quarta-feira, 23 de junho de 2010

Inhame com carne seca. Ou camarão, ou frango..

Aquele inhame/ taro enorme que veio de Fartura ainda esperava sua vez na cesta de legumes, até que ontem me lembrei da lembrança da Nina Horta que me contou ter comido ou visto ou ouvido dizer, isto não me lembro, uma rodela deste inhame gigante posta cozida num prato, e ele ocupava quase todo o prato, coberta com alguma coisa que eu não me lembro se ela não se lembrava ou eu já me esqueci, se era um refogadinho de lagosta, camarão, frango, carne desfiada, carne seca, sei lá. Acho que com qualquer destas delícias fica bom.
Adorei a ideia de não precisar fazer um purê, um creme, um mingau, uma musseline, nem nada. Só mesmo o inhame lilaz ali presençoso, temperado pela natureza e moldado em pastinha macia, cremosa, de sabor delicado. Optei pela carne seca que já tinha cozida e desfiada no freezer para estas horas de aperto. Cozinhei até ficar macia a rodela de inhame em água, sal e umas folhinhas de alfavaca. Deixei a casca que pode ser comida ou descartada na hora de comer. Mas também não sei se foi assim que a Nina comeu, viu ou pensou. Escorri, coloquei no prato e distribui o refogado por cima. A receita da carne seca está
aqui.
Outros inhames desta mesma leva renderam macarrão, pão, etc (se procurar, aí na caixa de busca, por taro ou inhame, achará mais receitas)

8 comentários:

Luiz Claudio disse...

Ai Neide, isso não é um blog.

É uma epifania de momentos que seu carinho e suas receitas chegam até nós pelas palavras mas se fazem muito mais presentes: sentimos o cheiro, o cuidado, os movimentos pela cozinha e a hora sagrada de comer o que foi feito assim dessa maneira.

Conversa na cozinha, música tocando ao longe chegando pela porta aberta e pessoas queridas chegando.

Aberto: o coração, o sorriso, o silêncio e os braços.

Odete disse...

Gosto demais de inhame/taro, e esta ideia tao simples parece tao sofisticada. Adorei.

Mônica Santos disse...

Show de blog, me deliciei com os posts de piquenique. Voltarei mais vezes!

Neide Rigo disse...

Ah,Luiz, quanta saudade. Obrigada pelas palavras sempre tão sensíveis!

Odete, então experimente assim. Uma delícia!

Mônica, volte sempre.

Um abraço, N

Dalva Tupinambá disse...

Neide, aqui em Águas da Prata,acho na feira inhames enormes.De início achei que os feirantes estavam querendo me vender cará como se fosse inhame.Mas pela sua foto parece um inhame grande mesmo.Comi muito inhame quando criança.Minha mãe dizia que fazia bem para a pele.Pelo sim,pelo não, tenho uma pele boa. Agora,com relação ao cará,não sei se você concorda,mas para mim o gosto dele lembra o da carne.

Patricia Lieko disse...

Presençoso...bela palavra!
Você faz poesia com comida, a tornar mais suculenta. Parabéns.

Lieko

Neide Rigo disse...

Leitores do Come-se, descobri como era. Se quiserem experimentar...

e Nina Horta
para Neide Rigo - data 24 de junho de 2010 21:31
assunto nhame-uhm

Neide, quando gosto de uma coisa não me esqueço mais. Adorei este inhame, era assim mesmo, um pocochito mais magro (mas, também, quem conseguiria um inhame tão gordo?) Quem fez foi a Ina, que hoje é dona do Mestiço, mas ainda não era. Por cima era um camarão ensopado, mas acho que tipo baiano, dendê, coentro, estas coisas. Era uma mistura muito boa.... Bom, tenho certeza que era com dendê e baianices, porque é o único jeito de que gosto de camarão. Agora, de inhame gosto de qualquer jeito e todo dia.
Bicotas. Nina

Neide Rigo disse...

Dalva, nunca reparei neste gosto de carne. Vou prestar atenção.

Patrícia, é a própria comida que faz isto!

Beijos, N