terça-feira, 11 de agosto de 2009

Entre Estantes e Panelas e Arturito


Itens levados à Livraria Cultura pelo Thiago, incluindo a baunilha amazônica. Devidamente embalados pela Nina Horta - o pacote foi aberto na mesa do Arturito, onde o debate continuou.
Ontem foi dia de mesa redonda do projeto Entre Estantes e Panelas, na Livraria Cultura. Eu devia ter avisado antes meus leitores, feito propaganda, mas esqueci completamente com a cabeça na lua. E errei até o horário. Começava às 18 e eu achava que fosse às 19 horas.
Sorte que combinei com a Nina de passar na casa dela bem antes para não chegarmos afobadas. E chegamos em cima da hora. Então, guarde aí: sempre às 18 horas. Horário ótimo, termina pontualmente às 20 horas, e ainda dá pra continuar o papo comendo em algum restaurante.
Desta vez eu estava numa situação muito mais aconchegada, embaixo, na platéia, e o tema foi ingredientes amazônicos, num debate que nos põe a pensar sobre o assunto pra lá de polêmico. A conversa foi mediada pelo Luiz Américo, do Paladar e participaram minha amiga Teresa Corção, do restaurante O navegador, do Rio, além do Thiago Castanho, de 21 anos, do restaurante Remanso do Peixe (veja sobre ele aqui no blog do Dória) e do chef boliviano Checho Gonzalez (veja o moço aqui no vídeo que postei outro aqui). O legal de ontem foi que o Alex Atala, um dos curadores do projeto, não esperou para meter a colher depois, por escrito, como é a regra. Quebrou o protocolo e subiu ao palco várias vezes e isto arejou o debate, criou movimento, interação. Pena que não seja sempre assim. Talvez por causa do tempo curto. Talvez não funcionasse se a platéia quisesse intervir a todo momento. Mas ontem, pelo menos, funcionou.
Tínhamos combinado já havia algum tempo um jantar no mesmo dia, no Arturito. É que a Mari Hirata está no Brasil (vai ter aula dela na escola Wilma Kovesi, na quinta-feira) e fomos convidadas pela chef Paola Carosella e pela Sofia Carvalhosa, amiga e assessora de imprensa do restaurante, a provar das delícias da casa, em comemoração à vinda da Mari. Além de nós, da Sofia e seu filho Gil, estava também a Maria Helena Guimarães (do Spot).
Vou confessar uma coisa: até há uns 2 ou 3 anos eu adorava ser convidada para conhecer restaurantes, talvez porque não tivesse blog e não me sentisse na obrigação de comentar nada depois, nem criticar nem elogiar. Tampouco me sinto agora, já que por aqui falo mais de ingredientes, ninguém tem esta expectativa do Come-se e, além disso, não tenho um décimo do talento para a crítica dos dedicadíssimos Demian e Anna, por exemplo (do ótimo blog Que Bicho Me Mordeu). E também porque sei que quem convidou o fez pela consideração da amizade, que é sincera. E estávamos ali pra brindar a temporada da Mari no Brasil. Mas, ainda assim, fico sem graça, embora super agradecida pelo convite delicado e amigável. A Nina, então, que de vez em quando escreve sobre restaurante, convidada ou não, costuma dar caixinhas generosas para o serviço a fim de se manter isenta. E se mantém. De qualquer forma, poderia simplesmente ignorar minha ida se não tivesse comentário favorável a fazer. Agora, o que fazer se tenho?

Pode-se dizer que foi tudo muito bom por estar com um time importante na mesa. Mas aquela comida não foi feita só para nós, nem de uma hora para outra. Vizinhos de mesa comiam as mesmas delícias que começaram a ser preparados dias antes, no caso da carne de pato curada e da terrine, por exemplo. Como não escolhemos pelo menu, foram vários pratos com nomes e sobrenomes, selecionados e apresentados à mesa pela chef. Já esquecidos, claro, embebidos que foram no bom vinho e na conversa animada (mas não o sabor nem o conceito ou explicação da Paola de como o prato foi feito e a origem dos ingredientes). A comida é muito boa, a começar pelos pães. É tudo muito fresco, com aquele aroma insinuante de forno à lenha, que vêm do andar de cima, onde fica a cozinha super organizada. Linguicinhas de porco e coelho embaladas em tripa de carneiro feitas ali mesmo; um polvo também feito na lenha em cozimento perfeito; patê de foie gras com cebolas carameladas; quiabos dourados e crocantes; nhoque de ricota leve como núvem e sobremesas do céu. Tudo para encantar, encantou. E, se tudo é sempre como o que provamos ontem, recomendo.











Mari Hirata, eu e Nina Horta. Foto da Sofia, que pegou minha máquina e pediu pose.

Arturito: R. Artur de Azevedo, 542, Pinheiros, tel.: 3063-4951. Dom. a qua., 19h/0h; qui. a sáb., 19h/1h.

4 comentários:

Carlos Alberto de Lima disse...

Sempre uma aula completa!

Obrigado, mestra!

Demian Takahashi disse...

Querida Neide.

Ah, se o Bicho tivesse um décimo da sua dedicação bloguística... O Arturito nos arrebatou – mas também somos suspeitos pra falar.

Que saudades da cozinha da Paola!

Grande abraço,
Demian e Anna.

estacion mexico disse...

nao fique sabendo dessa mesa,redonda,tivesse gostado muito de me encontrar com a dona nina,a muitos anos que nao vejo ela,fui conzinheiro dela e tem me achudado muito,gostaria que desse uma olhada no meu blog de comida mexicana.beijos.

Claudia disse...

Você está lindíssima na foto e a Nina Horta está a cara da Dona Benta, que benção poder virar literalmente a dona Benta ao longo dos anos...

C.