Rui e o dourado no Rio Uruguai, fronteira com Argentina (os arbustos do outro lado do rio são argentinos)
O bichão tinha uns 6 quilos, mas Rui temperou uns três para o almoço de sexta-feira. Comemos muito, com muitos hummms e ainda assim sobrou. Apesar das postas altas e densas, o tempero de ervas tiradas da hortinha do quintal penetrou até o cerne, deixando toda a carne perfumada, suculenta. E, o melhor, sabíamos exatamente de onde vinha aquele peixe – é este da foto, pescado no Rio Uruguai, fronteira com a Argentina. Peixe da família dos Caracídeos, o dourado (Salminus maxilosus) é um peixe de água doce, de grande porte, podendo chegar a pesar 30 quilos e a medir 1 metro de comprimento, mas com 3 a 7 quilos está no peso ideal para consumo. O nosso estava nesta faixa. Menor que isto, tem pouca carne em relação à espinha. É um peixe lindo, com escamas cor de ouro que aprecia águas de rápida correnteza como nas bacias dos rios Paraná, São Francisco e da Prata. Às vezes é confundido com o piraíba da bacia amazônica, este também chamado de dourada. Apesar de serem parentes, do mesmo gênero, pertencem a espécies diferentes.
Na época da desova, as fêmeas procuram as cabeceiras dos rios, onde as águas são mais límpidas, dando aos alevinos maiores chances de sobrevivência (prato cheio para os lambaris que comem quase todos – mais tarde, com os dourados crescidinhos e maiores que lambaris, a relação se inverte). Para chegar a estas águas, as fêmeas vencem muitos obstáculos, sobem cachoeiras e corredeiras com facilidade, chegando a dar saltos de até 5 metros. Quando não conseguem na primeira tentativa, descansam e se arriscam de novo, até conseguir. No entanto, barragens de concreto têm ameaçado seu instinto de sobrevivência, pois dourados são peixes e não atletas saltadores para vencer estas barreiras, presentes nos grandes rios. Como vemos na foto do Rui, o peixão é valente na luta com o anzol e, por isto, considerado como nosso melhor peixe para pesca desportiva em água doce. Na Argentina a pesca de dourado tem importante função econômica, pois atrai turistas de várias partes do mundo. Sua carne é clara, macia e tem sabor bastante delicado. Em postas ou filés, pode ser preparado frito, grelhado, cozido no vapor ou em ensopados. Quando inteiro pode ser grelhado, cozido em ensopados ou no vapor ou assado, como fez o Rui. Vamos à receita, que ele fez a olho, mas me mandou os ingredientes. Mais ou menos assim:
Dourado assado à moda de Rui Gassen
3 kg de dourado, cortado em 3 postas
1 xícara de salsa e cebolinha picados
Tomilho e manjerona frescos a gosto
1 colher de café de alecrim finamente picado
2 talos de alho poró, partes brancas e verdes, picados
Suco de 6 limões
2 colheres (sopa) de sal ou a gosto
Com cinco horas de antecedência ou de um dia para o outro, coloque o peixe numa assadeira. Faça uma marinada misturando todos os temperos e passe pelas postas por dentro e por fora. Cubra com papel alumínio e deixe em temperatura ambiente se estiver frio como estava em Porto Alegre neste fim de semana (10 a 15 ºC). Se não, guarde na geladeira. De hora em hora, vire as postas ou despeje por cima do peixe a marinada que se acumula no fundo da assadeira. Leve a assadeira coberta com o papel alumínio ao forno, com os temperos, e deixe assar, em forno médio preaquecido, por cerca de 1 hora. Para saber se está assado, espete um pedaço da posta com um garfo. Quando está cozida, a carne se desfaz em lascas. Foi servido com arroz cateto integral com vagem e cenoura, delicioso, feito pela Mariângela. Almoço dos Deuses que aqueceu a alma numa certa sexta-feira fria de Porto Alegre.
Rendimento: 10 a 12 porções
5 comentários:
Fiquei aqui adorando o peixe....eita meu pai precisa ver essa foto...ele ama pescar.
Bjcas.
Mas vc vai de norte a sul como quem vai ali na esquina...
Você conhece o Rui Gassen???
Agdah, não é sempre, não. Aconteceu.
Carlinhos,
ficamos hospedados na casa do Rui. Ele e Mariângela são especiais.
bjs, n
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