá. Mudando de assunto, estou passando uns dias em Campos do Jordão e tive a aportunidade de colher, cozinhar e comer uns pinhões, gostaria que você falasse um pouco sobre eles. Propriedades, etc...Bjs. Fique com Deus.

Anônimo disse...

Neide, peixe-galinho é denominação regional, muito restrita. Da Bahia pra baixo, até o Rio Grande do Sul, o nome oficial é peixe-galo mesmo!
Sou fã deste peixe desde que pesquei um, meio sem querer, aos 14 anos, na Barra da Tijuca. Bom e barato!

Anônimo disse...

Adoro banana da terra e esse purezinho parece muito gostoso. Pena que não acho essas bananas por aqui! Vou tentar na feira hoje, quem sabe.

Juliana

Marco Gondim disse...

Neide,

Já vi outros textos seus sobre o licuri e fico me perguntando se é o mesmo que chamávamos (pelo menos lá em casa) em Ituaçu, na minha infância de "coquinho". Na feira vendiam colares de coquinho que minha avó comprava e dava para os netos brincarem de colocar no pescoço e comer ao mesmo tempo. Também comíamos cozido, com um pouco de manteiga, no café da manhã. Mas acho que era hábito restrito da minha avó.
Abraços,