Em São Paulo, só vi cabeludinha (ou guapirijuba, Myrciaria glazioviana) em um lugar: na Faculdade de Saúde Pública da USP, que fica entre a Dr. Arnaldo e Teodoro Sampaio. O espaço é público, portanto é só entrar e observar as pequenas árvores à direita logo depois de passar a guarita. Ficam escondidas. Poucos alunos sabem que elas estão ali.
Achamos abandonada |
Plantamos |
E colhemos |
Bem, a fruta é conhecida também como jabuticaba amarela e apesar da pele aveludada da casca de cor amarela e da polpa pouca, lembra bastante aquela fruta. Ela pode ser usada em pratos, mas não achei ainda nenhum preparo em que o sabor da fruta ficasse perceptível ou que mostrasse alguma vantagem em relação a comer a fruta ao natural - é uma delícia, impossível de comer uma só. Hoje fiz geleia com ela, mas nem vou mostrar aqui porque não ficou grande coisa (cozinhei os frutos inteiros, peneirei e usei o caldo - deu ponto de geleia, mas sem sabor de cabeludinha e ainda um tanto amarga por causa da casca).
O jeito certo de comer é quebrar na boca e sorver a polpa dispensando a casca e a semente que, aliás, constituem a maior parte do pequeno fruto. Ou seja, resta-nos uma pequena gosminha perfumada e saborosa pra engolir. Devo dizer ainda que a fruta está liberada para qualquer tipo de dieta, afinal você gasta mais calorias para quebrar, chupar, dispensar casca e semente, que aquelas contidas na polpa minguada. Uma pena, tão gostosa que é!
Neste final de semana tive a sorte de visitar o Sítio do Belo, em Paraibuna, como parte das atividades do projeto Comer é Mais, do Sesc Belenzinho e do qual sou curadora. Ele cultiva 10 hectares de frutas, principalmente as da Mata Atlântica. Então, nos esbaldamos de cabeludinha, que é tempo delas.
Doublas Belo comendo a fruta |
No Sítio do Belo, a árvore carregada |
Já mostrei a saga das mirtáceas, incluindo a cabeludinha achada, aqui.
Obrigada aos leitores que participaram da brincadeira.
21 comentários:
Que saudade da minha infância! Engraçado que sonhei com o sítio do meu avó (falecido há uns 20 anos) cheio de cabeluda e abro seu blog e sinto até o gosto na boca!!! Pena que em BH não encontrarei em lugar nenhum!!! Beijos
Leide Neide,
Adoro!
Olhe a receita do meu pai de licor de cabeludinha, que cita jaboticaba também!
Fê,
Aqui, como fiz o licor com a frutinha amarela...
1 kg da cabeludinha,
Lavar e selecionar as maiores, cortar com faca para expor o caldo, sem retirar o caroço.
colocar em recipiente de vidro com 1l de cachaça descançada ( não pode ser envelhecida em toneis ), ou 1l de alcool de cereais a 45 %;
Deixar por cerca de 2 semanas mexeendo todos os dias, uma ou duas vezes e retirar as que possam apresentar coloração preta;
Preparo da calda com 1l de água sem cloro (mineral) e 700 gr de açucar refinado ( calda mais transparente );
Água e açucar no fogo até formar calda leve ( +/- 30 min ) ( Obs: um pouco a mais de 1l de água para se obter 1l de calda );
Deixar a calda esfriar para após proceder à mistura com a cachaça/frutas;
Filtrar a cachaça/frutas em algodão ou pano de algodão antes de procedera mistura;
Agitar bem e armazenar em garrafas de vidro;
Maturar por pelo menos 30 dias.
Voilá,
Semelhante fiz com a jabuticaba da horta da Rua Fidalga!
Neide, tem alguns pés de Cabeludinha junto da quadra esportiva do Parque do Povo. Aliás, tem também várias outras plantas nativas ali: araçá, uvaia, caju, dentre outras.
Tenho um pé pequeno dele na casa dos meus pais em São Paulo, que planejo trazer para Campos do Jordão em breve. Será que aguenta o frio?
Tem cabeludinha no Ibirapuera, no bosque em frente ao manequinho, comi um monte lá mesmo :)
Olá Neide tudo bem com vc...desde que conheci seu blog por onde ando vivo procurando matinhos e frutinhas não convencionais e sempre encontro belas surpresas...uma delas foi esta tal de cabeludinha dentro do campus da usp aqui no Butantã que aliás de tudo um pouco vc encontra por aqui...,o pé ainda está pequeno mas tive o prazer de experimentar a fruta...uma delicia esta tal de cabeludinha...Ainda espero encontrar um pé de jaracatiá por estas bandas ,mas ai.... seria emoção demais para esta mulher tão curiosa...kkkkkkkk Bjs Neide.
