Voltei!
Meu amigo Filipe Miguez, do Rio, resolveu abrir sua casa uma vez por mês para umas jornadas gastronômicas. A primeira experiência foi inaugurada com a chef e tia do anfitrião, Teresa Corção, do restaurante O Navegador, sobre mandiocas e tapiocas. A segunda convidada foi eu e me senti honradíssima. Mas só aceitei porque conheço o Filipe e, tirando por sua natureza amável, deduzi uma plateia de amigos igualmente compreensivos e gentis. Acertei. Embora estivessem presentes uma mestre confeiteira, um padeiro profissional e a chefe de cozinha Teresa, consegui abstrair a informação e mostrar um pouco do que sei fazer - nada além daquilo que você costuma ver no Come-se: refresco de hibisco com especiarias, pão de castanha-do-Pará, manteiga com azeite e ervas, abacate com mentruz e cebolinha, sopa gelada de banana com kefir e cominho, jiló recheado, lagostim com azeite e salsa, carril seco de quiabo, moqueca de caju, arroz cateto integral com crocante de licuri e pudim de leite com amburana. Falei um pouco ainda de outras coisas como fermento, ervas e especiarias e quase tudo deu mais ou menos certo. O sorvete de cupuaçu é que não congelou suficientemente e foi servido como creme mesmo, junto com a banana que foi assada com açúcar mascavo e cardamomo, mas, por erro na programação do forno, acabou desidratando um pouco e foi servida em pedacinhos com o creme.
Fizemos algumas compras na Cedeg, de que já falei no post anterior, e na Cobal (Companhia Brasileira de Alimentos), onde achei tudo caríssimo e com alguns vendedores não muito simpáticos e com certo descuido com o alimento (escolhi as melhores alfaces e o vendedor colocou no saco de qualquer jeito quebrando as folhas, por exemplo; em outra barraca, o vendedor não gostou que escolhemos os quiabos - e nem quebramos pontinhas nem nada). Pelo menos comemos um acarajé gostosinho no Arataca, que fica entre as barracas de frutas e verduras.
E ainda deu certo de encontrarmos a leitora do Come-se e já amiga, Gaby, com seu marido Errico, com quem havia marcado. Nos acompanharam ainda na empreitada a Paulinha e o Fabian, que participariam da aula logo à noite. Neste mesmo dia, na terça da aula, me levantei bem cedinho e fui ao Hortifruti de Copacabana e assim garantiria alguns ingredientes, caso não tivesse tudo na Cobal (decisão acertada). Achei que estivesse vazio, mas não. Muita gente escolhendo legumes e frutas, tudo fresquinho e mais em conta que na Cobal.
Queria ainda ter ido à Avenida Atlântica, na praia de Copacabana, colher abricós-da-praia, mas achamos que ficaríamos apertados de tempo. Na aula apresentei o único exemplar que tinha - cortei ao meio, raspei a polpa, que parece batata-doce amarela, devolvi à casca e temperei com mel de abelha nativa e raspinhas de limão. Cada um experimentou uma migalha disto e a maioria ficou surpresa de saber que a frutinha está logo ali, na praia. Coisa que não temos em São Paulo.
Com a correria, é claro, não fotografei nada, apenas a mesa com os ingredientes que foram usados. Mas, fotos e receitas de quase tudo, você pode encontrar aqui, procurando através da caixa de busca interna no canto superior direito da página.
5 comentários:
Oi Neide,
A noite na casa do Fil foi uma delícia! A comida estava sensacional, o pão de castanha não me sai da cabeça. Muito obrigada por tudo.
Beijos
Paulinha
Neide que bom que deu tudo certo,queria lhe perguntar, você e cozinheira , Botânica ou o inversorsrsrs,to curiosa,estou ansiosa para sua ida ã Brasilia sei que vais postar coisas diferentes, beijos até(Diu)
Oi Neide,
Que bom que tudo deu certo e a aula, como imaginava, foi interessante e produtiva.
Se o Filipe abrir "vagas" nas proximas "turmas" e eu estiver por essas bandas, me candidatarei.
Fui testemunha da indelicadeza daquele vendedor da Cobal. Nao entendi por que uma pessoa nao pode escolher o que vai comprar.
Ficamos lisongeados com a mençao ao nosso encontro e esperamos que muitos outros aconteçam aqui, ai, la' ou em qualquer lugar.
Um beijo (Gaby e Errico)
Paulinha, que bom que gostou. Espero que já tenha recebido as receitas. Eu que agradeço a simpatia com que me receberam.
Diulza, sou só uma curiosa e intrometida.
Gaby e Errico, tomara que este hobby do Filipe vire mesmo um negócio prazeroso. Vamos torcer. Infelizmente naquele dia estava mesmo muito cheio e ele já estava preocupado. Adorei conhecer vocês.
Um abraço,
N
Neide, se eu soubesse que voce planejava ir à Cobal do Leblon teria lhe dito que não valeria a pena. Moro no bairro e nunca vou lá pelos motivos que voce citou. Temos, no final do Leblon, uma loja do Hortifruti e é lá que fazemos a nossas compras. Tudo fresco, muita variedade e preços ótimos.
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