terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Sabão com azeite de dendê

 




Tinha sobrando em casa algumas garrafinhas de azeite de dendê que, por dó de usar, acabei deixando vencer. Já não estavam com um bom perfume que costuma ter. Mas como nunca desperdiço óleo por aqui, resolvi logo fazer sabão. Como é uma gordura muito saturada, resolvi usar apenas 1/3 do total de óleo. 2/3 era de óleo líquido (usei óleo usado de girassol e de gergelim, mas pode ser o óleo usado que tenha em casa). 

Ultimamente tenho feito sabão no liquidificador. Não estraga o copo, muito pelo contrário, promove uma boa limpeza, isso sim, afinal é um sabão bem forte que estará ali. Se estiver usando uma soda com 96 a 99% de pureza (esta informação estará no rótulo), a receita de liquidificador é infalível.  Veja outras receitas descendo um pouco nas postagens - tem de folhas de mamão e de caroços de abacate. Todos ótimos para lavar louça e, se feitos com óleo limpo, funciona até como sabonete.  E é claro que para usar o liquidificador de casa, não costumo usar perfumes. Aliás, usei uns dentes de cravo, que bati antes com o óleo, mas não precisa.  Era pra dar um cheirinho bom, mas no fim não fez diferença alguma. 

Pra fazer, vai precisar de proteção (óculos, luvas, máscara, roupa que cubra braços e pernas) e fazer isso longe de crianças e em ambiente aberto por causa dos vapores. 

Aqui, repito a receita dos outros sabões, adaptando para o dendê. 

Sabão com azeite de dendê

Numa tigela de plástico, vidro ou inox, coloque 125 ml de água fria e, por cima, 125 g de soda cáustica em lascas com pureza de 96 a 99 % (encontra em casa de produtos químicos, de limpeza ou de material para construção).  Misture com uma colher sem ficar muito perto e deixe em repouso por cerca de 10 minutos para que as escamas se diluam.  Coloque no liquidificador 300 ml de azeite de dendê derretido e frio e 700 ml de óleo vegetal usado (e peneirado) ou sem uso. Se quiser, junte 1 colher (sopa) de cravo (leia o texto acima)  Bata bem.  Desligue o aparelho e junte a soda diluída . Feche o copo e bata até ficar com consistência de vitamina de abacate - pode ser muito rápido.  Agora é só despejar em potes (pode usar caixa de tetrapack) e esperar umas 24 horas ou até endurecer. Pode usar forminhas de silicone próprias para sabão. Desenforme, corte e guarde por cerca de 21 dias para curar - este período é necessário para que a soda tenha ação completa. Deixe em local fresco e ao abrigo do sol.  Eu ainda gosto de grudar umas folhinhas de arruda para dar aquela graça. 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Lentilhas com manga verde

 


Lentilhas com manga verde.  Às vezes cozinho lentilhas sem saber dos desdobramentos e vou resolvendo na hora. Mas se temos mangas verdes, por que não acidificar a mistura? De livre inspiração no prato indiano da cozinha de Andhra, chamado Mamidikaya Pappu (mango dal) feito com lentilha sem pele, sementes de mostarda, alho, gengibre, pimenta, cúrcuma, folhas de curry, fiz com lentilhas miúdas e juntei a manga picadinha no refogado final, junto com a cebola. Deixei cozinhar um pouco com os temperos e nhac! Aproveite enquanto ainda temos algumas mangas verdes tardias por aí, pois a maioria está madura e na Mangolândia é manga madura em tudo quanto é prato. Se estou sem ideias e sem tempo,  elas vão para as saladas.  Não sou muito dos doces.  Mas agridoce, adoro!

domingo, 26 de janeiro de 2025

Chutney cru de manga madura

 


Se for ofensivo chamar de chutney, o prato que fiz hoje para o almoço,  pode ser chamado de chutneide, como uma homenagem ao prato indiano feito com a manga verde crua, que aprendi com a Nina Horta e ja publiquei aqui.  Mas vou deixar aqui por Marcos e eu adoramos e não deixamos sobrar nada. Para o feito com manga verde, é só misturar tudo no processador, no liquidificador ou juntar tudo bem picadinho: polpa de 5 mangas bem verdes descascadas e picadas  (ou cerca de 300 gramas), 1 cebola de 100 g picada, de preferência roxa, 1 colher (chá) cheia de cominho em grão tostado, 1 colher (sopa) rasa de açúcar mascavo, 1 pimenta dedo-de-moça picada e sal a gosto. 

