terça-feira, 24 de setembro de 2013
Casinhas no Vale do Jequitinhonha
Para quem ainda não viu este vídeo da Renata Meireles e do David Reeks, educadora e documentarista, marido e mulher que andam Brasil afora pesquisando brincadeiras, recomendo. Veja também outros vídeos do Projeto Território do Brincar. Se você está ligado ao Come-se por causa de comida, tem boas chances de ter boas recordações das brincadeiras com fogo e faca, com bandejas de cafezinho de mentira, banquetes de faz de conta, bolo brigadeiro de barro e cabaninhas de lençol. Estas imagens traz de volta tempos em que a gente se arriscava mais sem medo de se machucar. Eu, por exemplo, fazia comidinha de verdade num terreno baldio com crianças da vizinhança. Roubava um pouco de arroz da minha mãe e cozinhava em lata de marmelada apoiada sobre dois tijolos contendo a lenha. Um trazia papel, outro o fósforo, assoprávamos e fazíamos fogo. Era a maior alegria quando víamos a água ferver e depois comer o arroz meio cru temperado com restos de papel queimado. E uma vez, inspirada na casa de madeira dos meus avós na roça e aproveitando a ausência de adultos, fiz um barraquinho no fundo do meu quintal com madeira da rua. Bati prego, fiz porta, janela, coloquei cortina. Varri o chão de terra, coloquei uns caquinhos imitando louça, decorei com toalhinha de crochê e botei uma boneca pra dormir. A sensação de independência durou pouco. Minha mãe achou aquela maloca perigosa demais e botou tudo abaixo para tristeza da irmandade. Mas veja lá o vídeo. É lindo.
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10 comentários:
Oi Neide, gostei da delicadeza do vídeo. Lembra sim de infância, apesar da minha ter sido em cidade grande, eu brinquei de casinha até certa idade. Depois mudei de bairro, mais urbanizado, era mais difícil de achar matinho e pedrinhas, tinha de me contentar com papel picado, rs. E mesmo as novas amiguinhas, elas não queriam saber de brincar de fazer comida, era coisa de empregada para elas(naquele bairro em particular, naquela época).
Mas eu e minha irmã tínhamos com carinho os pequenos pratinhos e utensílios. É uma fase muito gostosa. Pelo que eu observava na época, algumas mães de classe média cortavam um pouco o barato da parte de fazer comidinha e cuidar da casa, mas acho bom deixar brincar. Eu me divertia muito e acho que fiquei uma adulta legal (rs)...
Ola Neide, td bem, sei que estou postando no lugar errado mas fiquei com receio de vc nao ler, vc ainda faz doação de kefir de leite? estou precisando mt, se puder entre em contato comigo lennafeital@hotmail.com obrigada e parabens pelo blog.
Chorei vendo o video, tão bom ver crianças brincando de verdade, como eu tanto brinquei na infancia. Dá uma vontade doida de mudar pro meio do sertão onde a simplicidade ainda impera, para criar os filhos assim e longe desse consumismo desenfreado que nos rodeia.Adorei o video!
Bjs
Neide,
....."Se você está ligado ao Come-se por causa de comida"... Estou ligada ao come-se pela diversidade e sensibilidade dos teus posts como por exemplo este video. Lindo!!!
Naomi,
acho que meninas e meninos precisavam brincar mais de casinha, isto cria um intimidade com aquilo que precisamos para viver. A cozinha é a principal delas. Há crianças que não sabem brincar sozinhas, precisam sempre que os pais lhes proporcionem atividades. Basta ver o desespero dos pais durante as férias escolares quando as crianças ficam questionando "e agora, o que eu faço?".
Lenna, me escreva no gmail (neide.rigo@gmail.com)
Dricka, acho que a gente pode chegar perto disto mesmo morando onde moramos.
Marta, obrigada!!
Um abraço,n
Nossa belo vídeo, foi muito mas muito bom ver. saudades, todas as crianças, deveriam brincar de casinha, eu me vi na cena, quanto tempo se passaram, muito bom mesmo ter viso o vídeo.
Obrigada por compartilhar
abraços
Nossa como sempre Neide Rigo me emocionando e trazendo à tona minhas lembranças mias gostosas e que as vezes vou deixando esquecidas... me vi em cada uma dessas meninas e em cada uma das brincadeiras com as bonecas, as panelas ...
Obrigada por me lembrar como eu já fui feliz e com tão pouco!
Hildeny Medeiros
Teresina-PI
Neide, obrigada por me levar para um tempo que eu havia esquecido em meio à essa loucura que vivo. Foi como se eu tivesse lá agora. E sim, eu cozinhava de verdade, brincando. Tinha as minhas panelinhas, o meu fogãozinho no fundo do quintal. E eu me divertia absurdamente cozinhando... Daí a emoção. Porque entendi de onde veio o amor imenso que tenho por cuidar do meu alimento.
Gratidão!
Ah, Neide... Estou emocinada... Coisa linda, esse vídeo!!!
Olá meu nome é Sheila Prates e estou buscando informações da origem do sobrenome dos meus avós que nasceram em Jequitinhonha. Minha avó Zenólia Evangelista Prates que nasceu em 1924 era filha de um casal de fazendeiros. Gustavo Dias Prates Etelvina Evangelista Prates (que faleceu logo que teve a minha vó) e neta de: Felício Dias Prates Belizária Dias Prates Minha vó casou se com João Ciríaco de Cristo em 1944 em águas formosas. Eu não tenho informações do meu vô. se alguém souber alguma informação dos parentes antigos vai enriquecer minha pesquisa. Obrigada Sheila
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