quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Este pudim é da lata!



Não, não é mais. Nada de lata. Porque agora minha mãe tem forma de pudim com banho-maria acoplado, coisa moderna. Mas quando não tinha, arrumou um jeito de improvisar o recipiente usando uma lata de sorvete. Fechava bem e cozinhava na panela de pressão, com um pouco de água. Com o tempo e auto-estima de pobre, acabou convencida de que o melhor pudim e o mais chique era aquele feito com leite condensado. Está certo que este da lata, feito com farinha, era apenas uma forma de aumentar o poder espessante dos ovos, o ingrediente mais caro de um simples pudim de leite que, além de ovos, não precisa mais que um pouco de leite, açúcar e talvez uma favinha de baunilha ou outro item que perfume. Aquele com farinha, cremoso, mas denso, tampouco se assemelha, na textura e no sabor, à delicadeza do pudim clássico. O problema é passar da rusticidade do pudinzinho da lata para o sabor massificado e extra-doce dos pudins de leite condensado, como se este fosse o único e indispensável ingrediente de sobremesas do gênero. Bem, minha mãe já não anda tão convencida assim das virtudes do leite condensado desde que nós, os filhos, passamos a querer sempre o velho e bom pudim da lata. E, neste dia dos pais, minha irmã Biba e eu a convencemos de que o pudim de leite condensado não está com nada, é doce demais, igualzinho demais, previsível demais. Que o bom mesmo é o da lata. Queremos o da lata. Com ou sem lata. E a vontade foi feita. Bem geladinho, impregnado com o gosto do caramelo.

PUDIM DE LEITE

Para forrar a forma
½ xícara de açúcar

Para a massa
4 ovos
2 xícaras de leite
1 xícara de farinha de trigo
1 pitada de sal
1 xícara de açúcar
Raspinhas de limão ou de laranja para perfumar (cerca de 1 colher de sopa)

Modo de preparo
Numa forma de pudim, coloque o açúcar e leve ao fogo alto, mexendo com uma colher de pau. Segure a forma com um pano porque começa a esquentar. À medida que o açúcar vai derretendo, vá espalhando com a ajuda da colher sobre a superfície da forma. Se quiser bastante calda, aumente um pouco a quantidade de açúcar. Se não tiver forma, derreta o açúcar numa panela e passe, quando estiver derretida, para uma lata alta, com tampa.

Para a massa, bata todos os ingredientes no liquidificador, menos as raspinhas que devem ser adicionadas depois que a mistura foi batida. Despeje na forma caramelada, tampe bem e cozinhe em banho-maria, no forno quente ou no fogão, por cerca de 1 hora, ou até sentir que a superfície do pudim está cremosa. Deixe esfriar e desenforme.

Rende: 10 porções
Nota: minha mãe faz sempre o pudim a olho, mas desta vez, anotamos. Ela usou copos de requeijão e 3 ovos. Como usei xícaras padronizadas, de 240 ml, aumentei o ovo. Ela costuma também polvilhar coco ralado em cima do caramelo, enquanto ele está molhado, mas não precisa.

15 comentários:

laila radice disse...

tbm prefiro pudim de leite ao de leite condensado...a textura é mais bacana e o sabor...hbumm aquele sim é pudim!! bjs

Marcia disse...

Minha mãe faz um pudim muito parecido com esse, mas leva queijo... é maravilhoso... o queijo fica todo por cima no final...
Beijos!!!

Valeria disse...

Que maravilha de pudim!!As mães são sábias!!
Beijinhos

Ana Canuto disse...

Oi Neide !!!
Minha avó e minha mãe também faziam esse pudim. Temos a receita até hoje,e ela se chama "Pudim de Bar".
Eu temo que em mais uma ou duas gerações não tenhamos mais essas expressões dos tempos idos e bem vividos. Carnes e pudins de lata, matar galinha em casa, fazer queijo, geléia de mocotó, fazer linguiça, pamonha. A modernidade nos ajudou mas nos enlatou, empacotou e congelou.
Beijos para você.

Neide Rigo disse...

Márcia, se não me engano, minha mãe também já botou queijo alguma vez. Não me lembro, mas com certeza fica muito bom.

Ana, acho que meu pai também o chama de pudim de bar. A receita deve vir daí. Lá em casa chamam simplemene "pudim". A geléia de mocotó da minha mãe é famosa e já estou com ela guardada aqui para postar. Esperando o verão. Uma pena mesmo que estão se perdendo estas tradições.

beijos,
N

Fer Guimaraes Rosa disse...

Neide, eu conheco esse doce como pudim de padaria e acho o fino da bossa! Troco cinco de leite condensado por um desses sem nem piscar. Eta delicia! Feito assim na lata tampada e no fogao de lenha deve ser uma coisa. Atiçou o apetite da monstra! :-)

beijAO!

clau disse...

Oi Neide!
Este pudim é mm tudo de bom...!
Faço um semelhante a este, mas vou provar a sua receita tb.
E o tal do pudim de leite condensado é REALMENTE muuuito doce e tb vai ovo demais. Os franceses reduzem o ovo pela metade e os italianos o fazem com leite normal.
Precisa se tentar as duas formas e compararar.Eu, pessoalmente, prefiro a versao italiana, pela textura e pelo gosto.
Bjs!

Odete disse...

Acho que nossas maes tem bastante em comum. Esse pudim esteve presente na minha infancia e ainda rola por la (a pedidos).
bjs

samya disse...

que maravilha este post, fazem seculos que vivo brigando com minha familia porque exista a turma do pudim de leite condensado (todos) e a turma do pudim de pipoqueiro (eu e mais ninguém).
Adoro este pudim, ja copiei a tua receita e vou fazer hoje mesmo, beijos e bom fim de semana

fragmentosvirtuais disse...

Ficou com uma cara ótima. Deve ficar delicioso...

LizandraMA disse...

Que coisa... No Dia dos Pais minha tia também fez um pudim de lata, na lata mesmo. É o "pudim da vó", no caso minha bisavó, só com leite e muitos ovos. Fica de um amarelo forte, inacreditável. E é cozido numa lata de mantimentos de alumínio, antiga, em banho-maria no forno. Perfeito pra quando a família se encontra.

Anônimo disse...

Ha, Neide achei a receita igual de minha mãe fusei e achei sou meia chuchra em procurar mais meu filho ajudou e consegui, me deu uma alegria imensa, pois me fez voltar para a minha cidade de Pirenópolis lá em Goias, e me veio as boas lembraças dos sabados que era o dia de fazer os quitutes minha mãe nao fazia muitas coisas na cozinha pois ela ficava horas pintando, e fazendo esculturas, mais os doces pudins, e bolachinhas, de araruta biscoitos no dias de sabado era ela quem fazia, te agradeço imensamente por resgatar as boas velhas receitas, bjs.Diulza(diu)

Neide Rigo disse...

Diulza, esta é bem receita de mãe, mesmo, né? Não sabia que em Pirenópolis também se fazia assim. beijos, n

Anônimo disse...

Oi Neide, ontem fiz o pudim de lata, não sei eu achei que ficou parecendo um bolo cremoso, não muito doce, vou fazer do outro jeito que vc, deu tb.pois quero ele bem cremoso furadinho bjs.DIULZA

Anônimo disse...

uki eu fasso fika entre eu euzinha e eu mesma... as dicas sao interessantes pra quem nao tem tempo , eu deixo metade fora da geladeira e metade na XANINHA .