Como estou com muita manga madura, foi assim que fiz. Em vez das mangas verdes, usei as maduras. Em vez de açúcar, que já tem na fruta amarela, usei limão pra compensar a falta de acidez que tem na fruta verde. E usei coentro largo ou coentrão ou chicória do pará cortada em tirinhas.  De resto, igual. Fica um molho agridoce e apimentado super refrescante. 

Então, ficou assim: 





Chutney cru de manga madura 

6 mangas pequenas bem maduras, cremosas, picadas 

meia cebola roxa finamente picada  

2 folhas de coentrão picadas em tirinhas

suco de 1 limão 

1 colher (chá) de sementes de cominho tostadas

1 pimenta dedo-de-moça picada 

Sal a gosto 

Basta misturar tudo e Nhac! Comemos com peixe frito. 







quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Repolho roxo com manga verde

 


Repolho roxo com manga verde. As mangas são da redondeza:)). Levaria maçãs verdes, mas com manga ficou mais gostoso ainda. Refoguei 1 cebola picada em óleo, juntei 2 mangas verdes picadas 1 colher (chá) de sementes de endro, 1 colher de chá de açúcar, outra de sal, 4 colheres (sopa) de vinagre, 1 xícara de água. Junte 1 repolho roxo pequeno fatiado e deixe cozinhar até ficar macio e a água secar. Prove e corrija o tempero se precisar, junte umas ervas frescas (usei salsa-do-líbano do quintal). E nhac!



terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Biscoito na máquina de moer carne

 



Uma vez comprei uma pecinha em um brechó sem nem imaginar o que seria. Só muitos anos depois acabei descobrindo que os biscoitos feitos pela avó e tia, com amoníaco, eram feitos assim, na máquina de moer carne que, com a pecinha, funciona como uma extrusora que vai dando formatos diferentes à massa. Acho bem prático embora raramente coloco em prática. Agora com netinho, tudo fica mais divertido. E ontem ele ditou os formatos e beliscou a massa o tempo todo. 

A receita, encontrei aleatoriamente no you tube, no canal Dicas da Dona Zaíra. Fiz algumas modificações para facilitar e ficaram bem gostosos. Novamente Raul não conseguiu esperar fazer o chá. 

A peça se encaixa facilmente na máquina de moer carne - é só ir deslizando a reguinha pra mudar o formato. É coisa antiga, mas ainda se acha em lojas de cozinha e nas lojas online. Só veja o tamanho da máquina para não errar. Procure como "modelador de biscoito para máquina de moer carne" ou "acessório de biscoito para máquina de moer".  E é claro, há máquinas de modelar biscoito mais modernas e sempre há possibilidade de fazer os boiscoitinhos fazendo bolinhas e achatando com garfo ou qualquer outro achatador que encontrar ao redor. O sabor é de broinha e a erva doce foi por minha conta. 

Aqui vai:  

Biscoito de fubá na máquina de moer carne 

Coloque numa tigela 150 g de manteiga e 1 xícara de açúcar. Bata bem até a mistura ficar cremosa.  Junte aos poucos 3 ovos batidos, sem parar de mexer. Pode ser na batedeira (eu usei) . Acrescente 2 xícaras de fubá,  2 xícaras de farinha de trigo, 1 colher (chá) de erva doce, 1 pitada de sal e 1 colher (chá) de fermento em pó. Misture bem e vá juntando farinha e fubá (em partes iguais) até ficar com consistência lisa, homogênea, que não grude nas mãos. Aí basta passar pela máquina no formato desejado e assar a 180 graus até dourar.  Se não tiver modelador, faça bolinhas e achate-as. 






