segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Frutos do Marajó - pra gente e pra bicho

Os cinco porcos bebês carunchinhos adoram comer coco verde 
Já fui algumas tantas vezes ao Marajó e sempre volto de lá tão grávida de assuntos que tenho preguiça de pari-los.  Desta vez descansei bastante e gastei (ou ganhei) algumas horas observando os animais e seus comportamentos. Claro, também apreciei o jeito de ser do marajoara com um ritmo diferente do meu e da maioria dos paulistas e de gente de cidades grandes. É isto que também me contagia um pouco. Aquela coisa de passar as noites com as portas abertas e as cadeiras na calçada conversando com o vizinho da frente. Nada de twitter, facebook ou conferir email. A televisão, às vezes desligada, outras vezes falando sozinha. Não só as noites, mas as vezes as manhãs e as tardes. E não é porque não tenham trabalho. Marajoara trabalha muito, trabalha duro e pesado, mas sempre do seu modo e a seu tempo, sempre de olho na maré, nas duas estações do ano - inverno e verão, a da chuva e a do pó e nas bandeirinhas ao vento. Vermelha, quando tem açaí; branca, bacaba; amarela, buriti. Agora, tempo para o descanso tem que ter, que ninguém é de ferro, com um calorão daquele. Então, ainda estou neste ritmo. Enquanto isto, vou enrolando com umas fotos. 


O búfalo veio atrás de mim. O que será que ele quer? Ah, o caju, descobri!

Corre cotia. Toda tarde eu passava por este caminho para ver email no
único ponto da fazenda com sinal de celular. Assim que ela  me via,
serelepe,  atravessava a estrada com um caju na boca

Fazia algum sinal e aparecia a família que a esperava

Apareciam, dividiam o caju e sumiam no meio da mata

Cavalo marajoara gosta de inajás

Salada de frutas. Esta arara gosta de abricó-do-pará. Mas quando lhe dei
um pedaço de banana, ela recuperou um pedaço do abricó guardado,
colocou por cima e comeu as duas frutas juntas. 

4 comentários:

Natália disse...

Oi Neide.
Morei anos no Norte, e este post me deu uma saudade do ritmo de vida de lá. Acho que vc capta coisas mto interessantes e certeiras, como as cadeiras de macarrão de plástico na frente das casas vendo a vida passar, as bandeirinhas que indicam que fruta vc quer, "Açaí do grosso?"
Saudades

Priscila Silva disse...

Legal! Eu quero conhecer a Ilha de Marajó. Estou morando com uma paraense, pense nas histórias dela que me morrem de vontade de viajar! Beijo

Angela Escritora disse...

E o calor? como aguentar?

Rz disse...

Oi Neide!
Novamente, que prazer ler sobre as coisas nossas em seu Blog!
Um abraço apertadinho, com cheiro de banho de igarapé!
Ângela, o calor aqui é fato! Mas a gente se acostuma, juro!
Rz