Ela merece!
O chibé reinventado pela Mara Salles, do Tordesilhas, é um caldinho de verão delicioso que guarda apenas a referência do chibé indígena composto simplesmente de farinha da cuia e água do rio. Mas ela não esquece a reverência aos índios - veja o vídeo. O da chef é refrescante, ácido, apimentado e crocante. Sim, as bolinhas de farinha d´água do Uarini (do tipo ovinha) umedecem ligeiramente no fundo do caldo gelado temperado com chicória-do-pará, limão, alho e pimenta-de-cheiro, permanecendo crocantes na boca. Não duras de quebrar os dentes, mas crocantes apenas. Ontem foi dia de Prêmio Paladar e o chibé levou o prêmio na categoria Laboratório Paladar. Neste ano participei como jurada não dos pratos todos, mas só das rabadas. Foram seis rabadas em dois dias - ganhou a do Pomodori, maravilhosa, com caldo delicado e carne suculenta e gelatinosa. Fui jurada também dos Novos Talentos que premiou em primeiro lugar Leandro do Nascimento Linhares, cozinheiro do Lorena 1989, por seu pargo na chapa com limão-cravo queimado, purê de abóbora-moranga e taioba. Disputa difícil com o segundo lugar, também muito bom. Mas tudo isto você pode ver no Estadão de hoje que traz uma revista cheia de informações preciosas como vários endereços de fornecedores, gentileza de alguns chefs que não escondem ondem compram seus produtos. Ou acompanhe pelo site do Paladar.
A receita do Chibé já tinha sido publicada pelo Come-se há um ano. Veja aqui.
4 comentários:
Neide, fui ver de novo o chibé que você havia postado e aproveitei para rever tudo que está junto! Nossa, que vontade de experimentar! Obrigada por partilhar conosco! Um abraço
engracado fui rever o chibé e as outras delícias e ri muito, pois ontem eu fiz algo parecido com chibé, pois meu avô me dava uma espécie de chibé, porém chamado por ele de "mingau de cachorro" rsrsrs, quando estávamos resfriados. era uma comida que aquecia por dentro, farinha, água, alho, limao e muita pimenta do reino, que para mim quando crianca ardia muitíssimo. Fiz com gengibre e pimenta malagueta para ver se os vírus dao uma trégua.
A coleguinha de Clara está adorando as receitas sem glutén. acho que vou fazer esse biscoito com avelas, pois tenho algumas cruas em casa.
Neide,
Que bacana que a Mara levou com um chibé, uma receita fantástica. Você descrevendo a crocância do chibé e eu aqui lembrando da farinha d'água com caldo de feijão que eu comia na casa da minha avó, uma delícia da minha juventude. A farinha d'água era tostada na frigideira e depois era servida junto com tudo. Farinha d'água era item de primeira necessidade na casa de meus avós maternos, maranhenses, que depois de casados deixaram o Maranhão para viver na capital federal, então o Rio de Janeiro, onde meu avô era funcionário federal e onde minha mãe nasceu e eu nasci. Desde sempre eu sou louca por farinha d'água que comia-se com quase tudo. A crocância que a farinha adiciona aos alimentos é uma experiência deliciosa que eu não esqueço nunquinha, uma textura única que marcou a minha infância. Adoraria achar a farinha e fazer minha versão de chibé.
Eu ainda acho uma delícia comer açaí (que minha avó chamava de juçara que é o nome que predominava no Maranhão) com farinha d'água. A primeira vez que provei açaí (com a vovó) eu confie mais que aquilo seria bom por causa da adição de farinha d'água do que pela aparência da fruta em si. Enfim, brasilidades.
Beijos,
C.
Neide, que otimo que a Mara Salles levou esse premio! Aquele post do Tordesilhas, que voce publicou no ano passado, me fez ficar super fa dela. Inclusive, uma das sobremesas que faco, foi adaptada em cima daquela bananinha ouro com creme de acai e sorvete de cupuacu. Dou sempre credito a ela e a voce por terem me inspirado. Alias, esse blog eh o meu poco de inspiracao. Beijao!
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