Bolinhas achatadas 




terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Coruja do Vale do Ribeira


O paninho, ganhei da amiga Rosana Vieira - o da 
esquerda é o feito com a mandioca pubada 

Coruja é o pão salgado e denso, sem gluten, do Vale do Ribeira, São Paulo.  Esses, ganhei da amiga Sueli Vieira, nascida em Jacupiranga e que cresceu vendo a mandioca mansa sendo amolecida amarrada dentro de um saco sob as águas limpas do rio. Pode ser feito com a mandioca apenas ralada sem pubar, ou pubada -  amolecida ou curtida, como dizem por lá.  Ou ainda pode ser uma mistura dos dois tipos, mandioca pubada e sem pubar.  Ganhei dois, um com a massa pubada, azeda, e outro sem pubar, o mais dourado. 

Há alguns anos, comprei na feira de Registro, cidade do Vale do Ribeira também, coruja feita com amendoins crus e assada em forma retangular em vez de ser no embrulho de folha de bananeira, como manda a tradição. Aliás, quase não assam mais na folha de bananeira já que papel alumínio facilita o trabalho de quem faz pra vender na feira. Uma pena. Também não assam mais no fogão de lenha, já que no forno a gás também funciona. E a banha de porco usada antigamente agora é substituída por manteiga, na melhor das hipóteses. Ou margarina. E, baseada na liberdade que se tem hoje para fazer a coruja, inventei, com o perdão dos puristas, um rolo tipo coruja feito com tapioca e amendoim, que ficou muito gostoso. Veja aqui.  Mas no site Receitas do Vale você pode encontrar uma receita mais fiel. Confira aqui



As corujas da Sueli, fatiei e torrei um pouco no forno airfryer. Raulzito adorou como acompanhamento do sorvete de manga. 



sábado, 4 de janeiro de 2025

Folhas de chaya com leite de amendoim

 

Folhas de chaya no leite de amendoim. Você já deve ter visto aqui algumas postagens sobre a planta mexicana Chaya - Cnidoscolus aconitifolius, da família das Euphorbiaceae, como a mandioca.  Ela é consumida pelo povo Maia desde os tempos pré-colombianos e continua sendo alimento para o povo moderno não só do México. No Brasil é comum nas hortas urbanas. Apesar da presença de glicosídeos que formam ácido cianídrico, as folhas podem ser consumidas como verdura depois de cozidas (no caso da “água de chaya”, único preparo em que pode ser consumida crua no México, as folhas devem ser bem trituradas com algum elemento ácido – limão ou abacaxi, por exemplo).

 

O que eu não sabia e compartilho agora com você é que a planta, que cresce bem em áreas tropicais, é também é consumida em países do sudeste asiático, como na Indonésia. Eu só descobri porque depois de ver vários vídeos no instagram de pratos feitos com ela, com o nome de “daum Pepaya jepang” . Sempre via rapidamente e associava a forma e o nome pepaya às folhas de mamão. Só num deles, em que a pessoa colhia das folhas, me detive por mais tempo e percebi que era chaya e não folhas de mamão (de longe até parecem, ambas têm folhas lobadas).  O nome quer dizer folhas de mamão japonês (não me aprofundei sobre o caminho da planta, talvez levada por japoneses?).  A planta é conhecida como “pepaya jepang”, papaia japonês,  e é usada em ensopados, bolinhos, recheios e curries de vários tipos.

 

Pra dar uma abrasileirada: um tanto de farinha! 


Sabendo da novidade, fui lá fora, peguei umas folhas da planta que tenho na frente de casa (deve ter uns 4 metros ou mais) e fiz um ensopado com leite de amendoim, galanga, alho, cebola, pimenta, folhas de limão kaffir e talos de capim santo. Triturei tuto, refoguei em óleo junto com um pouco de camarão seco baiano, juntei leite de amendoim (um punhado de amendoim sem pele cru batido com um pouco de água quente e coado) e as folhas cozidas em água por 15 minutos , escorridas e cortadas em pedaços. Deixei cozinhar um pouco para apurar o caldo e pronto. Servi com um pouco de cebola roxa dourada em óleo, pedacinhos de pimenta dedo-de-moça e dois peixes porquinhos temperados e dourados na frigideira.   Não tenho medidas de nada porque foi tudo improvisado, mas é só para dar a ideia de que as folhas ficam deliciosas ensopadas assim – pode ser um tempero de moqueca, por exemplo. Leite de coco cai muito bem também e o que mais vi sendo usado, mas quis experimentar com leite de amendoim e gostei muito.

