segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Mercado Central de Belo Horizonte

Sorte que o Mercado Central de Belo Horizonte abre aos domingos  na parte da manhã e assim pudemos, Mara Salles e eu,  aproveitar cada minuto que ainda nos restava em Minas. Combinamos com Rusty Marcellini e Lorena de nos encontrarmos lá para o café da manhã (veja lá no blog do Rusty ele também falando do nosso encontro).  Luiz e Vanessa, nossos anfitriões, estavam conosco. 


As filhas do Luiz, as meninas Letícia e Marina, também tinham combinado, mas não acordaram tão cedo quanto gostariam e lá pelas tantas telefonaram lamentando terem perdido a hora, se desculpando, sem querer pedir nem incomodar, mas aguando de vontade  lá no fundinho: "por favor, pai, vem buscar a gente, que a gente adora este mercado". Pai que é pai, como é o caso do Luiz, não deixa passar em branco estas sutilezas e saiu para buscá-las. Logo as meninas se juntaram ao grupo numa alegria sem igual para a idade, para o local e o horário. Gostam de estar ali, de comer uma empada de queijo canastra com goiabada no ponto da empada, de ver os animais, de comer pão de queijo da Diva, de parar para ver frutas e acompanhar o pai nos petiscos de bar lá no Rei do Torresmo.  


Aliás, talvez seja por isto que as meninas gostam tanto do mercado. Um reino encantado onde se passa do Império das Castanhas para o Rei do Bacalhau sem deixar em nada por baixo o Rei do Fubá, o Rei dos Biscoitos e até o Rei da Mandioca com seus vários chapéus e óculos escuros espiando de soslaio quem passa. As meninas não se aborrecem quando paramos para ver pimentas ou pequis embora fiquem mais animadas na banca de frutas como lichias, uvas, graviolas, mangas espadas e ubás. 


Rusty conhece tudo por lá e todos o reconhecem, como a uma celebridade que, afinal ele é. Seu programa "Trilhas do Sabor" é um sucesso entre os mineiros. Os mais tímidos chegavam até nós, seus companheiros de passeio, e perguntavam: aquele é o Rusty da televisão, não é? E outros mais desinibidos  paravam pra conversar. Ele nos mostra a  banca de queijos e ficamos sabendo que ali ainda tem o queijo canastra tipo merenda do Zé Mário, mas que isto é coisa rara, pois sempre há uma fila de gente nas encomendas. É chegar e acabar. Rusty aponta também uma banca onde se vendem plantas aromáticas e aproveitei para comprar uma mudinha de quitoco, difícil de achar em São Paulo. O grupo vai passeando pelos corredores, cada um sumindo e reaparecendo segundo o interesse. Pato, marreco, borrego, galinha com oveira, chouriços, doces em pastas e compotas, inhames, palmitos pupunha, pequi já descascado laranja como gemas, perfumado como maracujá, maracujá que também tem, tudo tem.   Eu quero trazer galinha caipira com oveiras, mas fico de pegar depois. Aos ninhos de  palha para passarinhos eu não resisti e trouxe três.




Mara descobre um jiló gigante e fica fascinada. Falar em jiló os botecos do mercado já estão ficando lotados. Muita gente tomando cerveja acompanhada de fígado ou lombo com jiló, só enquanto o almoço não vem. Se você para perto de alguém que está comendo, logo é convidado a compartilhar do jiló e da cerveja. Na verdade, só um pretexto para puxar uma prosa, que mineiro é bom de conversa, todo mundo sabe. Mesmo se você não aceita comer e beber com a pessoa, a conversa vem do mesmo jeito, que cabeça de mineiro guarda lá dentro da cachoça um trem moendo palavras.  



E falar em jiló gigante e jiló dos outros, é hora do nosso. Paramos no Rei do Torresmo por recomendação do Luiz e ficamos ali na muvuca petiscando fígado com jiló, lombo com jiló e chouriço, advinha com quê?. Isto mesmo, com jiló. Ô gente pra, que nem eu,  gostar de jiló, sô! Mas, nó, como é gostoso com cerveja bem gelada. Ô trem bom! 


Mais fotos aqui: 

15 comentários:

Sílvia disse...

