quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Cadê o feijão daqui?

Deu hoje no Caderno Agrícola do Estadão, na página de cartas:
Leitor quer saber por que feijões sumiram. Desde as décadas de 60/70 foram desaparecendo do mercado feijões de consumo popular, como mulatinho, opaco, rosinha, bico-de-ouro, opaquinho, roxinho goiano, mineiro e paulista. Destacavam-se pelo excelente sabor os opaquinhos e os roxinhos. Naquele período, surgiu o carioquinha, que hoje predomina. O que houve com aqueles saudosos feijões? Durval H. Almeida - Balneário Piçarras (SC)
A resposta: Esses feijões, com tipo de grão diferenciado, não saíram totalmente de circulação, mas tiveram seu mercado reduzido com a evolução do cultivo do feijão tipo carioca, a partir da década de 70, diz o pesquisador Leonardo Cunha Melo, da Embrapa Arroz e Feijão. "Feijões com tipo de grão roxo, rosinha, rajado, mulatinho, jalo, entre outros, ainda são encontrados em feiras e supermercados, embora em menor escala. Eles têm mercado fiel." Segundo Melo, os programas de melhoramento de feijão continuam a desenvolver novas cultivares com esses tipos de grão, com maior resistência a doenças e alta produtividade. "O objetivo da pesquisa é tornar esses feijões mais atraentes tanto para o consumidor como para o produtor, e, assim, garantir sua permanência no mercado", afirma o pesquisador. Embrapa, tel. (0--62) 3533-2168
Eu também tenho andado atrás destes feijões e muitos outros. Por onde ando, procuro grãos regionais nos mercados e quase sempre não vejo mais que dois ou três tipos nas gôndolas - o carioquinha que monopolizou geral e o preto popular, muitas vezes argentino. De vez em quando, o fradinho. Jalo, rosinha, roxinho, nas cidades grandes, em embalagem diferenciada e preço, idem. Os de corda, nos mercados populares. Aliás, só nos mercados municipais e feira de produtores é que encontramos alguma diversidade mais. De resto, pura monotonia. E sorte ainda haver produtores que resistem à sedução de produtividade e mais caldo na panela (promessa que o carioquinha cumpre). De Porto Alegre e Antonio Prado - RS, trouxe apenas estes (menos os dois últimos). Mas só por lá há mais de 100 variedades, segundo um produtor da Cooperativa Aecia.
Em sentido horário, primeira fileira: feijão sopinha, feijão miúdo (fradinho), feijão-de-lima (olho de cabra), branco pintado, feijão vermelho. Segunda fileira: feijão praia, feijão cavalo, feijão-de-lima claro (olho-de-cabra), feijão-de-corda miúdo, feijão-arroz. Terceira fileira: feijão mouro, feijão-amendoim, feijão amarelo, feijão manteiguinha e feijão fradinho.
Feijão manteiguinha de Santarém com bacalhau, no restaurante Dom Francisco, em Brasília

11 comentários:

Mariângela disse...

e eu fico feliz por encontrar toda esta variedade aqui em Porto Alegre pois gosto de variar bastante,e faço de tudo que é jeito,como salada,sopa, para comer com arroz,com verduras,etc.beijo!!

Alessandra disse...

Feijão manteiguinha com peixe frito: é a cara da casa da mamãe [em Santarém]!!

Mari Marô disse...

Ai delícia este manteguinha com bacalhau, azeite especial, conversa mais especial ainda e bom vinho!!!! Deu saudades!!
Um beijo

Gina disse...

O Mercado Municipal daqui tem uma boa variedade de feijões, mas nunca provei vários deles.
Bjs.

Inês Correa disse...

Vivendo e aprendendo, né mesmo! A terra é rica demais mas estamos conseguindo tornar tudo uma pobreza enorme...

Leo Beraldo disse...

No Mercado Municipal de Poços de Caldas, já comprei pelo menos umas 6 variedades regionais. Vale a pena a visita.

Anônimo disse...

Olá!

Na montagem com as fotos dos feijões, o primeiro e o segundo são os mesmos que aparecem na penúltima e na última posição. No caso do fradinho, o nome dele é repetido nas duas posições; porém, o outro feijão uma hora é chamado de sopinha e depois de manteiguinha. Este feijão tem mesmo esses dois nomes? Se puder esclarecer essa dúvida, ficaria muito grata. Parabéns pela postagem! Abraços!

Neide Rigo disse...

Anônimo, como pode ver na descrição do texto, os dois últimos não são de Porto Alegre. São o fradinho, como conhecemos, e o manteiguinha, da região Norte. O miúdo também é um fradinho, mas menor e respeitei o nome de mercado, de onde ele veio. O sopinha, do Sul, é muito parecido com o manteiguinha, do Norte, mas são variedades diferentes. Já falei de um e de outro aqui no blog. Espero ter esclarecido. Um abraço, N

Anônimo disse...

Ah, obrigada pela resposta. É que parecem ser as mesmas fotos (os grãos estão igualmente posicionados, eu tive o cuidado de observar), por isso não entendi. Obrigada pelo esclarecimento!

Glauciarara disse...

Olá,meu nome é Gláucia.Gostaria de saber se alguem que tem mudas ou sementes de jequiri poderia me doar ou vender.Conheci essa plantinha maravilhosa através deste blog e fiquei curiosa para tê-la e degustá-la.Meu email:glauciarara@hotmail.com.Obrigada! Um abraço!

Luciana Roedel disse...

Encontrei feijão mouro e vou preparar pela primeira vez. Alguma dica? Não encontrei nada sobre ele online...