sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Economize água na cozinha



... Quando, na verdade, a água é água? Água é água, o dicionário diz, quando é um líquido incolor, inodoro e transparente, consistindo em dois volumes de hidrogênio para um de oxigênio. Pode também ser de chuva, mar, ou um brilho de diamantes. A água a que me refiro, porém, a água que a donzela sulista não conseguia ferver, é a clara e boa água que sai de uma torneiro ou, se você tem sorte, de um poço ou de uma fonte.  MFK Fisher em Como Cozinhar um Lobo. Tradução Nina Horta, Companhia das Letras. Escrito em 1942 

Se a escritora norte-americana MFK Fisher (1908 – 1992) estivesse nos vendo diante desta histórica estiagem tentando buscar soluções para o uso inteligente da água, certamente nos diria sarcasticamente como reagiu sua avó diante da conversa de amigas que discutiam a melhor forma de racionar recursos durante a guerra: Ela me interessa especialmente, queridas, porque depois de escutá-la esta tarde percebo que, desde que me casei, há mais de cinquenta anos, tenho vivido sempre com um orçamento de guerra sem me dar conta! Não sabia que usar o senso comum na cozinha era moda apenas nas emergências. (Mesma referência)

O fato é que ninguém mais pode ignorar que temos que economizar água. Estou fazendo este curso de permacultura e o tema de quarta feira foi justamente água. Há muito que pode ser feito para que tenhamos água com abundância perto de nós e isto tem a ver com captação, retenção, permeabilização dos solos etc. Há soluções para serem feitas pelos órgãos públicos e é nisso que muita gente coloca toda sua esperança acreditando que sendo assim nada resta a fazer senão abrir a torneira com a certeza de que a água sempre jorrará. E se não jorrar, espernear. Há soluções caseiras também para captação de água de chuva para usos diversos, recursos para diminuir a evasão e desperdício etc. Está certo que para muita coisa há que se mobilizar algum esforço e até algum investimento. Mas será que mesmo quem não queira ou não possa captar sua própria água não pode ao menos economizar para que não a falte a água coletiva?

No Senegal

Em Uauá - BA

Eu tenho chácara em frente a uma represa que abastece o sistema cantareira e tenho visto o quanto a água tem abaixado. É meio desesperador. Já pensaram o que é viver sem água nas torneiras?  No Senegal, por onde passei, as mulheres acordavam super cedo pra puxar água de poço de 60 metros de profundidade e levavam pras aldeias em bacias sobre a cabeça. Faziam várias viagens para encher uma tina que abasteceria as famílias durante todo o dia. Não conseguem plantar quase nada nos 9 meses de seca subsahariana. Se quiser veja também a história da menina Joaninha falando da água lá de Uauá, sertão da Bahia.

A gente, confortavelmente, tem água potável não só pra beber e cozinhar mas também pra desperdiçar lavando quintal, regando plantas, limpando carros e até pra carregar pra longe nossos dejetos. Até onde conseguiremos levar isto sem sofrer consequências de abastecimento e produção de alimentos?

Muita gente desta geração acreditava até pouco tempo atrás que as consequências de nossos atos só seriam sentidos no futuro quando não estaremos mais aqui. E fodam-se as novas gerações, nossos netos e bisnetos. Mas não deu tempo. A emergência está aí, água é vida. Será que a lavoura recém germinada terá fôlego pra chegar a setembro?  Vamos desanimar, vamos deixar a bola rolar pra ver no que dá? comer o que tem e depois o que vem? Nada disso. Vamos fazer o que está ao nosso alcance que somados somos muitos. Vamos nos mobilizar para as pequenas coisas. Aos poucos começamos a ver os resultados,  nos animamos a fazer mais e garantimos nossa comida do ano.

