Fiquei de postar aqui sobre a piava que assei tão logo ela chegou de Porto Alegre pelas mãos da amiga Mariângela, presente dela e do Rui. Quando estivemos lá no ano passado comi o peixe pela primeira vez e fiquei impressionada com o tamanho das postas, a brancura da carne e especialmente o sabor tão suave e agradável, um dos melhores peixes de água doce que já comi.
A Leporinus obtusidens, também conhecida na Argentina como voga ou boga, pode ser encontrada nas bacias hidrográficas do Sul como no Rio da Prata e no Rio Uruguai. Como os parentes do mesmo gênero, a piava tem hábito alimentar onívoro: insetos, restos de peixes, frutas e vegetais. Tanto esta que ganhei como a que comemos em Porto Alegre foram pescadas pelo Dirceu, irmão do Rui, no Rio Uruguai. Dizem que é um peixe briguento, valentão, além de ser grande. Mas deixa-se enganar facilmente. O modo mais fácil de pegá-lo é pela confiança – e paciência, afinal o bicho deve ser cevado durante dias.
Já ouviram o termo cevando a piava? – vai criando condições para depois dar o golpe com maior chance de acertar; vai ganhando confiança até estar no papo. O método usado é ir alimentando os peixes com pedacinhos de mandioca ou milho moído que tenham sido fermentados em baldes com água. De acordo com a teoria do meu amigo Rui Gassen, provavelmente fica mais fácil pegar piavas assim porque devem ficar bêbadas. O que o irmão e um amigo fazem é cultivar uma rede de contatos ao longo do rio Uruguai. “Quando eles querem pescar, acionam o contato antes e ele vai cevando ou embriagando as piavas todos os dias por uma semana”. Eles chegam quando os peixes já estão meio viciadinhos naquela vida boa. Aí basta temperar e assar. Nhac.
Aqui, a receita do que fiz.
1 pedaço de 1,2 kg de piava
1 colher (sopa) rasa de sal
Suco de 1 limão
3 dentes de alho socados
1 pimenta dedo-de-moça picada
1 pitada de pimenta-do-reino moída na hora
½ xícara de ervas frescas picadas (peguei o que tinha no quintal): alfavaca, mangerona, tomilho, alecrim, salsa, manjericão
Abra as duas bandas do peixe, forçando para que fique como dois filés grudados com a pele para cima. Tire as escamas e faça cortes paralelos na pele com uma faca bem afiada. Misture bem todos os temperos, esfregue nos dois lados da piava e coloque-a num saco grosso, apertando bem e amarrando, para que o tempero tenha contato com toda a superfície do peixe. Deixe na geladeira por cerca de 3 horas. Forre uma assadeira com uma folha grande de papel alumínio, deixando uma sobra para cobrir. Coloque sobre ele o peixe com a pele virada para cima, junto com os temperos, feche bem e leve ao forno quente por cerca de 30 minutos. Abra o papel e deixe dourar.
Rendimento: 6 porções
A Leporinus obtusidens, também conhecida na Argentina como voga ou boga, pode ser encontrada nas bacias hidrográficas do Sul como no Rio da Prata e no Rio Uruguai. Como os parentes do mesmo gênero, a piava tem hábito alimentar onívoro: insetos, restos de peixes, frutas e vegetais. Tanto esta que ganhei como a que comemos em Porto Alegre foram pescadas pelo Dirceu, irmão do Rui, no Rio Uruguai. Dizem que é um peixe briguento, valentão, além de ser grande. Mas deixa-se enganar facilmente. O modo mais fácil de pegá-lo é pela confiança – e paciência, afinal o bicho deve ser cevado durante dias.
Já ouviram o termo cevando a piava? – vai criando condições para depois dar o golpe com maior chance de acertar; vai ganhando confiança até estar no papo. O método usado é ir alimentando os peixes com pedacinhos de mandioca ou milho moído que tenham sido fermentados em baldes com água. De acordo com a teoria do meu amigo Rui Gassen, provavelmente fica mais fácil pegar piavas assim porque devem ficar bêbadas. O que o irmão e um amigo fazem é cultivar uma rede de contatos ao longo do rio Uruguai. “Quando eles querem pescar, acionam o contato antes e ele vai cevando ou embriagando as piavas todos os dias por uma semana”. Eles chegam quando os peixes já estão meio viciadinhos naquela vida boa. Aí basta temperar e assar. Nhac.
Aqui, a receita do que fiz.
Piava assada
1 pedaço de 1,2 kg de piava
1 colher (sopa) rasa de sal
Suco de 1 limão
3 dentes de alho socados
1 pimenta dedo-de-moça picada
1 pitada de pimenta-do-reino moída na hora
½ xícara de ervas frescas picadas (peguei o que tinha no quintal): alfavaca, mangerona, tomilho, alecrim, salsa, manjericão
Abra as duas bandas do peixe, forçando para que fique como dois filés grudados com a pele para cima. Tire as escamas e faça cortes paralelos na pele com uma faca bem afiada. Misture bem todos os temperos, esfregue nos dois lados da piava e coloque-a num saco grosso, apertando bem e amarrando, para que o tempero tenha contato com toda a superfície do peixe. Deixe na geladeira por cerca de 3 horas. Forre uma assadeira com uma folha grande de papel alumínio, deixando uma sobra para cobrir. Coloque sobre ele o peixe com a pele virada para cima, junto com os temperos, feche bem e leve ao forno quente por cerca de 30 minutos. Abra o papel e deixe dourar.
Rendimento: 6 porções
5 comentários:
É por isto que a piava é tão macia e saborosa. Ela já vem amaciada no álcool e o peixe não solta hormônips do stress - ele morre numa boa!
ei Neide, saudade! nossa,pela foto,esta piava deve ter ficado maravilhosa,fico feliz que ainda tenho mais dois pedaços congelados para quando voltar rsrsrs. Aliás,na minha mala volta banana, badejo,camarão, sabes que a mãe traz todo sábado da feira brevidades feitas por uma velhinha,certamente não são de araruta mas derretem na boca,uma delícia! super beijo!
Rui, certamente é um dos melhores peixes de água doce que já comi. Vai ver é por causa da comidinha fermentada.
Mari, que inveja (branca, tá?).
beijos,N
Neide, li uma matéria na revista "VIDA SIMPLES" onde vc deu uma dica bem interessante sobre as basicas compras de supermercado.Achei muito interessante.
Parabéns pela dica, e pelo blog também.
Marcos do Simple
www.ssofl.blogspot.com
Marcos,
nem eu vi isto ainda. Mas me lembro, sim, que dei umas dicas. Obrigada. Um abraço,
N
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