sexta-feira, 11 de novembro de 2011

É hora de colher grumixama


Até outro dia não conhecia grumixama. Foi só quando meu pai comprou uma muda de abiu e nasceram, em vez da fruta comprada, outras vermelhinhas, redondas e doces, que eu a descobri. E foi paixão à primeira mordida, com um quê de coquetel de mirtáceas - perto da casca lembra jabuticaba, sendo, porém, de consistência mais macia. Perto das sementes, lembram pitangas, uvaias, gabirobas, goiabas. Em comum com a jabuticaba, além da cor e dos trejeitos, o poder de enfeitiçar, afinal é impossível comer uma só. Em encontrando uma árvore carregada como a que descobri na rua de baixo você se vê impelido a comer todas que estiverem ao seu alcance, até não aguentar mais.





Lembrei que já era época de grumixama quando passei pela Av. Dr. Arnaldo e avistei umas árvores carregadas na Faculdade de Medicina da USP. Comi algumas ali mesmo, certa da minha imunidade contra fuligens e outras poeiras contaminadas. Mas as frutas estavam limpas, tinha acabado de chover. Muita gente parou para me perguntar o que era aquilo. Grumi o que? Quem te chama? O Gru! o Gru te chama. Ah, o Gru me chama. Pronto, decorou? 


Tem gente que não gosta do nome. Eu acho bonito. Tem também cereja-do-mato, mas este é o nome também de outra cereja, a do Rio Grande, também da Mata Atlântica, também brasileira. Grumixama, pelo menos, é só ela e não é lá nenhuma cagaita, este sim um nominho complicado. Gru lembra uma coisa capsular suculenta, sei lá. É isto que me chama. 

Mas para não ir sozinha, chamei minha amiga e vizinha Veronika, que gosta de andar a pé. Combinei que colheríamos de "a meia", como diz meu pai. O menino João veio também porque achou divertida a ideia da colheita e também o nome. Chegamos e o chão estava pintado de frutinhas caídas. Nos galhos havia tantas, mas tantas, que o que tiramos não chegou a fazer cócegas na árvore. Pegamos as que estavam nos ramos mais baixos, mas chegou uma hora que Veronika decidiu escalar e aí a coisa rendeu.



Na volta pra casa, com a cesta cheia (e também uns galhos para umas experiências), fomos dividir conforme o combinado, meio a meio. O João estava bem preocupado: como faríamos para não haver injustiças?  Dividimos a olho em duas tigelas iguais. Como ele ainda não estava muito convencido da equidade da partilha, achei que o melhor a fazer seria usar uma balança. E uma balança nas mãos de uma criança é sempre uma brincadeira. Um jeito divertido de se treinar matemática. Uma pra cá, outra pra lá, divide a diferença em dois. Soma o peso das duas tigelas e divide ao meio, vai um, menos um, e acertamos em 1700 g pra um e 1699 g para outro. Como eles estavam em dois, levaram a maior parte e, pronto, não se fala mais nisto.

Pensei em fazer algo com as frutinhas, mas estou vendo que não vai sobrar. Meus dedos estão roxos e minha boca, idem. Um tanto delas foi para um vidro com cachaça para, depois de uns dias, virar licor. Depois eu conto como ficou.

Agora, só pra você saber: grumixama é parente da pitanga, família das Mirtáceas e é originária da Mata Atlântica, da Bahia a Santa Catarina. O nome vem do tupi, mas o que significa, não sei, pois numa rápida pesquisa no Museu da Casa Brasileira vejo que, no relato dos viajantes, as frutinhas eram chamadas de comixá ou comichã. Veja abaixo: 

O licor, para ir curtindo



"Nas campinas há outra árvore, a que chamam ubucaba [...] dá umas frutas pretas e miúdas como murtinhos, que se comem, e têm sabor mui sofrível. Mondururu é outra árvore que da umas frutas pretas, tamanhas como avelãs, que se comem todas, lançando-lhes fora umas pevides brancas que têm, a qual fruta é muito saborosa. Há outra árvore como laranjeira, que se chama comichã [grumixama], a qual carrega todos os anos de umas frutas vermelhas, tamanhas e de feição de murtinhos que se comem todas lançando-lhes fora uma pevide preta que têm, que é a semente desta árvore grande que dá fruto do mesmo nome tamanho como cerejas, de cor vermelha, e muito doce [...]. Cambuí [goiabeira do mato] é uma árvore delgada [...] a qual dá flor branca, e o fruto amarelo do mesmo nome; do tamanho, feição e cor das maçãs de anáfega. Esta fruta é mui saborosa, e tem ponta de azedo [...]"  Nota da edição comentada por Pirajá da Silva.
1587 Recôncavo, Bahia
SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado Descritivo do Brasil (1587). São Paulo, EDUSP/ Companhia Editorial Nacional, 1971. p. 194


