quarta-feira, 21 de maio de 2008

Polenta na mesa


Já começo a achar que isto de fato não aconteceu. Que eu não vi, certo dia, numa zapeada pela tv, a cena da Sophia Loren num filme despejando a polenta sobre a mesa e a família comendo ali mesmo. Eu estava saindo e não vi o nome do filme. A cena ficou grudada em mim, mas ninguém até agora me foi capaz de confirmá-la. O moço da videolocadora não agüenta mais procura-la nos filmes com a atriz. Em compensação, tenho visto e revisto ótimas outras situações envolvendo comida com a atriz, que, aliás, a prefiro madura. Mas polenta sulla tavola, que é bom, nada. No sábado estava tentando assistir ao filme Mamma Lucia, em VHS, quando a fita enroscou, esticou e arrebentou. Não tem em dvd, era a única da locadora e ainda assim nem me cobraram multa. Dizeram que vão arrumar. Será que a cena está lá?
No último domingo foi minha grande oportunidade. Antes já tinha tentado fazer para os amigos da Ananda e ela recusou com medo do mico. Desta vez teve a maratona de revezamento aqui em São Paulo e Marcos, corredor animado, organizou um grupo de amigos do aikido para dividir a empreitada. Chegariam aqui com fome de leão e polenta, na mesa ou na travessa, e apesar de rústica, é sempre uma comida fácil, macia, generosa. Uma amiga trouxe a salada; outros, os petiscos, as frutas, as bebidas. Fiz um molho à bolonhesa para a polenta amarela, de sêmola de milho, e outro de cordeiro para a polenta branca.
O preparo começou com a lavagem da mesa, que uso para abrir massas e não era usada há tempos. Na hora combinada, os pernas-bambas chegaram varados pela fome e a polenta foi literalmente à mesa. Alimentou, confortou e divertiu pela performance.

Polenta para um batalhão

6 litros de água
3 colheres (chá) de sal ou a gosto
6 xícaras de sêmola de milho (ou fubá grosso)
6 colheres (sopa) de manteiga

Leve para ferver 5 litros de água com o sal. Quando ferver, mistura a sêmola com a água fria restante e despeje na panela, mexendo com batedor de arame, até virar um mingau. Mexa mais um pouco com colher de pau, tampe a panela, abaixe o fogo e deixe cozinhar por 1 hora. Quando estiver pronta, coloque a manteiga e misture bem. Confira o sal e corrija, se necessário. Deseje sobre a mesa lavada e coloque por cima um molho à base de tomate (com carne moída, cubos de carne, almôndegas ou lingüiças).

Rende: De 20 a 24 pessoas

A receita de polenta branca, já dei aqui:


Comecei lavando a mesa de madeira crua, sem verniz, cera ou selante


A polenta tem que ter consistência de um mingau grosso e não de angu, para não escorrer


Minha fifi Ananda gosta de polenta de qualquer jeito


Ingredientes que usei para o molho: tomate pelado, coxão duro moído, cebolas, pimentas, cenoura, alho, tutano, gordura de costela, bacon, alfavaca e salsa


Para a polenta branca, fiz também um molho de tomate, só que com carne de cordeiro e azeite em vez das gorduras animais

19 comentários:

Anônimo disse...

Neide,
sempre passo por aqui. Adoro seus posts que mostram uma culinária diferente/desconhecida para a maioria.
Mas este é demais!!!!!! Também quero fazer!! Deve ter sido uma festa!!!!

Abraços,
Henriqueta

Flávia disse...

Olha, foi corajosa... tem que ser uma polenta firminha para não esparramar, não?

Fer Guimaraes Rosa disse...

Neide! Agora eu tambem fiquei curiosa com essa cena desse filme ... ;-)

Adorei o evento, a polenta na mesa, ver detalhes do seu quintal e essa forma de barro retangular, simplesmente linda! ;-)

beijao,

Eli disse...

Eu faço na tábua giratoria é um luxo só polenta né?! Fiquei aqui babando na sua Neide!!

Anônimo disse...

Neide,então este foi mais um evento slow-food,que delícia! Gostei da idéia da polenta na mesa,aqui em casa teríamos a desagradável companhia dos dogs hahaha,não assisti este filme,também fiquei curiosa,beijo!