 

Nos mutirões da horta city lapa, todos que querem podem sair com mudas – elas pegam facilmente por estacas. De vez em quando deixo uns talos na frente da minha casa depois das podas. Fique de olho aqui no feed. Logo vou podar minha planta.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Spatzle de banana verde e folhas de sara-tudo

 


Continuando o post de ontem em que falei das folhas de sara-tudo, aqui mostro como usei as folhas já cozidas para fazer nhoque de pingar. Alguém vai dizer "mas isso é spatzle", os nhoques de farinha instantâneos feitos em algumas regiões da europa oriental. Se eu disser que é spatzle,  puristas podem reclamar "mas isso nunca que é spatzle".  Então fiquemos com spatzle ou nhoque de pingar, ao seu gosto. O importante é que a inspiração é mesmo o spatzle, mas os ingredientes são inusitados e o resultado é uma massa rápida, mais leve e nutritiva que aquela feita só com trigo.  


Esse passador é como uma frigideira furada

Aqui só com banana, sem as folhas 

Num copo medida de meio litro preenchi metade do volume com bananas cozidas (cozinhei em água com casca até ficar macia e abrir a casca - pode usar panela de pressão - uns 8 minutos após começar a chiar), coloquei as folhinhas cozidas de sara-tudo que usei no chá - cerca de 1/4 de xícara, 2 ovos e preenchi o recipiente com água. Bati tudo no liquidificador até virar um creme liso. Passei para uma tigela, temperei com sal e noz moscada e juntei farinha de trigo até ficar com consistência de uma massa grudenta - pode ser mais densa do que se fosse só com farinha, pois a banana vai deixar os nhoquinhos bem macios. 

Copo medida de meio litro 

A massa grudenta, mais densa 

Coloração esverdeada e maciez 

As folhas de sara-tudo podem ser
substituídas por qualquer outra comestível

Passei a massa pelo utensílio de fazer spatzle sobre água fervente. Quando sobem à superfície, já está pronto. Depois é só servir com o molho de sua preferência. Se não tiver o utensílio, pode colocar a massa sobre uma tábua e ir cortando e arrastando pedacinhos da massa sobre a água, ou pode usar uma frigideira furada, espremedor de batatas etc.  Aqui no blog mostro outro tipo e meus improvisos. 



quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Sara-tudo é panc

 



Antes de mais nada, feliz ano novo para todos que ainda acessam o blog. Postando aqui no segundo dia do ano para, quem sabe, eu possa me animar e voltar aos velhos tempos de postagens quase diárias. Mas também porque quero deixar aqui registrado uma planta que me fascinou durante minha última viagem ao Amazonas, especificamente em Itacoatiara. Não que eu tenha ouvido falar dela por lá, mas sim porque coincidentemente eu estava lá, no lugar certo, na hora certa, quando vi um vídeo do professor Valdely Kinupp - veja aqui -  falando das propriedades da planta e de seu encantador pigmento vermelho extraído das folhas verdes. Não foi difícil encontrar ali quem a tivesse plantada no quintal. A Fernanda Paes me deu uns galhos, que trouxe na mala e já replantei assim que cheguei. Hoje a planta está vistosa e consegui esperar pacientemente para experimentar a magia de ferver folhas verdes e obter um caldo vermelho, cheio de antocianinas. 


As folhas verdes cozidas com seu caldo vermelho 

A planta Justicia acuminatissima, da família das Acanthaceae é um arbusto com lindas flores vermelhas, miúdas e comestíveis. Toda a planta é muito usada pela população na Amazônia por suas aplicações medicinais como antifúngica (pra fazer banho de acento para tratar candidíase, por exempo), anti-inflamatória, cicatrizante e para combater anemia. É conhecida como sara-tudo, cura-tudo e tantos outros nomes populares . As folhas são preparadas em infusões ou macerações para fins curativos. Mas elas também podem ser consumidas cozidas, como espinafre. 

