Formigas; pacovão com formigas, farofa de formigas Perdi quase todas as aulas legais do evento do Paladar - ou porque estava preparando as minhas ou porque caí de cansasso no final. Mas a da Dona Brazi e do Conde Aquino, lá de São Gabriel da Cachoeira não poderia perder, afinal havia decretado pra mim mesma (e até pro caderno Paladar) que comeria formiga neste ano. Não foram as içás do vale do Paraíba, minha intenção inicial, mas considero estas saúvas e cortadeiras amazônicas um bom começo. As saúvas sequinhas lembram camarão seco. Já as cortadeiras em tucupi reduzido (o tucupi preto é resultado da redução de 10 para 1 em fogo, até formar um caldo escuro e denso) sabem a gengibre e limão, muito forte. Enquanto degustava as formigas meu amigo Celso Fioravante ia me contando histórias engraçadas de formigas. Dizia que onde morava, Cachoeirinha, um bairro de São Paulo, ele e os amigos carregavam uma bacia com água para perto do formigueiro e produziam com ela barulho que imitava trovão. As formigas saíam desesperadas pra morrer na panela, fritinhas. Minha amiga Song, uma chinesa, dizia que quando era criança costumava ficar na saída do formigueiro com as amigas já com um potinho de mel. Juntava um punhado de formigas e comia vivas com o mel. Dizia que era bom. Bem, na aula, um monte de coisas boas. Muitas pimentas diferentes, salada de cubiu, farofas de coquinho pupunha, fatias de tucumã, doces de cupuaçu. Próximo destino de desejo: São Gabriel da Cachoeira.
Formigas, pimentas, reduções de tucupi. Embaixo, salada de cubiu
Um comentário:
Lembrei da novela Saramandaia !!!!! Dias Gomes revisitado.
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