Ai Neide, que bom que vc gostou do Mercado Central... Eu que moro aqui há um tempo, me maravilho todas as vezes que eu vou lá. Beijos!

Alex disse...

Que legal, quero ir!

Angela Escritora disse...

Vê que coisa, morei lá e nunca fui! Ah, arrependimento!

Unknown disse...

Eu gostou o Rei de Mandioca!

Dricka disse...

Essas gurias já sabem o que é bom.
Tem coisa melhor em Minas do que proseá um cadim, biliscano uns trem?
Amo Minas do fundo do meu coração. Estou adorando esses posts, especialmente porque mostra uma parte que ainda não conheço, mas hei de.
Bjs

Anônimo disse...

Não contaram para você o porque do jiló em todo tira gosto, Neide? É que o amargor do jiló é bom para o fígado! rsrsrsrs
Izabel

Unknown disse...

Esse Mercado é minha segunda casa aqui, me sinto muito bem quando vou lá, e sempre vou! :D

Claudia disse...

Querida Neide!
Sou sua fã e admiradora...venho sempre me deliciar por aqui e nem sempre deixo recados, mas como ó assunto é mercado, fico fascinada...bjs e obrigada por compartilhar
http://claudiaroma.blogspot.com

André Coelho disse...

Eu fico maluco todas as vezes que vou ao Mercado Central e tudo é desculpa pra passar por lá. É maravilhoso, tem tudo, a comida é excelente (adoro o PF do Mané Doido).

O único problema, que o Rusty já deve ter comentado com você, é a sessão de animais. Primeiro porque ficam bichos demais em gaiolinhas. Depois, porque viola leis sanitárias que impedem que animais vivos e alimentos sejam expostos tão próximos uns dos outros. Fora que doenças rolam soltas entre os cães dali.

Luiz Magalhães disse...

Neide,
Adoramos ler os seus relatos. Vivos, delicados e muito afetuosos. Foi um grande prazer recebê-la e queremos muito que volte outras vezes. Quando a Marina viu algumas das fotos que você postou, disse: "A Neide tem taleeeennnnto". Assim mesmo, espichando a palavra. Com relação a compra que você não fez, da galinha caipira com oveira, ainda podemos ver se conseguimos para o próximo final de semana. Chegaremos por aí na sexta. Se quiser, faça a encomenda!

Ana disse...

O mercado central é ótimo e eu adoro suas bancas de tempero, mas tem esse problema da seção de animais vivos que o André Coelho falou.

Neide Rigo disse...

Silvia, eu não gostei, não. Amei!

Angela, é só voltar!

Drika, sabem mesmo. É sempre bom ainda ter o que conhecer, não é?

Izabel! É mesmo uma ótima e deliciosa desculpa.

Cela, deu pra sentir este orgulho na cara das pessoas.

Claudia, obrigada!

André, esta aí um corredor por onde não passei. Deixei pra próxima visita.

Luiz, sem o carinho de vocês teria sido muito diferente e sem-graça. Obrigada por tudo. E a Marina, não preciso nem dizer, é uma queridinha. A galinha com oveira, deixo pra quando voltar a BH. Mas espero vê-los por aqui no sábado. Obrigada por tudo.

Um abraço, N

Anônimo disse...

A população de BH se orgulha de ter um Mercado como esse, mas também se envergonha e se indigna com o descaso do Poder Público que se omite quanto ao absurdo daquele comércio de animais vivos no mesmo espaço em que se comercializa alimentos para humanos. Verdadeira crueldade com aqueles animais, de quase 20 espécies, que agonizam sem sol, espaço, expostos a intenso barulho etc. Desrespeito ao consumidor e ameaça explícita à SAÚDE PÚBLICA.

Anônimo disse...

Ola Neide, lendo seu blog vi q vc comprou uns ninhos para passarinho no mercado central em BH. estou precisando de alguns, vc lembra o nome da loja onde comprou? se puider me passar o contato.

desde ja agradeço

sabrinavibo@yahoo.com.br

Neide Rigo disse...

Sabrina, eu não me lembro o nome da loja, mas não é difícil achar porque o mercado não é grande. Eles ficam todos dispostos na porta da loja. Um abraço, n