Para usar como corante ou concentrado para colorir chás, caldos, fermentados etc, basta cozinhar as folhas por cerca de 10 minutos e deixar esfriando com as folhas dentro. O líquido inicialmente é amarelo, mas vai ficando vermelho aos poucos. As folhas continuam verdes e podem ser usadas em farofas, sopas, refogados. Minha muda, plantei na minha composteira de vaso e embora ainda não tenha florido, as folhas estão muito viçosas. O feijão de vara, plantado de sementes trazidas de Itacoatiara, na mesma viagem, também já está com vagens. 

Ainda vou fazer muitos testes - no pão, não deu muito certo, mas por enquanto fique com a beleza do chá. Diluí um pouco o caldo que consegui e temperei com folhas de  manjericão-cravo e canela. Fervi mais um pouco e ficou uma delícia.  As folhas cozidas, juntei ao spatzle de banana verde, cuja receita darei no próximo post, aqui ou no instagram neiderigo. 

As folhas cozidas com banana verde 
cozida, ovo e água para fazer o 
spatzle 



Spatzle de banana verde e folhas de sara-tudo 


Chazinho vermelho 


terça-feira, 2 de maio de 2023

Sabão com caroço de abacate e sabão com folhas de mamão no liquidificador

 


Quem cozinha, suja louça. Quem cozinha, usa óleo. Se tem óleo e louça suja pra lavar, a gente faz sabão, oras. Já tenho aqui no blog uma receita maior com folhas de mamão  - veja aqui.  

Mas desde que descobri que posso fazer sabão no liquidificador. Não estraga o copo, muito pelo contrário, promove uma boa limpeza, isso sim, afinal é um sabão bem forte que estará ali. Se estiver usando uma soda com 96 a 99% de pureza (esta informação estará no rótulo)., a receita de liquidificador é infalível. 

É claro que você precisa de proteção (óculos, luvas, máscara,  roupa que cubra braços e pernas) e fazer isso longe de crianças, por exemplo. Ontem fiz teste para adaptar o sabão de folhas de mamão e também o de caroço de abacate -  dizem que é hidratante e deixa as mãos macias quando lava louça. De qualquer forma, faz uma pequena esfoliação e aumenta o rendimento. Já as folhas de mamão, dizem os antigos, deixa a roupa mais branca. Eu gosto também da cor. E, falar em cor, o de caroço de abacate fica bem escuro, então, use para lavar louça. E o neutro ou de folhas de mamão, deixe para lavar roupas. 

Aqui, repito a receita do sabão neutro que dei no post anterior:  E, pra fazer sabonete, basta usar um bom óleo limpo, como o de gergelim ou girassol. 

Sabão neutro 

Numa tigela de plástico, vidro ou inox, coloque 125 ml de água fria e, por cima, 125 g de soda cáustica em lascas com pureza de 96 a 99 % (encontra em casa de produtos químicos, de limpeza ou de material para construção).  Misture com uma colher sem ficar muito perto e deixe em repouso por cerca de 10 minutos para que as escamas se diluam.  Coloque no liquidificador 1 litro de óleo usado e coado e bata bem.  Desligue o aparelho e junte a soda diluída . Feche o copo e bata até ficar com consistência de vitamina de abacate - cerca de 10 minutos ou até menos. E está no ponto. Agora é só despejar em potes (pode usar caixa de tetrapack) e esperar umas 24 horas ou até endurecer. Desenforme, corte e guarde por cerca de 21 dias para curar - este período é necessário para que a soda tenha ação completa. Deixe em local fresco e ao abrigo do sol.  

