segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Jacas e mangas no Parque da Luz

Há muitas formas de ver o Parque da Luz, especialmente em dias de sol. Acompanhar ao longo do ano a frutificação das árvores centenárias é uma delas. Sempre que vou à Pinacoteca aproveito para ir ao Museu de Língua Portuguesa e andar pelo Parque, contemplar as esculturas, passar pelo aquário, fotografar a casa de chá e o coreto e ouvir os músicos populares que tocam, cantam e passam o chapéu. Nos bancos, tipos curiosos como freiras chupando sorvete, mulheres esperando cliente e famílias bolivianas com crianças em roupa de festa.  Neste último sábado fiz o de sempre, com a diferença que o tradicional pé d´água de fim de tarde destes dias de verão caiu enquanto estávamos protegidos pelos grossos tijolos do prédio da Pinacoteca. Foi terminar de ver a exposição e a chuva com as nuvens cinzas se foram, deixando no ar iluminado o sopro fresco das folhas molhadas e limpas. O parque esvaziado de gente era só moldura para a exuberância das frutas no pé ou no chão. Muitas mangas na grama, abacates lá no alto e jacas na altura das mãos. 


Mangas derrubadas pela chuva
Sacolas cheias de mangas, de olho nas jacas

Marcin com a jaca na mochila se sentindo um contraventor


Minha sobrinha Flora e o namorado polonês, Marcin, que vivem em Paris mas estão aqui a trabalho, hospedados na minha casa, não perderam tempo. Tiraram da mochila sacolas de plástico e encheram de mangas derrubadas pela tempestade. A jaca, já no ponto de amadurecer embalada em jornal, não foi difícil de colher - um simples torção no pedúnculo e já era. Bastou embrulhar com cuidado, para evitar que o látex pegajoso entrasse em contato com qualquer outra superfície, e guardar na mochila. Marcin adora as frutas que temos aqui, estava louco para comprar jaca e achou divertido podermos colher uma fruta deste tamanho num parque público.  A jaca estará madura em uma semana, mas as mangas já estão no ponto de fazer suco - a bebida que fiz para o piquenique no domingo. 


Suco de manga verde para o piquenique

6 comentários:

David Ramos disse...

Ola Fessõra!!
Esta ai um passeio que estaria totalmente mimetizado com a galera! Eu, o catador de frutas oficial do meu bairro.
Se alguém ver um veiculo oficial da câmara municipal daqui parado em baixo de uma arvore, pode ter certeza é um pé de fruta, pode ser a fruta mais esquidolê-lê do mundo que eu tô em baixo catando.
Ainda escreverei um post sobre as minhas aventuras frutíferas aqui do pedaço. Tem muita coisa catada e saboreado no pé, feito doce ou suco!
Agora fico pensando como o polonês deve ter se maravilhado com isso!

Beijos fêssora, minha mestra.

*Tenho comentado pouco por aqui, mas te digo, li muito sobre suas aventuras africanas e fiquei encantadissimo.
Quando eu crescer quero ser igual a vc!

David Ramos disse...

fazendo uma observação... o acento circunflexo da fêssora passeia... uma hora eu coloco no fÊ outra no ssÔ... to mal... preciso patentear essa palavra!

Beijos Mestra (assim não erro)

Amanda Scapini disse...

Neide, sempre fico de olho na rua pra aplicar o que aprendo aqui, mas tem uma coisa que me limita um pouco. Sempre que acontece de achar frutas caídas, flores, matinhos, e outras coisas mais rasteiras, morro de medo de consumir por causa da sujeira da rua. É tanto cachorro (e não só) usando a grama pro xixi, e sujeira que passa pelo chão que não tenho coragem.
Qual a melhor forma de limpar e higienizar essas coisas pra não correr riscos?
Beijos,
Amanda

Neide Rigo disse...

David,
pensei que tivesse sumido. Bom saber que está por aí catando frutas. E já lhe falei que fico sem graça com estes tratamentos... De qualquer forma, obrigada.

Amanda, eu prefiro colher diretamente da árvore, mas quando a fruta cai na grama depois de uma chuva, é só lavar bem em água corrente e descascar. Se quiser mais segurança, deixe de molho em desinfetante de saladas.

Um abraço, N

Patricia Lieko disse...

Parque da Luz, Pinacoteca, Bom Retiro, Mercado da Lapa...frequentamos os mesmos bons lugares da Paulicéia, encantadores. Na última vez em que estivemos no Parque da Luz, pegamos laguns pequenos côcos que estavam no chão. Em pouco mais de 15 dias já estavam totalmente enraizados. Ano que vem transplantaremos as mudas para o chão definitivo: direto da Paulicéia para Goiás!

Neide Rigo disse...

Que bom saber, Patrícia. Não vi cocos por lá, mas vou ficar de olho na próxima vez. Um abraço, N