Na cozinha podemos reduzir imensamente o desperdício de água. Mas em outras partes da casa, igualmente. Primeiro que não precisamos tomar tantos banhos por dia mesmo no calor. Não sei que mania é esta de brasileiro tomar tanto banho. Um por dia está bom, não? Está certo, refresca. Ou se tivermos por perto um rio ou uma cachoeira é uma delícia passar o dia na água. Mas pra tirar suor, um pano molhado no rosto resolve, especialmente se estamos sozinhos em casa e podemos esperar mais um pouco para tomar um bom banho. E um bom banho não precisa durar mais que dois minutos a não ser que se tenha uma cabeleira a ser lavada ou que não se tenha muita mobilidade corporal. Eu já cronometrei e posso dizer que com chuveiro comum aberto dá pra lavar bem todas as partes e enxaguar tudo em dois minutos. O enxague é rápido se não usamos muito sabonete. Não é todo o corpo que precisa de sabonete, afinal precisamos de certa oleosidade para manter a proteção de nossa cútis.  A não ser que se trate de uma pessoa encardida demais, com aqueles calcanhares com macuco que nem pedaço de tijolo resolve. Se for apenas para tirar poeira e suor, dois minutos bastam ou um lencinho engana. E se quiser ficar brincando na água, é só botar uma baciona embaixo do chuveiro e usar depois do chuveiro desligado.

Também não precisamos lavar quintal com água limpa. Aliás, tire a maior parte dele e plante na terra livre. O meu eu não lavo nunca, apenas varro. Só quando chove.  Quando a maioria dos quintais não era pavimentado, era só de terra ou jardim, o que se fazia era apenas varrer e ninguém reclamava. Empurrar a sujeira com mangueira d´água, então, nem pensar, né?  Mas para quem faz questão ou que não leva os pets pra passear, é só desviar a mangueira de saída da máquina de lavar ou do tanque para um tambor e, pronto, terá uma ótima água para vários usos - a com sabão e a do primeiro enxague, para lavar o quintal. A do último enxague, para reuso na próxima lavada de roupa ou para regar plantas.  Aliás, veja cada projeto bacana aqui.

Não é hora de podar. As plantas refrescam a gente
e  protegem a terra do ressecamento. 
E falar em plantas, é bom lembrar que agora não é hora de podar nada. Aprecio muito a estética, mas a prioridade é fazer com que as plantas se protejam do sol e que mantenham a umidade ao seu redor. Se tiver um jardim, deixe por enquanto matos e trapoerabas. Aproveite, que alguns matinhos são comestíveis, como as trapoerabas, beldroegas, serralha etc. Se tem vasos, coloque-os embaixo de arbustos para que fiquem na sombra. Se o vaso está com a terra exposta, coloque por cima folhas ou palhada. Vá até uma praça e veja quantas folhinhas amarelas estão acumuladas no chão - por causa da estiagem. É só coletar um pouco e espalhar sobre os vasos, pois assim a terra retém umidade. Outro dia  mandei limpar a calha da minha casa e recolhi numa sacola todas as folhinhas de sibipiruna que a entupiam. Tenho usado este material para cobrir a superfície dos vasos e a terra tem se mantido úmida por mais tempo.

Bacia com três águas 
Com isto, chegamos à cozinha de onde sairá a maior parte da água que vai regar as plantas. Sempre gostei de lavar louça em bacias com três águas.  Era assim que a louça era lavada quando eu era criança no sítio dos meus avós e na casa dos tios no Paraná. E nem era por falta de água que corria farta nos córregos.  Alguém lavava, outros enxaguavam e enquanto isso nos divertíamos. Era gostoso no calor molhar a mão na água fria, fazer espumas com o sabão de soda, e espirrar água em quem não ajudava. Se as águas ficavam muito sujas era só substituir por limpa.

De vez em quando também faço isto em casa. E agora, definitivamente.  Parece complicado e não muito higiênico, mas é fácil e eficiente - desafio o doutor Bactéria a comparar pratos lavados assim e na torneira.  Também desafio o doutor cronômetro a comparar o tempo, muito menor com as bacias. E o doutor otorrino, e este tenho em casa, a medir os decibéis da cozinha na hora do trabalho. Acho insuportável ouvir música e lavar louça ao mesmo tempo, por exemplo, pois o barulho da torneira sobre as louças fica ainda mais irritante. Uma cozinha silenciosa e fresca é o melhor dos lugares.  Dá pra ouvir Bach e conversar sem esforço enquanto trabalha.  Outra vantagem é que o uso de detergente ou sabão será infinitamente menor.  E você ainda pode reaproveitar as águas para outras coisas.