Sabão com caroço de abacate 

Numa tigela de plástico, vidro ou inox, coloque 125 ml de água fria e, por cima, 125 g de soda cáustica em lascas com pureza de 96 a 99 %.  Misture com uma colher sem ficar muito perto e deixe em repouso por cerca de 10 minutos para que as escamas se diluam. Coloque no liquidificador 1 litro de óleo usado e coado e 1 caroço de abacate sem a película e picado (o meu tinha 80 g). Bata bem até o óleo ficar cremoso. Desligue o aparelho e junte a soda diluída . Feche o copo e bata até ficar com consistência de um creme liso  - cerca de 3 minutos. Agora é só despejar em potes (pode usar caixa de tetrapack) e esperar umas 24 horas ou até endurecer. Desenforme, corte em pedaços e guarde por cerca de 21 dias para curar - este período é necessário para que a soda tenha ação completa. Deixe em local fresco e ao abrigo do sol.  

Sabão com folhas de mamão 

No copo do liquidicador coloque 1 folha de mamão picada (50 g) e 150 ml de água. Bata bem e peneire sobre uma tigela de plástico, vidro ou inox. Meça 150 ml deste suco e junte 125 g de soda cáustica em lascas com pureza de 96 a 99 %.  Misture com uma colher sem ficar muito perto e deixe em repouso por cerca de 10 minutos para que as escamas se diluam. Coloque no liquidificador 1 litro de óleo usado e bata um pouco. Junte e a soda diluída no suco, feche o copo e bata até ficar com consistência cremosa como um creme de abacate   - cerca de 3 minutos. Agora é só despejar em potes (pode usar caixa de tetrapack) e esperar umas 24 horas ou até endurecer. Desenforme, corte em pedaços e guarde por cerca de 21 dias para curar - este período é necessário para que a soda tenha ação completa. Deixe em local fresco e ao abrigo do sol.


quinta-feira, 27 de abril de 2023

Sabão simples de liquidificador com três ingredientes

 


Eu costumo fazer bastante o sabão com folhas de mamão - veja aqui.  Mas, ultimamente, quando tenho livre de 5 minutinhos, faço uma receita de liquidificador infalível. É claro que você precisa de proteção (óculos, luvas, roupa que cubra braços e pernas) e fazer isso longe de crianças, por exemplo. Eu quase sempre faço isso sem proteção, mas tomo muito cuidado para não respirar o vapor da soda cáustica e evitar respingos, além de fazer quando estou sozinha, sem criança por perto. Porém, não vá por mim e se proteja, principalmente se você não tem prática. 

Numa tigela de plástico, vidro ou inox, coloque 125 ml de água fria e, por cima, 125 g de soda cáustica em lascas com pureza de 96 a 99 % (encontra em casa de produtos químicos, de limpeza ou de material para construção).  Misture com uma colher sem ficar muito perto e deixe em repouso por cerca de 10 minutos para que as escamas se diluam.  Coloque no liquidificador 1 litro de óleo usado e coado e bata bem.  Desligue o aparelho e junte a soda diluída . Feche o copo e bata até ficar com consistência de vitamina de abacate - cerca de 10  minutos. E está no ponto. Agora é só despejar em potes (pode usar caixa de tetrapack) e esperar umas 24 horas ou até endurecer. Desenforme e guarde por cerca de 21 dias para curar.  

Nos meus, gosto de colocar umas ervas - só pra fazer graça mesmo pois o perfume desaparece.  Neste, apoiei alguns galhos de alecrim no fundo das forminhas de silicone. 


Então é isso: 125 g de água, 125 g de soda, 1 litro de óleo. 


quinta-feira, 23 de março de 2023

Pão de fruta pão


Trouxe uma fruta pão da feira de Ituberá, na Bahia e depois de uns três dias viajando chegou aqui já meio madura, macia e doce. Mesmo assim, cozinhei até a parte mais externa ficar macia e usei no pão. Devo ter cozinhado os quartos da fruta por cerca de 10 minutos. Só então descasquei, tirei o miolo e esperei esfriar antes de usar no pão. 