"[...] um fruto a que chamam 'pequi'[...] que dá no seu miolo quase um como clarificado de açúcar mui gostoso; 'quamocá', outra fruta, vermelha, semelhante a ginjas; 'iba-mirim', como limões: 'uti', fruta comprida, gostosa no comer: 'ubacropari', como pêssegos; 'comixa', fruta miúda, a feição de murtinhos; 'grexiuruba', outra a modo de zamboa: 'eycajerús', de modo de ameixas mousinhas; 'não-taia-ambús'são semelhantes à ameixas brancas; 'ubaperunga', como uvas bastardas pequenas, que dão mostra de nêsperas; 'ubapitanga', da feição de ginjas; 'tatajuba', semelhante a pêssego, de cuja planta comida a raiz mata a sede [...] 'morosis', que são apropriados a murtinhos [...] 'mamão'[...] muito adocicado; 'araçá'[...] de muito gosto, do qual se faz boa marmelada; há outro modo de 'araçá', por sobrenome 'açú', por ser maior e mais estimado para se comer [...]. Estas são as frutas [...] que os moradores do Brasil por negligência deixam estar até agora agrestes, espalhadas pelos matos, as quais, se forem cultivadas, se avantajariam em bondade e gosto."
1618 Nordeste
GANDAVO, Pero de Magalhães. Diálogos das Grandezas do Brasil (1618). Introdução de Capistrano de Abreu, Notas de Rodolpho Garcia, Rio de Janeiro, Oficina Industrial Gráfica, 1930. p. 207

"Ele mostrou-me então a casa [...] consistindo apenas de três peças [...] seu escritório [...] seu quarto de dormir [...] e um terceiro quarto, ocupado com barris de vinho de laranja, e potes de licor feito de grumixama, pelo menos tão gostoso como a aguardente de cerejas, com que aliás se parece. São os produtos de sua fazenda [...]"

1822 Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
GRAHAM, Maria. Diário de uma Viagem ao Brasil e de uma Estada nesse País Durante Parte dos Anos de 1821, 1822, 1823. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1956. p. 190-1

E, só por graça, veja isto:



Na brincadeira de pesar, João começou a querer pesar de tudo: pilões, tigelinhas, colheres e frutas da fruteira. Até que pesou uma maçã murchinha que marcou 111 g. Ele deu um pulo de alegria: mamãe, dia 11/11/2011, uma maçã 111!! Aliás, deu muitos pulos e gritinhos. Até a Dendê sorriu. Veronika e eu tivemos a mesma ideia. Corremos à cozinha para conferir as horas: 11 horas e 11 minutos (indo pra doze, mas ainda 11!). João pulou mais ainda. O que isto quis dizer? Acho que nada, coincidência, mas, por vias das dúvidas, vou plantar as sementes da maçã 111 g. E, poxa, devíamos ter dividido também a maçã, pra dar sorte.

35 comentários:

vpaulics disse...

sorte é dividir a vida e as pequenas e grandes alegrias com vocês...

Camila disse...

Que legal!!! :-D Adorei a carinha dele, super animado! E as frutinhas, fiquei morrendo de vontade de experimentar.

Luis Pereira disse...

Oi Neide,

Que beleza de sincronicidade... hoje de manha bem cedo plantei 2 grumixamas aqui em nossa ecovila.

Ainda estão bem pequenas mas espero que chegue logo o dia de degustar essas belezuras.

Abraço

Maria Cristina Stolf disse...

Olá Neide!! trabalho na unicamp e aqui encontrei uma alameda de grumixama, árvores pequenas, mas carregadas...este ano as frutas estavam especialmente deliciosas!! deu uma boa geléia, com limão cravo!!!

Neide Rigo disse...

Veronika, vamos comer esta maçã em famílias?

Camila, só digo uma coisa: vale muito a pena!

Luiz Pereira, espero que possa colher os frutos em breve.

Maria Cristina, que alegria, hem, uma alameda de grumixamas! Já a minha geleia, acabei de queimá-la enquanto me distraia com a chuva!

Um abraço,
N

Gilda disse...

Oi Neide
Você já deve saber disto, mas existe também uma grumixama branca. Plantei dois pés no sítio que não tenho mais e uma delas saiu branca. Tomara que suas experiências com os galhos funcionem, porque plantadas de semente levam 8 anos para frutificar.

Silvia - BH disse...

Grumixama em flor é das árvores masi bonitas que há!

A do sitio ficou junto ao muro e em frente e ao lado há varias outras, quando floresce não dá pra fazer boa foto. Ela floriu na semana passada. São duas, aliás, a outra, bem menor.