Guardanapos de panos são melhores que os de papel, pois cada um pode
ter o seu e usá-lo várias vezes - só de saber que o pano vai sujar e precisar
ser lavado caso o emporcalhe, você certamente se esforçará para
acertar o alvo e não precisar deles. Visitas recebem os limpinhos, claro.
A única coisa diferente a fazer é raspar os restos como se fosse colocar na máquina de louças. Você pode deixar por perto vários pedaços de jornal cortados e usá-los para isto. Coloque-os dentro de uma caixa de biscoito pra não enfeiar.  Ou guardanapos de papel usados, caso não use os de pano (lembre-se, estou falando da cozinha da sua casa, entre família, entre gente que você beijaria na boca, portanto sem nojinhos).  Tire restos e gorduras com o papel. Você vai perceber que a maioria da louça que lavamos não tem gordura nem sujeira grossa  e ainda assim a tratamos com artilharia pesada, como se tratam igualmente negros, pobres e periféricos deste país como se fossem todos bandidos.  Bem, voltando. Comece pelas louças mais limpas como canecas e copos. Deixe as panelas para o final. E se estiverem grudadas, é só colocar um pouco de água e sal e levar ao fogo. Por falar em fogo, ele pode ser grande aliado neste economia de água. Na água de lavagem, um pouco de água quente facilita o trabalho e na economia, pois de uma a duas colheres de detergente apenas será suficiente para lavar louça de café de duas pessoas, por exemplo. E se estiver usando sabão, a água quente ajudará a dissolvê-lo na bacia. Na primeira água de enxágue gosto de colocar umas gotas de limão ou vinagre. A acidez ajuda a eliminar os sinais de gordura e de espuma. Se quiser, coloque limão ou vinagre também na última água. Os talheres,  você pode colocar todos num recipiente de plástico com tampa - desses para espaguete -, encher de água quente e umas gotas de detergente e chacoalhar. Enxague nas duas bacias e pronto. Este recipiente pode ficar sobre a pia já com água e detergente para que vá colocando os talheres usados à medida que usa. Assim, poderá lavá-los no fim do dia, todos de uma só vez, completando o espaço com água quente. Economizará água, tempo e sabão.

No final, o pano de pia e a esponja podem ser lavados e enxaguados nas águas de enxague. Em seguida, o baldinho de lixo. O coador de pano é melhor lavar na torneira estando uma das bacias de enxague por baixo para recolher o pó. Esta água com pó será usada para regar as plantas. Para limpar o fogão e a cuba da pia, a água de sabão. Por fim, enxague tudo com a água limpa restante em uma das bacias.  Se sobrar água de sabão ainda em condições de ser usada, coe os resíduos, junte um pouco de álcool ou desengordurante e use para limpar o chão. Tenho usado este produto que ganhei da amiga Sonia, mas quando acabar vou comprar mais, pois é econômico, concentrado, menos agressivo para o meio ambiente e dá de dez em eficiência nos produtos de mercado.

No fim, coloque tudo pra secar ao sol que, afinal, ele também serve pra muita coisa, entre elas, secar o que está molhado. A barriga com avental, obvio, também estará molhada. Mas, pra secar barriga, só mesmo pegando na enxada, fechando a boca ou, pra quem tem fé, comendo goji berry, cranberry, elderberry e outras poha-berries que você poderá ver anunciados num mundo paralelo totalmente perpendicular ao Come-se.

É isto. Quem guarda, tem. E você, o que tem feito pra economizar?  Veja aí o passo-a-passo para quem quiser se inspirar.

Os talheres podem ser lavados separados com água quente
A última água estará sempre limpa e o copo sai brilhando
Umas gotas de limão na segunda água ajuda a quebrar
a gordura e tirar a espuma. Pode ser um limão velho ou gotas
de vinagre
No final, lave em água corrente o coador sobre a bacia,
para poder aproveitar a água nas plantas
Uma jardineira com muita planta ajuda a manter a umidade
que é completada com a água de enxague com pó
O pano de pia pode ser enxaguado na outra água de enxague

O lixinho também
Um pouco da água de sabão pra lavar a cuba

O restos da grade podem ir pra bacia na água que também
vai pras plantas
No final, tudo pra secar ao sol, incluindo bacias, esponja,
coador, panos
A água de sabão, se não estiver emporcalhada, pode ser a
crescida de um pouco de desengordurante ou  álcool e usada
pra limpar o chão

Uma cozinha limpa sem desperdício em poucos minutos




14 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Neide. Eu sempre tive a preocupação de economizar água, pois cresci numa época em que não havia água encanada em casa, recolhíamos água da chuva e também usávamos água de uma nascente para o banho e lavagem de roupas e louças e, para beber e cozinhar meu pai buscava água no poço do vizinho (que era meio distante ...). Enfim, hoje em dia, guardo água da lavagem de arroz,verduras e legumes para regar as plantas, oriento a empregada para apenas varrer a calçada,sem necessidade de lavar com a mangueira, como fazem os vizinhos. Tiro a gordura e as sobras dos pratos e frigideiras com guardanapos usados, como vc sugere, antes de lavá-los. Tudo isso aprendi com a minha mãe, ela ainda reaproveita a água da lavadora para a limpeza do quintal. Mas ainda não consegui convencer os familiares a tomarem banhos menos demorados... Enfim, espero que as pessoas se conscientizem e economizem também. Bjs! Liliana.