Segue a receita: 

Pão de fruta pão 

400 g de fruta pão cozida (pode usar verde ou meio madura) 

400 g ml de água 

400 g de fermento/ levain já reformado e borbulhante - ou use 10 g de fermento biológico granulado diluído em um pouco de água 

1 colher (sopa) de sal 

60 g ou 1/4 de xícara de azeite 

1 kg de farinha de trigo 

Bata no liquidificador a fruta pão cozida cortada em pedaços, a água, o fermento, o sal e o azeite. Se precisar, junte um pouco mais de água. Quando virar um creme, passe para uma tigela e junte a farinha. Misture bem, juntando água fria aos poucos caso seja necessário para virar uma massa densa mas ainda grudenta como a de pão de queijo. Passe para uma tigela untada com azeite ou óleo, cubra com pano úmido e a cada 15 minutos faça dobras, como se fosse embrulhar a massa.  Faça isso 4 vezes, sempre passando as dobras para o fundo para que as pontas não se abram. Por fim, cubra novamente e deixe em temperatura ambiente até dobrar de volume. `Passe a massa para uma mesa de trabalho enfarinhada, divida em 3 ou 4 porções, faça bolas, cubra com pano e espere 15 minutos.  Modele os pães e coloque em assadeiras ou formas de pão de forma. Cubra e espere crescer até recuperar o volume perdido na modelagem. Leve para assar por cerca de 40 a 50 minutos em forno pré-aquecido a 225 graus (se tiver duas resistências, ligue só a de baixo no máximo, com a grade posicionada mais perto do piso do forno) . 

Espere esfriar e fatie. 

Obs. Se quiser, antes de assar, pincele a superfície com uma mistura de gema e leite (1 gema e 2 colheres (sopa) de leite) ou use stencil e faça algum desenho com farinha. 

Obs2. Se sua fruta pão está verde e sem doçura alguma, inclua 2 colheres (sopa) rasas de açúcar na receita - isto vai ajudar a dourar sem comprometer o salgado do pão. 



terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Homus com banana verde e brotinhos de araucária

 

Os brotinhos aqui só pra fazer uma graça 

No post anterior falei da comestibilidade dos brotinhos de araucária. Veja lá.  E aqui digo como os preparei e servi a pequena porção. É difícil colher uma grande quantidade. Por isso, achei melhor usar como um destaque sobre esta pastinha feita com banana verde. 

Sei que não é um homus, mas fiz mais ou menos parecido, com a banana verde substituindo o grão de bico. E como não tinha tahini, usei manteiga de amendoim. Usei também iogurte natural e ficou muito bom. 

Como fiz: 



Pasta de banana verde 

Cozinhe bananas verdes bem verdes (de qualquer tipo) em panela de pressão. Assim que a válvula chiar, abaixe o fogo e espere 8 minutos. Espere acabar a pressão e abra a panela. Veja se as cascas estão rachadas. Se sim e se estão bem macias, estão prontas. 

Bata com mixer 3 bananas cozidas e frias, sem as cascas, junto com 1 colher de sopa eede manteiga de amendoim ou tahine, meia xícara de iogurte natural, 1 dente de alho picado, 2 colheres (sopa) de azeite e sal a gosto. Se precisar, junte água fria até chegar na consistência de purê.  Passe para um prato de servir e sirva com uma cobertura de sementes de girassol tostadas (em um pouco de azeite). brotinhos de araucária cozidos por alguns minutos em água salgada, sementes de romã e azeite a gosto.  Sirva com pão, torradas ou como quiser. 


 

Brotos de araucária são comestíveis

 

Brotos ou ápica da araucária. É melhor colher
com tesoura a ponta e depois separar com tesoura

Sabia que os brotinhos ou ápice da araucária (o pinheiro que dá pinhão) é comestível? Segundo o Professor Valdely Kinupp, em sua tese de doutorado "Plantas Alimentícias Não Convencionais da Região Metropolitana de Porto Alegre, RS" , eles são comestíveis e podem ser uma opção pra enganar a fome durante caminhadas pela mata, ou por curiosidade. Pois eu colhi um pouco no sítio pra matar a curiosidade, de um pinheiro plantado por nós. Tem que deixar só o brotinho macio, tirar todas as folhinhas pontudas. Cozinhei em água salgada e ficou bem gostoso, um sabor algo resinoso próprio dos pinheiros.
O inconveniente é que só podemos colher de plantas mais jovens quando conseguimos alcançar. Depois ficam muito altas.