Quem for plantar, escolha um lugar onde fique em destaque. A forma ovalada da árvore é por si só muito bonita. A floração é linda e muito fugaz, e em seguida o chão se enche de pétalas brancas. Mas mesmo quando está só com os botõeszinhos já é mais bonita do que outras.

Trico da Zezê disse...

Olá!
Adorei seu blog!
Estava vendo nos seus arquivos que vc tem Keffir, e eu gostaria muito de conseguir uns grãoszinhos, vc tem para doar?

Beijos

Glaucia

glauciaevelin@ig.com.br

Claudio Oliver disse...

Oi Neide
Será Que tinha como você juntar um bom tanto de sementes e mandar para o nosso banco de sementes? Seria legal dessa árvore com boa rodutividade e genética paulista.. pode ser?

Leticia Cinto disse...

Lindas as frutinhas, mas mais lindo ainda o João e o sorriso da Dendê! Vou olhar se já tem grumixama numa praça aqui perto, eba!
Bjs Leticia

nana tucci disse...

eu não ia comentar porque né, 11 COMENTÁRIOS! que história mais bacana, tem que plantar a maçã. viva!

obs. planta na nova fartura

Dricka disse...

Não acredito em coincidências, acho que todo o universo gira em uma sincronia peculiar e tudo em nossas vidas tem um significado, mesmo que seja ínfimo. E essa sincronia inusitada é com certeza o prenuncio de coisas boas, bem ao estilo lindo que as duas familias notadamente prezam: pequenas e infinitas alegrias. O universo conspira em favor de quem respeita a vida e cultiva bons relacionamentos.

Bjs

Pequi disse...

Não conheço esta fruta, ela se parece com a jaboticaba

Flora Maria disse...

Nunca comi, mas uma amiga sempre falou dela, pois tinha um pé no quintal. Eu, carioca de cidade grande, não entendia esse nome estranho.
Adoro conhecer essas frutas "exóticas". Foi aqui em S.Lourenço que conheci a Uvaia, que o povo daqui chama de Orvalho.

Beijo

Angela Escritora disse...

Menina, minha boca encheu dágua lendo o post, que nem quando a gente pensa em limão, me senti o próprio cachorro de Pavlov. A cara é de jabuticaba! E no meio da rua! que maravilha! Tomara que as experiências funcionem! Quanto ao nome,parece daqueles que o Prof.Raimundo mandava pra aluna que tinha o bordão" só pensa naquilo", convenhamos!:-)))
E quanto aos 11, uau! Sei não, acho que era caso de sair pela rua procurando bilhetes de loteria.

Anônimo disse...

neide, dia 11/11/11 foi o dia qe, pela primeira, vez comi grumixama! desde qe descobri qe ela existia foi um loooonga espera. mas não tive a sorte de achar um pé tão carregado....
bj
saletedosanjos@gmail.com

Neide Rigo disse...

Gilda, eu já vi amarelo. Branco, não conheço. Ou vai ver é o mesmo.

Silvia, realmente a árvore e as flores são lindas.

Maria, obrigada!

Glaucia, escreva no meu email: neide.rigo@gmail.com

Claudio, eu posso arrumar as sementes, só não tenho como ir ao correio (ônibus pra ir, ônibus pra voltar, fila na agência - infelizmente estou sem tempo algum). Quem sabe quando eu for pra Curitiba ou você vir pra São Paulo?

Letícia, tomara que encontre.

Nana, vou seguir seu conselho!

Drika, tomara que esteja certa. Obrigada!

Pequi, é isto aí que descrevi.

Flora, espero que encontre logo uma grumixama para experimentar.

Angela, querida, você bem que pode ter um pezinho de grumixama aí, não. Tem mudinhas já grandes no Viveiro Ciprest, com link aí do lado. Eles entregam. Quanto às experiências, o licor, tenho certeza, vai funcionar - a cachaça já está com cor de vinho. Mas a geleia .... Fui atender ao telefone e esqueci a panela no fogo. Bem, grumixamas queimadinhas não são ruins.

Salete, então guardemos pra sempre esta data!

Um abraço,
N

Anônimo disse...

Oi Pessoal preciso muito conseguir as sementes da Grumixama, por favor me informem através do email: contato@coposecanecas.com vou ficar muito feliz se alguem me ajudar a conseguir essa fruta, pois sou amante das plantas e principalmente frutíferas...

Jonas disse...

Tenho um pé de grumixama plantado na minha calçada há 5 anos, na cidade de Limeira/SP. É o segundo ano que frutifica e na época da floragem fica lindo demais. As pessoas param o carro para fotografar e os amigos do posto de gasolina que fica em frente ajudam a cuidar dos frutos, para que sobrem pelo menos alguns para o plantio.
Ganhei a muda de um compadre, de um pé autóctone das margens da Represa de Guarapiranga, em São Paulo. Passou por um período de aclimatação no vaso em casa e depois a transferi para a calçada. Está linda e já tem uns três metros de altura.