Claudia Freitas disse...

Neide esse texto é genial, pelas alfinetadas e pelas dicas de consumo consciente. O uso da lavadoura de louças dizem economizar mais água, eu preciso melhorar o uso da água aqui em casa, vou seguir o seu exemplo. Abraços

Anônimo disse...

Olá Neide,
Sou sua fã, tanto das receitas e de filosofia de vida, principalmente.
Economizo água há mais de vinte anos, qdo meu falecido marido ficou desempregado e precisávamos economizar ($) e tb ecologicamente, meus filhos me ensinaram muito.
Nasci e cresci na roça e sei da dificuldade de conseguir,tirar de poço, enfim. Banho, cinco minutos, no máximo. Até cortei meu cabelo bem curto para gastar menos tempo no chuveiro, desligado, é claro. Economia de água e luz.
Bjs e fique com Deus.
Maria Reiko

Gilda disse...

Aplausos e mais aplausos. Perfeito. A única coisa que discuto é que tenho um jardim bem grande e posso afirmar, após 3 semanas sem nenhuma chuva aqui, que se não regar com bem mais água que a das louças (que eu já utilizo para isto) vai morrer todo. E é verdade também que plantas na sombra, de plantas maiores ou de estruturas construídas para proteção delas, precisam de muito menos regas. Suas dicas são ótimas principalmente por serem fáceis de seguir.

Leticia Cinto disse...

Adorei o post! Já estou fazendo algumas coisas, mas vi que dá para fazer muito mais. Realmente, o banho não precisa ser demorado para limpar e refrescar e as águas de lavagem de arroz, verdura, etc são ótimas para molhar as plantas. Vi que a água onde se cozinha os ovos tb pode ser usada para molhar as plantas (se não colocar outras coisas, tipo sal). Obrigada pelo post, Neide!

Juba disse...

Neide, tenho usado papel manteiga nas assadeiras, embaixo do peixe, do frango, etc, e para limpar, nada melhor que um tico de água quente e bicarbonato. Bicarbonato de sódio é um verdadeiro sonho pra lavar peças com gordura queimada, fica limpíssimo.

De resto, tenho juntado bem a louça e usado a lava louças, visto que gasta menos água que na torneira, se usado apenas o ciclo necessário para a limpeza, sem lavagens e enxágues extras.

A água que cai do chuveiro enquanto esquenta (caixa de pre'dio até nesse calor deixa a água congelante e às vezes é necessário esperar esquentar), a gente junta no balde.

Mesmo para quem sente necessidade de mais banhos, tem hipersudorese, etc: em vez de um de 10 minutos, dá pra tomar 3 de 2 minutos e ainda economizar bastante.

Aproveito para perguntar: você conhece algum guia de botânica para leigos? Aqui, mesmos sendo apartamento, nascem uns matinhos nos vasos que eu gostaria de ter certeza se são comestíveis antes de dar para as crianças no almoço. Parecem bons, mas sou muito ignorante no assunto, mesmo acompanhando o blog.

Beijos

Anônimo disse...

Oi, Neide! Moro em uma chácara e fiz captação de água da chuva para uma caixa de 5000 litros, para lavar calçada, garagem e aguar o jardim. Parece muito, mas não é, infelizmente. Com essa estiagem meu reservatório já está bem baixo. Quanto à louça, costumo empilhar na cuba, ordenadamente, e por um pouco de água, ensaboo tudo e só depois abro a torneira para enxaguar. Acho prático e econômico. Temos um córrego no fundo da chácara e apesar da água não ser potável, nós deixamos o mato crescer em volta para preservá-lo e preservamos também uma matinha em próximo a ele. Na verdade, acho que quando temos esse contato mais direto com a natureza aprendemos a respeitar seus limites e necessidades e isso nos faz perceber o sentido de humanidade, pois entendemos que apesar daquela propriedade nos pertencer, precisamos ter cuidado com o modo de utilização da terra a fim de não prejudicar os demais. Abç

Neide Rigo disse...

