sexta-feira, 1 de abril de 2011

Pão de linhaça e manjericão

Minha vizinha Ana queria acertar fazer pão na máquina, que é igual à minha. As receitas do manual nunca davam certo. E, mais, já tinha em mente uma receita inventada - pão de linhaça com manjericão. Convidei-a pra vir aqui com sua máquina e os ingredientes, colheríamos manjericão do quintal e inventaríamos juntas a receita baseada na fórmula infalível que sempre uso.
E, como defendo o uso destas máquinas apenas para abreviar o trabalho braçal e nunca para assar (não gosto daquele formato de bloco e aprecio modelar pães), a receita pode ser feita em qualquer bacia grande com ajuda de braços fortes. Enquanto isso, liguei também minha máquina e fiz outra receita.
Costumo fazer sempre esta quantidade porque o trabalho é o mesmo, o custo de ingredientes é pequeno e a quantidade de gás ou energia não varia. E assim posso ainda dar pães de presente para os amigos.
É claro que o ideal é bater nestas máquinas a metade desta receita, mas eu a ajudo com uma espátula de madeira e ela, a máquina, aguenta bem (agora Cadence e antes, Oster, que aguentou este trabalho pesado por mais de 10 anos e ainda funciona assim na casa da minha irmã). Mas também é claro que se resolver usar a sua máquina assim, deixo a decisão por sua conta e risco.
Bem, a não ser por ter a Ana um ótimo forno, diferente do meu, totalmente instável, e seus pães terem assado um pouco além da conta, o sabor e a textura ficaram ótimos.
Depois de assados, fiquei com um de seus pães e vice-versa. Vamos à receita, então:
Pão de linhaça com manjericão
1 envelope (10 g) de fermento biológico seco
3 xícaras de água morna
3 colheres (sopa) rasas de açúcar
1 colher (sopa) rasa de sal
3 xícaras de farinha de trigo integral
Farinha de trigo para dar o ponto (cerca de 750 g)
1 ovo
2 colheres (sopa) de manteiga
4 colheres (sopa) de azeite
1 xícara de linhaça dourada triturada no liquidificador
1/4 de xícara de sementes de girassol
1 xícara de folhas de manjericão
1 colher (chá) de alcaravia (Kümmel) - opcional
Dissolva o fermento em um pouco da água. Ligue a máquina no modo "massa" ou coisa parecida (ciclo de 1h30m). Despeje no recipiente da máquina ou numa bacia, se não tiver máquina, o fermento dissolvido e o restante da água, o açúcar, o sal, a farinha de trigo integral e metade da farinha branca. Deixe bater até homogeneizar - se precisar, ajude com uma espátula de madeira. Ou mexa com colher de pau se estiver usando uma bacia. Junte, então o ovo, a manteiga e o azeite. Continue misturando. Junte, então, a farinha de trigo restante aos poucos, ajudando com a espátula (ou já sovando com as mãos se estiver usando a bacia), até ficar com consistência firme, mas não dura. Junte, então, a linhaça, as sementes de girassol, o manjericão e a alcaravia (endro também fica bom). Continue sovando para misturar bem. Quando a máquina parar de bater, deixe a porta aberta e cubra a massa com pano úmido, porque a massa cresce além de sua capacidade (se fizer metade da receita, pode fechar). Ou então cubra com uma folha firme de plástico antes de fechar a máquina, para a massa não grudar na tampa. Cobrir a massa com pano úmido ou plástico vale também para quem está usando uma bacia. Deixe a massa crescer até dobrar de volume. Divida em quatro partes e modele os pães. Molhe a superfície deles passando-os rapidamente sob a torneira e role-os sobre sementes que quiser: gergelim, linhaça, girassol etc. Ou simplesmente polvilhe farinha de trigo. Coloque-os em formas untadas e enfarinhadas, cubra com pano e deixe crescer novamente até recobrar o volume perdido com o manuseio. Pré-aqueça o forno a 230 graus por 10 minutos. Faça cortes nos pães com gilete, bisturi, estilete ou uma faca bem afiada, leve ao forno pré-aquecido e deixe assar por 10 minutos. Abaixe a temperatura para 180 graus e deixe assar por mais 50 minutos. Ou até o pão ficar dourado e com som de oco quando batido na crosta.
Nota: como os fornos domésticos são meio impre
visíveis e não padronizados, talvez tenha que fazer adaptações na forma de assar até descobrir o que melhor funciona. Às vezes asso meus pães em forno médio, não pré-aquecido, durante todo o tempo e também dá certo. Depende se o pão já cresceu o suficiente fora do forno ou se ainda pode continuar crescendo enquanto assa. Mas isto você vai descobrir praticando sem medo de errar.
Aqui vai a receita do meu pão que também improvisei na hora
Pão salgado de amêndoas e passas

1 envelope (10 g) de fermento biológico seco
3 xícaras de água morna
3 colheres (sopa) rasas de açúcar
1 colher (sopa) rasa de sal
Farinha de trigo para dar o ponto (cerca de 1,2 kg)
1 ovo
1/2 xícara de azeite
1 xícara de amêndoas com casca picadas grosseiramente1 xícara de uvas passas pretas
Faça do mesmo modo que o pão anterior, deixando para incorporar as amêndoas e as uvas passas no final. Depois de modelar, se quiser, pode molhar os pães e rolar sobre amêndoas picadas. Ou polvilhar com farinha.
Rende também 4 pães

5 comentários:

Simone Bello disse...

Neide,
como te falei por email não estou podendo consumir a farinha branca,vou testar usando só a integral,o que vc acha?Será que pode ficar muito duro?
Desculpe,dúvidas de principiante...
Obrigada
Simone Bello

Neide Rigo disse...

Simone,
vai ficar meio duro, sim. Mas se não pode comer o trigo branco, não há o que se fazer, não é?
bjs,n

Deborah Martin Salaroli disse...

Pão estilo natureba e com sabor incrível, né? Vc confirma?
Parabéns pela delícia!
Venha me visitar vc também na minha cozinha! Tô te esperando!
Bjs

Beta Tiossi disse...

Oi Neide, estou um tanto atrasada, mas gostaria de parabenizá-la pela entrevista no Globo Reporter, adorei te ver!
Esse pão deve ser uma delicia.bjs

Roselei Strassburger Volpe disse...

Neide, vi teu último post em resposta ao meu e te pergunto:
_Do you have time for English class?
Adorei a tua participação no Globo Reporter! Estavas muito bem (cabelo, vestido e dialogo). Tua expressão foi excelente. Vi no site pq não chequei meu e-mail naquele dia. Sorry!Com crianças em casa quase não vejo tv. Continuo te admirando muito e tenho certeza de que fazes tudo tão bem. Fico mais segura em saber que não sou só eu que tenho inseguranças, as vezes até sem nenhum sentido. Só a gente é que pensa nessas coisas. Beijos