Na sexta-feira tivemos um pedaço da tarde livre, antes de seguirmos para um restaurante chique para nosso último jantar em Dakar. Madalen, Maria e eu decidimos sair um pouco antes e andarmos pela cidade, que até o momento praticamente só havíamos conhecido através das janelas dos taxis e andanças ao redor da pousada. Tivemos a sorte de encontrar Ibraim, o motorista do hotel a quem perguntamos se poderia nos levar para um fast city tour. Ele estava sem carro mas o contratamos assim mesmo para nos acompanhar no taxi. E seu trabalho já começou na negociação no preço da corrida, que começou em 5 mil francos senegaleses (cerca de 15 reais) e terminou acertado em mil. Ali não há taxímetro, é tudo na lábia e nisto Ibraim era bom. Quando português, espanhol e francês se encontravam com empatia, tudo sempre acabava bem. As meninas queriam ir ao Shopping e, por mim, tudo bem. Iria ver outra realidade. Mas Ibraim, que não entendia lhufas de espanhol ou português (e vice-versa), entendeu simplesmente que as mulheres queriam ir às compras - de produtos artesanais africanos. Não poderia ter havido melhor compreensão. Ele nos levou a uns becos onde se vendia de tudo, de colares de vidro à moda de Murano rústico à carrinhos de lata de Nescafé e cerveja Flag. Foi onde pude comprar uns vestidos baratinhos, bonecas de pano, brincos e pulseiras. Só não comprei mais porque comecei a ficar com preguiça de negociar (e Ibraim só fazia gesto - não, continue negociando, ainda está caro). Mas, o melhor foi Ibraim se oferecer para nos mostrar o Mercado de Peixes, parece que decifrando meus desejos. Não me pergunte onde fica, que eu só sei que fica à beira do mar, com praia coalhada de gente com roupas coloridas, barquinhos e peixes. Dourados, garoupas thiof, vermelhos, todos brilhando e pulando de vivos. Alguns nas bacias, outros misturados à areia molhada. No começo é estranho de ver peixes no chão, mas era junto à areia que estavam até minutos antes.
Comi peixes quase todos os dias, geralmente thiof, a garoupa senegalesa, no thieboudiene, um delicioso refogado de legumes e peixe com arroz quebradinho. E também lotte ou tamboril, que tem gosto de lagosta e é muito farto por lá. Bem, pelo exposto já fica claro que não sei quase nada do Senegal e vou precisar voltar.
Nescafé é uma praga por lá! (falo disto depois). O mercado de Peixes fica ao lado do mercado de artesanatos.
Estas roupas são o resumo mais fiel da liberdade da mulher. Cabelos brancos? E daí, sob um turbante alegre? Uma gordurinha aqui, celulite ali, uma penugem acolá? Quem se importa, sob vestidos soltos e compridos?
10 comentários:
ahhhhhhhh Neide,tu estás LINDA nesta última foto vestida de africana,poderias andar sempre assim!! Adorei o visual,beijos!
quero ir morar no Senegal!
assinado, a Mulher do Saco.
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Neide, estou encantada. Quero roupas africanas como a sua [imitona, eu?]. O final deste post caiu como uma luva pra mim!
beijo :-*
Ai Neide, estou aqui saboreando sua viagem como quem come um doce bom e pequeno, bem devagarinho que é pra não acabar logo.
Achei tudo tão lindo e inusitado. E ô lugarzinho pra ter negras bonitas, né?
Bjs
Neide, quanta novidade! Eu fico deslumbrada quando vejo essas lindas e elegantes mulheres africanas vestidas com essas roupas coloridas com estampas belíssimas. Para complementar, o turbante do mesmo tecido na cabeça. E o mercado de peixe fresco?
Lindas imagens de um povo que parece alegre e colorido !
Eu, como artesã, adoraria conhecer o artesanato verdadeiro deles !
Beijo
Tem toda a razão, Neide.
E acho que essas mulheres parecem umas rainhas, mesmo no meio de outras vestidas de grandes marcas.
Manuela Soares
parabéns pela premiação do seu blog, maravilha é o seu "mundo de delícias", super merecido.
e passear através do seu olhar por senegal , dá um outro sabor mesmo. realmente dá vontade de passear, ficar um tempo por lá.
vc está linda com o vestido.
beijos
madoka
que lindos s tecidos, as cores. admirável! não vou ter tempo de ler hoje, só ver.
Muito interessante! Obrigado pelo post.
Neide, esses vestidos são tudo oque quero na vida! Aliás, para mim e o marido.
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