Liliana, água é ouro.

Claudia, é bom deixar a máquina bem cheia de louça pra usar, assim faz um melhor aproveitamento. E sem enxagues extras.

Maria Reiko, quem já passou dificuldade em relação à água sabe o quanto este assunto é sério.

Gilda, a gente tem que fazer o que é possível. Deixar sempre uma bacia sobre a cuba da pia, embaixo da torneira, ajuda a ajuntar muita água pras plantas, pois vira e mexe a gente abre a torneira pra enxaguar alguma coisa. Aí basta jogar esta água num balde grande e vai juntando pra regar com regador no outro dia. Bem, você já deve fazer tudo isto.

Letícia, você eu sei que faz (risos)

Juba, é isto aí, se precisa de mais banhos, é só reduzir bastante o tempo de cada um. O bicarbonato é um ótimo limpante. Obrigada pela dica.
Quanto ao livro, compre os guias do Harry Lorenzi - tem de ervas medicinais e plantas daninhas.

Anônimo, obrigada pelo comentário. Você tem toda razão.

Um abraço,n

Anônimo disse...

Neide, sou uma fã "secreta" a tempos, e pela primeira vez comento, seu texto foi na raiz de questões que ocuparam minha mente esses dias: a falta de consciência no uso da água e a busca pela "barriga seca".
Em casa sempre usamos a água fervente e limão pra ajudar na louça engordurada e usamos até sabão de coco de vez em quando, fica td bem brilhante hehe.
Não sabia que água do enxague da máquina poderia ser usada sem perigo nas plantas, vou testar.
Beijos, Ananda (sou xará da sua filha e até passamos no vestibular da USP juntas, lembro sempre de ver o nome dela nas listas da fuvest)

Neide Rigo disse...

Ananda, que bom saber que já usa a água com inteligência.
Que coincidência, mesmo nome da Ananda, mesmo ano de USP e as duas leitoras do come-se. Que curso você fez?
Um abraço,n

Anônimo disse...

Oi Neide! eu fiz arquitetura na FAU, mas participei de um programa de diploma duplo na engenharia civil da Poli. Acabou que entre as reprovações da Poli (pastei um bocado por lá), iniciação científica e estágios me formei só no fim do ano passado.
Me interesso muito por permacultura e já até pensei em me dedicar a essa área, mesclar com paisagismo talvez, se você souber de alguma oportunidade pode avisar(vi esse curso da subprefeitura, muito legal).
Sigo sempre acompanhando suas receitas e principalmente as experiências pelo mundo(quero muito conhecer a serra da canastra) e dentro de SP, me encanta como vc transforma a vida na metrópole numa vida de cidade do interior, são pequenas coisas fazem a gente ter prazer em morar aqui né, fica tudo mais agradável! Abraços, Ananda.

Neide Rigo disse...

Ananda, que bom saber. A permacultura é um campo vasto para a área de arquitetura. Se eu ficar sabendo de mais algum curso, te dou um toque. Mande seu email para mim: neide.rigo@gmail.com.

Um abraço,n

Atelieporumfio disse...

Olá
Acabei de conhecer seu blog, e amei... estou lendo tudo aos poucos, este post é sensacional ! eu quando criança lavava louça assim, por muitos anos, até chegar a "civilização" da agua encanada, pois moravamos em sitio e lá não tinha. Eu me vejo em desespero quando vejo desperdicio de agua, moro em um predio que esta faltando agua, estou procurando ajudar a sindica com dicas, mas existe muita gente sem consciencia... por mais que na minha casa economizamos( ate tenho um cronometro pro banho da minha filha rs ) o povo do condominio esbanja...

Anônimo disse...

Olá, Neide! Lendo seu texto, voltei à vida em sítio, metade de minha vida foi no campo. E sempre foi assim, pois em épocas de seca, a água do poço abaixava e precisava ser usada com parcimônia. Até hoje conservo muitas formas antigas de lavar louça, roupas e aguar plantas. Acho que povo de cidade não pensa sobre isso, trabalhei muitos anos com educação de crianças e sempre ensinei - as, mas já vinham com o costume de esbanjamento. É preciso educar pra ter e preservar. Quem sabe a crise de água modifique os hábitos, né? Bjs