Tathiana, então trate de plantar uma muda dela por aí. Há muito viveiros que tem e mandam por correio. Como o Ciprest, em Limeira, por exempo. Tem link aí na barra lateral.
Fernando, que delícia deve ficar. Vou tentar fazer. Obrigada por compartilhar a receita aqui.
David, obrigada pela informação. Eu acho que vai bem no frio também.
Catarina, quando eu morei no Crusp plantei algumas coisas por aí. Já nem sei mais o quê e se sobreviveram - até café. Tomara que encontre um dia o jaracatiá - este não plantei, com certeza.
Ótimo saber, Guilherme!
Um abraço,n
Olá Neide! Por pouco tempo tenho seguido seu blog, mas já virei fã! Tenho um quintal e há uns 2 anos comecei um pomar, nele já tem pés de jabuticaba (de semente, eu sei que vai demorar, mas um dia comerei seus deliciosos frutinhos), pitangas vermelhas, da graúda e da miudinha pros passarinhos, butiás, laranja, ponkan, limão-galego, mamão (pena que o primeiro não chegou a madurar, deu uma peste que deixou a casca encrostada e preta), cerejas do mato, amorinha preta, abacate (que estou pensando se deixo crescer ou não, pois vai ficar muito grande, quando ganhei a muda e até hoje tenho dúvidas quanto a deixá-lo crescer ou não, e o pior é que eu nem cuido dele e ele pegou e está lá, firme e forte como se dissesse: me deixa! haha) e café! Aí aqui na casa do meu namorado tem uva-japão, e ele sempre me dizia que era de comer, uma vez cheguei até a provar, mas não lembro do gosto... agora to com muita vontade de experimentar todas as frutinhas e coisas diferentes que vejo no seu blog! haha Bem, hoje fiquei inspirada e fomos dar uma voltinha aqui na rua da casa dele, e olha que encontrei as hortelãs mais lindas e grandes que eu já vi, que me renderam um chãzinho bem gostoso! E lá tem muiiita hortelã bonita, fiquei pensando se tem alguma outra forma de utilizá-la em alguma receita, porque dá dó de deixar tanta hortelã sozinha no meio do mato! hehe um grande beijo e parabéns pelo blog!!!
Neide vc teria alguma receita com a cabeludinha, geleia, um doce, qualquer coisa pois tenho uma enorme arvore aqui no meu quintal e todos os anos como e fico pensando o que opoderia fazer com os kilos colhidos.. obrigada
Cecilia, que bom saber do seu gosto. Boa sorte!
Andréa, infelizmente também nunca fiz nada com elas. Por enquanto só comi. Mas na próxima safra, hei de aproveitá-las melhor.
Um abraço,n
Oi, David, aguenta o frio sim, pois meu sítio fica nas montanhas do Estado do Espírito Santo, em Marechal Floriano, faz muito frio e o Pé de cabeludinha está carregadinho.
Tenho em casa, no Sumarezinho. 😀😁
Esta fruta fez parte da minha infancia. Eu gostaria muito de adquirir uma muda. Sou apaixonada
Ai que maldade
Eu também tenho a cabeludinha é uma delícia lembrança de quando criança. Na casa do meu vovô.
Tenho um pé carregado de cabeludinhas esse ano foi de muita fartura😍😍😍. Eu amooo
Hoje passeando pelo sítio percebi essa fruta e fui pesquisar e me deparei com essa beleza de fruta ( estava impossibilitado de caminhar )e com certeza vou fazer licor pós possuo um alambique e já faço licores de várias frutas todas do próprio sítio e s cachaça tb é feita com nossa própria cana.
então. Há dois dias catando do chão aquelas amarelinhas... sem saber o que era. Achei ser coquinho. Achei ser crianças passando da escola que jogaram para dentro, no cachorro - algo assim ... Achei até que era algo esquisito. Resolvi perguntar para algumas pessoas - niguém decifrou. Resolvi investigar plantas por perto ... e, lá estava a arvorezinha mesclada com outra planta amarela ... Carregadinha. Peguei folhas e fiu ver na internet e achei esse blog. Fiquei maravilhada pois conhecia apenas a jabuticaba escura. Que lindeza, Meu Deus! Ainda não comi. Obrigada por postarem assuntos tão instrutivos!
Encontrei um pé em uma praça onde moro,e tá carregado vou aproveitar e fazer um lincor
boa noite - como faz o licor?
vou tirar foto amanhã - está carregadinho tb - para fazer licor - mas, como se faz?
Postar um comentário