Colhi assim 


Cortei com tesoura só os brotinhos e tirei as folhas 
mais duras que os envolvem. Cozinhei por poucos
minutos em água salgada 

E usei com azeite sobre um homus de banana verde -
receita no post seguinte 










quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Orange pepper. Ou tempero com casquinhas de laranja e pimenta

Tempero versátil 

Orange pepper 

Das casquinhas daquela laranja da terra que colhi para fazer doce (veja aqui), fiz um tempero à moda do lemon pepper, só que com zest (a película colorida) da laranja, que tirei com aquela maquininha à manivela, meu mais novo brinquedo.  Usei casquinhas secas de 5 laranjas da terra mas pode ser de outra sem veneno, 1/3 de xícara de sal, 1/4 de xícara de grãos de pimenta do reino, 3 colheres (chá) de cúrcuma, 2 colheres (chá) de grãos de coentro e 2 colheres (chá) de pimenta vermelha em flocos. Basta triturar tudo (moedor elétrico ou manual)  e guardar em vidro pra temperar o que quiser: filé de frango, de peixe, cenouras, abóboras e outros legumes a serem assados com azeite, vinho branco etc.


As casquinhas secando 

As casquinhas já bem secas, com os outros
ingredientes 



Geleia de laranja amarga com pedacinhos

 

Laranjas da terra - amargas

Sem a pele - tirei com descascador de manivela 

Tem muitas sementes e caldo amargo e ácido

As tirinhas deixadas a secar para usos diversos


As cascas para compota - parti ao meio, tirei a polpa
e cortei ao meio novamente, deixando de fora a 
inserção do cabinho 


As partes com cabinho e machucadas
que tirei 

Estas partes foram picadas finamente para fazer geleia

Faz-se uma trouxinha com sementes e polpa
que cozinha junto para incorporar mais 
pectina 

A geleia super rica em pectina 

Pelas fotos e legendas acima, dá pra ter noção da parte que usei para esta geleia. Eram pedaços de cascas mais frágeis, rasgados e aquelas perto do cabinho - tirei esta porção para deixar a compota mais uniforme.  Para não descartar, resolvi picar tudo e fazer uma geleia, usando água e um pouco de suco, que é muito ácido.  Então a receita ficou assim. 

Geleia de laranja amarga com pedacinhos 

2 xícaras de casca de laranja amarga (sem a película amarela) picada bem fininho 

2 litros de água 

3 colheres (sopa) de polpa e sementes da laranja amarga 

1 xícara de suco da laranja amarga

2 xícaras de açúcar  

Coloque em uma panela as cascas de laranja picadas e 1 litro de água. Deixe ferver por 10 minutos. Escorra a água e acrescente o litro de água fria restante. Coloque junto a polpa e sementes da laranja amarrados numa trouxinha (isto dará um aporte maior de pectina). Deixe cozinhar até a casquinha ficar bem macia - cerca de 30 minutos.  Tire a trouxinha, esprema bem, deixando cair o sumo na panela com a casquinha. Junte o suco e o açúcar e deixe cozinhar até formar uma calda grossa e chegar ao ponto de geleia.  Distribua a geleia ainda quente em vidros aferventados, escorridos e ainda quentes. Feche, espere esfriar e guarde na geladeira.  Ficou uma delícia, só um pouco amarguinha. 

Obs. as casquinhas viraram orange pepper ou tempero feito com pimenta, sal etc. Veja próximo post. 

Para saber o ponto de geleia

Levante a geleia com uma colher de pau, a última gota deve ser grossa e demorar a cair;
tire um pouco, coloque num pires, deixe esfriar e empurre a superfície com o dedo – deve formar ondinhas;
apóie uma tigela pequena de inox sobre uma bacia de gelo e coloque um pouco da mistura sobre ela – veja se está com consistência de geleia.
A geleia quente é molenga e, quando fria, é gelatinosa. Se tiver dúvidas, desligue o fogo, coloque um pouco num copo e deixe na geladeira. Se ainda tiver mole depois de gelada é porque precisa de mais um tempo de fogo.