Unknown disse...

AQUI EM RIBEIRÃO PRETO-SP, POUCAS PESSOAS CONHECEM ESTA FRUTA. JÁ ENCONTREI 02 ÁRVORES CARREGADAS DESTE DELICIOSO FRUTINHO FOI SÓ ALEGRIA, MEUS AMIGOS ADORARAM!! ADORO ENCONTRAR ESTA FRUTAS EXÓTICAS,TEM MUITAS ÁRVORES DE CALÇADAS QUE PRODUZEM FRUTOS!! E POUCOS CONHECEM SEUS FRUTOS, É O CASO DO JAMBO,ELE PARECE UMA MAÇÃ COM FORMATO DE UMA PERA É MARAVILHOSO SEU SABOR, DIZEM QUE ELE É DE ORIGEM DA BAHIA. UM GRANDE ABRAÇO.
LUIZ CARLOS. RIB.PRETO-

Anônimo disse...

Luiz Carlos tenho uma chacara em Brodowski proximo a RP com 2 pes de grumixamas que ainda nao deu frutos mas deram 2 floradas qual av em rp estao para que possa ver o tamanho das arvores?

Neide Rigo disse...

Luiz, não entendi sua pergunta. quer saber onde tem em Ribeirão Preto? Não sei.
N

Anônimo disse...

Ontem indo para o interior, paramos para comprar mudas e o rapaz me ofereceu esta. Nunca houvi falar. Rsrs Comprei por curiosidade, agra depois de td que li, estou ansiosa. Como que funciona o banco de sementes? Angela Novo. angelanovo@ig.com.br

Anônimo disse...

OI, ADOREI SUA PÁGINA.TENHO UMA GRUMIXAMEIRA NO QUINTAL QUE É UMA LINDEZA.ALÉM DE JABUTICABAS, PITANGAS ,ABIU, E OUTRAS NO POMAR. NUNCA ME CANSO DE LER E VER IMAGENS TÃO LINDAS.PARABÉNS.

LETICIA VIEIRA
RIO DE JANEIRO

leticiamagdanier@gmail.com

Unknown disse...

tambem tenho esta maravilha no meu quintal que bom q muitos ja conhesen o fruto

H disse...

Olá, boa noite. Sou professor em Minas e estou realizando uma pesquisa e necessito comprar a fruta grumixama. Saberia me informar algum fornecedor?
Agradeço.
Hernani

Rico disse...

Bom dia,
Aqui em frente a minja empresa tem uma fruta bem parecida, como se fosse uma ameixa preta, porém a árvore é bem parecida com a goiabeira. O sabor da fruta é uma mistura de jabuticaba com pitanga. Ela é bem carnuda e com apenas uma ou duas sementes dentro. Alguém conhece essa fruta ou sabe o nome?

Unknown disse...

Olá, vocês poderiam me dizer onde tem mais pés dessa árvore aqui em São Paulo? Comprei uma geleia dela em Paranapiacaba e penso em criar algumas mudinhas. Obrigado!

Luis Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luis Santos disse...

Márcio, acabei de descobrir uma grumixameira adulta, super carregada, do lado de casa aqui no Brooklin!

Unknown disse...

Oi Luis, onde seria? Depois da pergunta achei várias grumixamas. Na casa Modernista, USP, Clinicas, Praça Gen. Polidoro. Se quiser indica ela aqui nesses mapa: https://www.google.com/maps/d/u/0/edit?mid=1eIhZeLVv1FAiTD3o6xiqJoI9R5c&hl=en_US&ll=-23.563120366090544%2C-46.69924938019443&z=13

Luis Santos disse...

Márcio, fica na rua indiana, 1088, no Brooklin. Fica dentro do terreno do Instituto Casa do Todos. À noite, no meu PC pessoal, vou tentar incluir nesse mapa colaborativo. Aliás que ideia e iniciativa genial! 👍🏼

Anônimo disse...

esses brotos que dão no pé da arvore nascem da raiz, se vc tirar eles com um pedaço médio da raiz e deixar umas duas folhas, colocar na terra, em 1 ano vc tem uma arvore dando fruta ou ate menos

Anônimo disse...

Tenho duas mudas em vasos e floriu agora em fevereiro RS bem fora de época torcendo para ser das pretinhas kkkkk amarela ouvi falar que são menos doces

Unknown disse...

Amei seu relato sobre a grumixama. Cresci em uma chácara urbana em Brasília, onde surgiu próximo a janela da sala uma árvore desconhecida que foi ficando... Hoje, pra lá de 4m de altura teve uma safra gorda! Os frutos estão enormes! Eu nem sei por que... Amo as florezinhas da grumixama, mas gostaria de algumas receitas, pois se perde muita fruta.