Eu sei, eu sei. Ninguém agüenta mais me ler falando que cará não é mais cará, que cará é agora inhame e que inhame é pra sempre taro. Então, não falo mais. No entanto, ainda tinha do taro que trouxe do sítio e, lendo por acaso uma receita de hummus na mesma revista italiana que citei ontem, Nuova Cucina, de abril de 1986 (continua atual), tive a idéia de trocar o grão de bico pelo taro (ex inhame). E deu tão certo, e pareceu algo tão óbvio, que não duvido que alguém já tenha experimentado a mesma façanha. De qualquer forma, se você não tentou, aí vai uma alternativa mais rápida e barata à pastinha feita com tahine, alho, limão e grão de bico. Fiz apenas algumas adaptações e substituí a leguminosa pelo legume. E, antes que me perguntem, o inhame tem sim menos calorias que o grão de bico (115 Calorias em 100 gramas do grão cozido ante 67 Calorias pela mesma quantidade de inhame cozido), o que significa alguma leveza no resultado final. Em compensação, tem mais carboidrato e menos proteína. Mas, para deixar o prato mais equilibrado, é só abusar das verduras como acompanhamento e incluir um pedaço de carne ou uma porção de quibe cru. E para que puristas não me condenem pelo sacrilégio, não chamarei a pastinha de Homus ou hummus. Mesmo porque não é mesmo. Foi só uma vaga inspiração.
Pasta de taro (inhame) com tahine
500 g de taro cozido
2 ou 3 colheres (sopa) da água do cozimento
Suco de 3 limões Tahiti
6 dentes de alho
1 colher (chá) de sal ou a gosto
4 colheres (sopa) de Tahine (pasta de gergelim)
4 colheres (sopa) de azeite de oliva
Gergelim preto ou salsinha picada para decorar
Fio de azeite para decorar
Numa tigela, esprema no espremedor de batatas ou passe por peneira o taro cozido. Acrescente a água de cozimento, aos poucos, até formar um purê macio. Junte o suco de limão e o alho que foi socado com o sal até virar uma pasta. Coloque o azeite e o tahine e misture bem com um garfo até virar um purê denso e homogêneo. Se precisar corrigir a consistência, junte um pouco mais da água de cozimento. Corrija o sal, se necessário. Se quiser, tempere com pimenta-do-reino e páprica. Polvilhe, para decorar, um pouco de gergelim preto ou salsa picada. Regue com azeite e sirva com pão.
Rende: cerca de 3 xícaras
Nota: imagino que também fique bom com inhame (ex cará)
7 comentários:
Nossa, que delicia... Vou correndo testar, fiquei bem curiosa. E pode repetir à vontade que inhame agora é taro que não vai entrar na minha cabeça, hehehe! Acabei de fazer um pão com centeio e cacau orgânico (a idéia foi sua!) bem escurinho. Acho que a pastinha vai acompanhar, tudo muito vegano.
Para mim inhame e cará é a mesma coisa. Só diferença no preço. Adorei a receita. Adoro cozinhar embora não morra de amores por comer.
Liliane
NOSSA, que inspiração divina!
Deve ficar delicioso e vou fazer muito aqui...
voce acha que dura quanto tempo na geladeira?
por favor :)
continue chamando de inhame, cará, são nomes que ja se tornaram afetivos, fazem parte da nossa historia...e a gente nao troca isso por nada.
abraço!
Nossa! Este alimento sempre fez parte da nossa mesa, mas em forma de pastinha é inovador!
Gostei da idéia!
bjo
Essa pastinha deve ficar maravilhosa!!! Eu ainda não me habituei com a mudança na nomenclatura, vivo me confundindo, hehehehehe!
Beijinhos!
Menina, eu nunca pensei que um dia inhame ia dar tanto assunto :) Eu acho que lá em casa também o pessoal nunca vai se acostumar com o novo nome, mas seja pato u ganso, adoramos e ele vai continuar na mesa.
Fiz e ficou muito boa. A grande vantagem é que não dá tanto trabalho quanto grão de bico, dá pra fazer sempre. Adorei.
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