terça-feira, 5 de junho de 2012

Paisagem do Cerrado

Uma mini palmeira formando um coração 

Neste ano já tive oportunidade de visitar Amazônia, Caatinga e Cerrado. Todo mundo sabe, dentre os três biomas, qual é o que recebe todas as atenções. E a gente sabe a importância de preservar todos eles, por isto fiquei feliz de ver na semana passada bem de perto o resultado dos esforços de algumas entidades preocupadas com a preservação do Cerrado e o bem estar de sua gente. Foi uma visita curta, mas proveitosa, a convite do Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-Ecos), o Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O PPP-Ecos é o nome por aqui do Small Grants Programme do GEF, que se estabeleceu no país em 1992, por ocasião da Eco-92 com o objetivo de apoiar projetos que integrassem os três pilares do desenvolvimento sustentável - ambiental, social e econômico. E não só no Brasil - ao todo, beneficia mais de 14 mil comunidades em 125 países. 


Alguns jornalistas e eu fomos conhecer dois desses projetos: o Assentamento Colônia 1, em Padre Bernardo, a cerca de uma hora de Brasília, onde várias famílias produzem hortaliças orgânicas em cultivo rodeado de vegetação preservada do Cerrado,  e a sede da Central do Cerrado, uma cooperativa de que agrupa 35 organizações comunitárias para centralizar e comercializar seus produtos obtidos de forma sustentável.  No intervalo ainda pudemos almoçar na cozinha comunitária pratos com ingredientes típicos,  como pequi, baru, jatobá, preparados pela chef voluntária Marilde Cavaletti, do Slow Food,  junto com as mulheres do assentamento Colônia 1 que formam o grupo Sabor do Cerrado. 


Embora o tempo fosse curto, conseguimos passear pelo Cerrado numa visita guiada pelo Uátila José dos Santos, do assentamento,  que foi identificando várias espécies nativas, como angico, mama cadela, pau terra, murici, pequizeiro, fava d´anta, mandiocão, lixeira, bate caixa, barbatimão e outra infinidade de plantas de galhos retorcidos e folhas coriáceas. Ali, graças aos projetos que os apoiam, todos da comunidade sabem conciliar preservação do Cerrado com produção agrícola para obtenção de renda, que garante à família dos pequenos produtores uma vida com dignidade, educação e saúde. Se a maioria da comida que comemos vem da agricultura familiar, o tema  não pode passar ao largo da Rio+20. São pequenos mas são muitos. Se for ao Rio, visite a Caixa Preta do Cerrado. 









Mulheres do grupo Sabor do Cerrado 




Pratos com ingredientes do Cerrado preparado pelas mulheres

Vieram na mala: farinha de babaçu, castanha de baru, castanha de pequi,
mel de abelha sem ferrão, baunilha do cerrado etc

Já no ônibus, coincidentemente, encontrei a amiga do Slow Food, Ronia, autora do site Brasília no Prato. Foi ela quem me guiou por Brasilia até a hora de vir embora. Fui conhecer a sorveteria Sorbê, da simpática Rita Medeiros, com quem nunca havia conversado com calma. Tomei sorvete de pitanga, de araticum e até de queijo canastra, maravilhosos.  Mas havia muitos outros sabores regionais, todos muito convidativos.  Ainda fomos ao restaurante Aquavit, do Simon Lau, buscar as baunilhas do Cerrado que ganhei. Tudo muito corrido, mas bom como aperitivo. 


Ronia e Rita


Sorvete de pitanga e o livro da Rita, que ganhei: Gastronomia do Cerrado

Sorvetes do Cerrado 

10 comentários:

vpaulics disse...

lindas as flores que você trouxe do cerrado...

Unknown disse...

Qual o endereço desta sorveteria em Brasília?
Gostaria de conhecer.
Beijos!

Bia Jubiart disse...

Hummmmmmm me sentindo um pouco em casa...

Bjooooo

Angela Escritora disse...

Vontade de provar isso tudo.. ó, em breve vou te procurar ai em SP! Devo ficar umas duas semanas de bobeira.

Anônimo disse...

Lindas as cores do cerrado e dos sorvetes. Eu iria experimentar uma colher de cada. rsrsrsrs
Abç
Izabel

Anônimo disse...

Neide, olá
Muito bem colocado este Post, "Paisagem do Cerrado", para o dia Mundial do meio ambiente,5 de junho.
Pessoas como você,que trabalha e pesquisa, para resgatar e preservar nossa cultura,nossa comida e divulgá-la com tanta dedicação, merecem nossos agradecimentos.
obrigada, Neide
um grande abraço
Cristina

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

como faço pra apagar meu email please?
shirley

Neide Rigo disse...

Shirley, obrigada pelo comentário. Para apagar seu email precisei apagar todo o comentário (eles não são editados, caem direto aqui).
Pode divulgar para seus amigos, sim, claro.
Um abraço, N

Isabel Figueiredo disse...

Neide, só agora vi a matéria, gostei muito!! Obrigada, seguimos na parceria! Se agende para estar por aqui em setembro no VII Encontro e Feira dos Povos do Cerrado!!! Beijão, Bel