sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Olivas e azeites além do Tejo


Amargas, mas nem tanto, estas azeitonas do pé
A companhia não podia ser melhor. Estávamos num grupo de jornalistas (Alexandre Lalas, do Jornal do Brasil; Jefferson Lessa, do O Globo; Josimar Melo, da Prazeres da Mesa; Luisa Fecarotta, da Folha de São Paulo; Sonia Denicol, da Gourmet Life e eu, pela revista Caras. E ainda a Alessandra Casolato e a Selma, da organização daqui, junto com Mariana e Tereza, de lá. Sem falar nos dois motoristas que nos acompanharam - alinhadíssimos, nos almoços e jantares se sentavam com os presidentes. Íamos de lá pra cá de ônibus cruzando auto-estradas alentejanas no meio de campos tingidos de olivais. Às vezes rindo, às vezes dormindo.
Mal paramos em Lisboa, seguimos direto para Beja, no Alentejo, região que se caracteriza pelos lindos vilarejos todos caiados de branco. A terra árida para outras culturas é prodigiosa para oliveiras, sobreiros e videiras. Em Beja ficamos hospedados num antigo convento do século 13 que ecoava canto gregoriado pelas grossas paredes de pedra.
Fomos visitar instalações modernas do Azeite Gallo, colheitas mecanizadas da marca Andorinha, processos cuidadosos de extração na Quinta de São Vicente e Herdade da Figueirinha. Almoçamos e jantamos em algumas destas propriedades, participamos de jantar com produtores de vinho do Tejo numa noite e do Alentejo, em outra. Visitamos a Olivipax e Vinipax 2009 e conversamos com vários produtores de azeites e vinhos.
Conhecemos um lagar museu espetacular em Moura (Lagar de Varas de Fôjo), onde se aprende sobre o processo rudimentar usado há séculos para se extrair azeites. Subimos a ladeira de Monsaraz e vimos a represa de Alqueva. Almoçamos na Adega Velha ou Tasca do Engenheiro, em Mourão, a cidade com chaminés em forma de pimenteiros.
Passamos um dia em Lisboa e desfrutamos do conforto do hotel Jerónimos 8, ao lado do Mosteiro dos Jerônimos. Fomos jantar no Spot São Luiz; comemos Pastéis de Belém direto da fábrica mais antiga; tiramos foto segurando na mão do Fernando Pessoa, na frente do café A Brasileira; comemos joaquinzinhos fritos. E e e e... tanta coisa mais.
Acordei de madrugada no último dia em Lisboa e ainda visitei o Mercado da Ribeira com peixes fresquíssimos e descobri ali uma lojinha de produtos brasileiros. E ainda me encontrei com os blogueiros Manuela (Moira) do Tertúlia de Sabores e com o João Pedro Diniz, do Ardeu a Padaria e com a leitora de todos nós, Manuela Soares, que depois me acompanhou num city tour espetacular para uma tarde apenas. Ninguém se conhecia, mas marcamos todos no restaurante sugerido pelo João, Tentações de Goa, na Mouraria. Não poderia ser melhor a escolha, comida deliciosa, com preços justos e ainda a boa prosa do goense Jesuslee. Voltei com presentinhos e compras que fizemos num mercado de produtos indianos. E muitos azeites, ora pois.
Pronto, falei. Já cheguei há dois dias, mas tendo que enfrentar uma lida dobrada como penitência pela folga forçada e irrecusável no meio de um período corrido de trabalhos de fim de ano. Por isto, agora, só um panoraminha. Mas já vou voltando pra falar post a post de cada uma destas experiências de um ano ou mais concentradas todas em apenas 5 dias. Tem até filminho com receita de açorda de coentro e alhos. Tudo regado com muito azeite fresquinho.

18 comentários:

James disse...

Que viagem maravilhoso! Estou morrendo de inveja. Aguardo mais postagens sobre a viagem, inclusive o filminho.

James em Fortaleza
http://flavorsofbrazil.blogspot.com/

Baú da Conceição disse...

Que bom que gostou do nosso cantinho á beira mar plantado.
Aguardo os proximos posts.
Beijinhos.

lufec disse...

além de tudo, é uma escritora incrível que faz a gente arrepiar. beijo da luiza

Unknown disse...

