Pastel de feira é bom, mas quem resiste aos tradicionais pasteis de angu? Entre São Paulo e Minas há variações aqui e ali, com uso de farinha de milho molhada em água quente, polvilho doce, polvilho azedo, fubá comum ou de canjica. Eu mesma já dei uma receita aqui diferente desta que apresento, mas também deliciosa. Mas, como ganhei ontem alguns autênticos ingredientes mineiros da Kris Nardini, do blog Cozinhando para relaxar, resolvi já usar parte deles para fazer o pastel de angu com o fubá de canjica (saiba mais sobre o que já foi publicado aqui sobre ele através da caixa de busca lá em cima) e o polvilho que vieram do Box do Chico, do Mercado Municipal de Uberlândia, que já estou doida pra conhecer. Vieram na mesma caixa farinha de milho branco torradinha, doces e balas embrulhadas em folha de bananeira e goiabada cascão, que já usei também como variação de recheio.
Procurei uma receita que fizesse juz ao nome - pastel de angu. A melhor foi a do Pastel de Itabirito, feito a partir de um angu de fubá de moinho de pedra e polvilho azedo. Segui o modo de fazer com algumas pequenas modificações que descobrirá ao comparar as duas receitas. A original, que mostra a técnica de montagem, está aqui.
E aqui está a minha versão:
Massa feita com ingredientes do Box do Chico, do Mercado de Uberlândia
Pastel da angu
2 xícaras de água (480 ml)
500 g de fubá de canjica peneirado
1/2 colher (chá) de sal - ou menos para os pasteis doces
1 colher (sopa) de óleo
1 pitada de bicarbonato
1/4 de xícara de polvilho doce peneirado
1 ovo
Coloque numa panela a água, o sal e o óleo. Leve ao fogo e assim que ferver junte o bicarbonato e, em seguida, coloque o fubá aos poucos, mexendo rapidamente com colher de pau até virar um angu firme. Deixe cozinhar dois minutos mexendo e despeje sobre uma superfície de trabalho (mesa ou tampo de pedra). Acrescente o polvilho e mexa a massa ainda quente, sovando bem. Quando amornar um pouco, junte o ovo e continue sovando até ficar uma massa lisa e modelável. Deixe embrulhado em pano úmido até o momento de fazer os pasteis. E mantenha sempre assim, para não ressecar.
Se quiser, já divida a massa em 20 porções, faça bolinhas e deixe-as cobertas com pano úmido. Assim, ficará mais fácil na hora de abrir.
Para abrir e rechear: faça-o com as mãos, abrinho uma cavidade na massa com o dedo e colocando o recheio (na receita original, link lá em cima, tem fotos). Ou abra com rolo ou prensa entre duas folhas de plástico, que acho mais fácil. Coloque o recheio - duas colheres (chá) - e feche ainda mantendo a folha de plástico, para não rachar a massa. Para fechar, dobre as beiradas ou aperte levemente com um garfo. Aí é só fritar em bastante óleo quente.
Rende: aproximadamente 20 pasteis
Recheio de carne moída
2 colheres (sopa) de manteiga
1 cebola picada
350 g de carne moída (acém)
2 pimentas dedo-de-moça, verde e vermelha, sem sementes, picadas
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Salsinha e cebolinha picada a gosto
Numa frigideira aqueça a manteiga e doure a cebola. Junte a carne moída, a pimenta, o sal e a pimenta-do-reino e deixe refogar até a carne ficar bem sequinha e solta. Prove o sal e corrija, se necessário. Junte o cheiro-verde e espere amornar para usar.
Rende 350 g ou o suficiente para 20 pasteis
Numa frigideira aqueça a manteiga e doure a cebola. Junte a carne moída, a pimenta, o sal e a pimenta-do-reino e deixe refogar até a carne ficar bem sequinha e solta. Prove o sal e corrija, se necessário. Junte o cheiro-verde e espere amornar para usar.
Rende 350 g ou o suficiente para 20 pasteis
Recheios: se quiser pode usar frango, coração de bananeira, banana com canela ou ainda queijo e goiabada - a goiabada também veio do Box do Chico.
No forno: se não quiser fazer frituras, asse os pasteis no forno, em forma untada. Antes, pincele-os com gema para ficar mais dourados. A massa vai ficar flexível, mas gostosa.