De tanto ouvir Eliana dizer "pai criou os filhos como deus criou batatas" ou "sicrana botou sicraninhos no mundo como deus criou batatas", quando realmente precisei plantar batatas, aquelas orgânicas que ganhei do casal Alex e Laura, recorri a ela. - Sei lá como planta batata, respondeu. - Ué, mas você não vive dizendo que batata dá fácil, que nasce à toa, que deus a colocou no mundo com desleixo e que ainda assim ela vinga aos montes sem cuidado? Você deve saber ao menos algum segredo, pois a mim não me parece nada fácil. -Sei, não, dona Neide. Lá no sertão não tem batata desta, não. É da batata doce que eu falo.
Descobri, então, que ela estava certa. Não fiz nada pra merecer uma batatona de quase um quilo, nem de rezar precisei. Apenas enfiei na terra umas batatas que brotaram na minha cesta. Cavoquei agora para plantar outras coisas e me deparei com as bitelas. Umas sete batatas. Eliana cozinhou parte delas junto com carne de panela e ficou deliciosa, junto com taro. Já é a segunda leva.
Outra coisa que descobri também é que plantar e cozinhar tem quase a mesma lógica. Se é cultivo comercial ou cozinha profissional, tudo bem, tem que ter muito estudo, muita técnica, para que haja produtividade e pratos perfeitos. Mas quando não envolve risco algum, quando não há nada a perder, e que o resultado não sairá dos nossos domínios domésticos, pode-se experimentar e errar sem medo e sem método. E o bom é que muitas vezes a gente acerta ainda que a terra não seja a ideal, ainda que a panela não seja a mais indicada. Tendo água, plantar ou cozinhar, é só começar.
Fiz com uma delas pãezinhos parecidos com aqueles de cará. Só substituí o óleo por manteiga e o cará pelas batatas doces. Ficam bem gostosos, sem glúten, sem fermento, fáceis de fazer.
Pãozinho de batata-doce roxa
125 g de polvilho azedo
125 g de polvilho doce
1 colher (chá) de sal
2 colheres (chá) de açúcar
250 g de batata doce cozida sem casca no vapor
2 ovos ligeiramente batidos
1/4 de xícara de manteiga em ponto de pomada (50 g)
Queijo ralado ou fubá de canjica para polvilhar
Numa tigela, misture os polvilhos peneirados com o sal e o açúcar e esprema por cima a batata-doce bem quente (passe-o em espremedor de batatas diretamente sobre o polvilho). Misture bem com um garfo, fazendo uma farofa úmida. Assim que amornar, amasse bem com as mãos. Junte a manteiga e os ovos batidos e continue amassando até conseguir formar uma massa (no começo fica melequento, mas vai encorpando aos poucos). Retire porções com uma colher de sopa e faça bolinhas. Polvilhe com queijo ou fubá e coloque-as em forma sem untar. Leve ao forno pré-aquecido (com temperatura de média a alta). Deixe até que cresçam e dourem (cerca de 30 minutos).
Rende: cerca de 25 pãezinhos
Com manteiga, nhac! |
17 comentários:
hmmm parece divino!
Plantas são mesmo incríveis, não? Moro em apartamento e adoraria ter um pedacinho de terra pra plantar... ainda sim estou teimando em uns temperos em vasinhos, vamos ver no que dá!
Neide, fiz os pãezinhos de cará e eles ficaram meio densos, parece que não expandiram assim como os seus... não sei o que pode ter acontecido!
Ana, é um bom treino.
Quanto aos pãezinhos, é importante que o forno esteja quente e que haja a mistura de polvilhos. O seu foi assim? Tente aumentar a temperatura do forno. De qualquer forma, é um pão meio denso mesmo, parecido com pão de queijo.
Um abraço,N
Essa receita parece excelente! Vou experimentar. Também achei, pelas fotos, parecido com a consistência do pão de queijo. Parabéns pelo seu blog, gostei muito e vou visitá-lo com muito mais frequência. Abraços, Neide.
Neide tem muito tempo que não vejo desta batata, achei até que tinha se acabado,se der pra arrumar uma para eu plantar Neide fico te devendo, eu esqueci o polvilho dos meus pãezinhos então foi isto deu errado. bjs. (Diulza)
Talvez seja o forno, vou tentar com ele mais quente.
Obrigada!
belissimo blog
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