Anônimo disse...

Neide,este anônimo sou eu,não sei por que o nome não apareceu..

Dama do Lago disse...

Adorei a historieta da Sophia Loren, a receita e o mode de servir :)! Por cá não posso experimentar mas vai ficar na memória...

Luciana Macêdo disse...

Polenta tão bem acompanhada e neste climaa de festa só pode ser um luxo.
Bjs!

laila radice disse...

q delicia de almoço...fiquei com vontade de fazer igaulzinho iagulzinho...mas o detalhe do quintal charmoso é importantissimo..nao teria a mesma graça numa sala fechada...bjs

Agdah disse...

No episódio Polenta Party, do chef M. Chiarelli no Food TV, tem uma cena assim mesmo.

Ivana Arruda Leite disse...

Estou me afogando na minha própria saliva. Que demais!!! Que vontade!!!
Beijos

Sill disse...

Oi Neide,
Polenta é bom de qqr jeito! Aqui em casa tem polenta sempre que o tempo esfria pra valer. No Livro do Rubens Evald Filho há um filme com a Sofia, q eu ainda não vi. Só li q é cheio de cenas de cozinha. Sabato, Domenica e Lunedi, de 1990. Já viu? Depois virou peça aqui no Brasil... Tem outros c ela q vc pode conferir: Matrimônio à italiana, de 64; Ontem, hoje e amanhã, de 63 e Fatasmas à italiana, de 68.

Anônimo disse...

Oi Neide. Legal a polenta selvagem. Quando estavamos na Alemanha fui a um lugar onde representavam as mesas da idade média. Como não havia pratos eles esculpiam umas tigelas em baixo relevo na mesa. A comida era despejada ai e o pessoal comia com as mãos. Poderias implementar este avanço tecnológico na tua polenta...
Abraços
Rui

Ana Canuto disse...

Oi Neide:
Lembrei que minha avó fazia a polenta e colocava numa "roda" de madeira. Não misturava o molho pois o que sobrava ela deixava secar e virava polenta brustolada que é a polenta colocada na chapa do fogão á lenha (portanto tem de ser mais durinha, de um dia para o outro). Aí comíamos com fortaia (ovos fritos com pedaços de salame e queijo preferencialmente aquele queijo curado)Isso é puramente comida de imigrantes italianos.

Um beijo.

Mel L. Ramos Bryar disse...

Menina...que cozinha maravilhosa a sua, já add na minha para sempre que der passar por aqui...cheguei aqui pela Ana...e adorei!!!! Eu amo polenta e este seu post abriu demais meu apetite!!!bjs

clau disse...

Que maravilha uma "polenta fraterna" assim como a sua!
Pq penso que este é o senso que ela carrega, em si, da sempre.
E eu, que a tenho no sangue, apesar de ter passado a vida comendo, nao enjoo e SEMPRE faço.
Alias, se vc der um pulinho no meu "canto", tem uma receita que eu apenas postei de Polenta Concia, que é uma variedade montanara (alpina)dela, muuuito boa!
Bjs!

Neide Rigo disse...

Pôxa, pessoal, mesmo não tendo nem tretravós italianos, aprendi muito com estes comentários. Obrigada,

Fer, esta forma comprei no Espírito Santo. Eu também gosto muito dela.

Flávia, a polenta tem mesmo que ser bem firminha.

Mariângela, os dogs recicladores iriam mesmo adorar. Pelo menos depois não precisaria limpar a mesa...

Lica, eu também pensei na minha tábua giratória, mas seria pequena para esta quantidade.

Agdah, obrigada pela dica. Vou ver já.

Sil, estes clássicos de comida da Sophia já os vi quase todos, menos o Fantasmas à italiana. Vou ver hoje. Quem sabe...

Rui, Ana e Clau, adorei as dicas. O buraco na mesa é demais, hem..

Um abraço,
neide

Anônimo disse...

Esta é a vida que eu pedi para Deus, e uma hora eu consigo...amei suas fotos e deu mais vontade ainda de morar o resto da vida num sítio com tudo o que tenho direito.
Beijos

Caco disse...

Como é bom ser gordo!!!