Eita! Não é que vc voltou? Matei um pouquinho da curiosidade aqui, mas fiquei querendo mais. Beijos.

Mariângela disse...

Lindo lindo lindo!!

Heguiberto disse...

Neide,

Eu amo azeitonas, azeite e tudo que é feito dessa planta. Que privilégio bacana esse seu de ver o processo de produção.

Li em algum lugar que estão tentando produzir azeitonas no Sul de Minas Gerais. Seria bom se o Brasil conseguisse fazê-lo. Tenho a impressão de que o interior do Nordeste tem potencial para isto pois o clima se parece um pouco com o da california

Março passado até comprei uma geléia de azeitonas pretas com vinagre balsâmico e açúcar na região de paso robles aqui na california, muito gostosa.

Can't wait for more about your visit to beautiful Portugal!

Heguiberto
weirdcombinations.com

Afrika disse...

Que bom saber que esta de volta! Que bom saber que foi uma visita agradável e que deu bom fruto. Fico a espera de mais noticias.

Inês Correa disse...

Eita Neide, boas vindas, ou melhor, voltas! Saudades. Bj

Helena disse...

Neide
Venho aqui muitas vezes,mas é a 1ª vez que comento.Aprendo muito no seu blog mas adorei ler este post revisitando mentalmente sitios do meu país que conheço bem.
Beijo

Ps-Apenas uma pequena correcção,se me permite.A Adega Velha fica em Mora.Curiosamente tambem existe uma Moura no Alentejo.

Helena disse...

Neide
Desculpa,agora fui eu que me enganei.Não é Mora mas sim Mourão,desta é que é!
Moura,Mora,Mourão sao nomes de terras alentejanas....
Beijo

Neide Rigo disse...

James, pode deixar, que vou postaro filminho em breve.

Conceição, eu não gostei, não. Adorei. Um pedaço da minha casa na Europa.

Luiza, obrigada.

Wanda, são tantas coisas pra contar que já está dando preguiça, mas pelo menos fotos vou mostrar.

Mari, um dia será minha guia pela Europa, não é isto que combinamos?

Heguiberto, no nordeste eu não sei, mas em Maria da Fé, MG, já estão a fazer. Portugal que se cuide!

Afrika, melhor impossível. Cheguei perto das pimentas biquinhos da sua mãe rss.

Inês... videozinhos pra editarmos rss.

Canela, estes mouros deixaram muitas marcas, não? Obrigada pela correção. De fato, o museu é em Moura e a Adega, em Mourão.

Um abraço,
N

Gina disse...

A prévia foi boa, mas quero ver os detalhes.
Acho que escolhi a profissão errada... tinha que ser jornalista!
Quando estive em Portugal, não havia azeitonas nos pés.
Vou aguardar os próximos capítulos.
Bom final de semana!

Anabela martins disse...

Ola, li o seu post e adorei, Beja e a minha cidade, foi la que nasci e cresci, o convento de S francisco onde vc se hospedou, e marvilhoso agora que foi convertido em Pousada, anteriormente era la o Quartel do exercito, ainda bem que gostou, fiquei feliz, um abraço. anabela

Anônimo disse...

Neide, bom que você voltou!!! quantas novidades... você escreve tão bonito que eu vejo a viagem. Um beijo. Chus.

Anônimo disse...

Neide,

Estou louca para ler os posts sobre Portugal e sobre azeites.
Esses dias mesmo estava procurando informação sobre acidez desse produto que eu adoro.
Portugal é um lugar de doces e maravilhosas lembranças. Vivi um tempinho por lá e foi um tempo de felicidade elevada a nem sei que potência.
Um beijo e assim que der, nos regale com seus maravilhosos e informativos posts.
Gabgaby

Claudia disse...

Foi a farra das azeitonas, uma maravilha de viagem pelo que você descreveu. Uma pena que viagens de jornalistas são sempre tão corridas, não dá nem para respirar. Sei bem o que é isso...

Bj,

C.

Fer Guimaraes Rosa disse...

Neide, que viagem produtiva! Quanta coisa voce fez e viu. Ficarei na espera de mais relatos--fatos&fotos. Uma vez tambem mordisquei a azeitona crua, que temos tantas por aqui pelas ruas, mas sem o processamento sao mesmo incomiveis. ;-) um beijo!

Jacqueline Kent disse...

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