segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Brasília. Oficina "normas Sanitárias para alimentos de produção artesanal, familiar e comunitária"

João e seu queijo Serra do Salitre sem igual. Já o conhecia do Terra Madre
Só conheço de Brasília a situação trabalho, a situação automóveis nas ruas e sol de esturricar mamona no asfalto. Sei que tem muito mais. Tem, mas não conheço. Em compensação tem sido o lugar onde encontro pessoas queridas e amigos do Slow Food. Desta vez não foi diferente. A oficina "Normas sanitárias para alimentos de produção artesanal, familiar e comunitária" foi realizada pelo ISPN - Instituto Sociedade, População e Natureza, tendo como parceiros o Slow Food Cerrado, Instituto Marista de Solidariedade e Unicafes, com apoio da União Europeia, PPP-Ecos etc. e teve organização impecável. Estavam presentes gestores de órgãos públicos envolvidos na regulamentação sanitária , pesquisadores, especialistas e representantes de organizações de produção e comercialização de produtos da agricultura familiar e sociobiodiversidade, além dos movimentos sociais, como é o caso do Slow Food. 

O assunto não é novo e vem sendo debatido há anos pelos interessados, mas agora o ISPN conseguiu reunir todos os envolvidos em busca de uma proposta concreta para melhorar, criar ou adequar  os marcos regulatórios que incidem sobre as produções artesanais, familiares, de pequeno porte, afinal ninguém quer continuar na informalidade, mas do jeito que é hoje, não há alternativas.  Anvisa, Dipoa, Dipov, Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, Universidades etc estavam todos lá junto com interessados numa solução para os entraves da lei, como o João e Paulo, produtores de queijo Serra do Salite, de leite cru (que pode ser vendido em Minas, mas não fora do Estado). 

Como todo seminário, teve discursos ardorosos, discordâncias, mas também consensos, até por parte da Anvisa. E é claro que todos os interessados esperavam sair de lá com alguma coisa amarrada, mas infelizmente não foi isto que aconteceu. Pelo menos por enquanto. De qualquer forma, vai ser criado entre os participantes um grupo de trabalho que não vai deixar a questão morrer. E vamos nos apegar ao que disse a representante do Ministério da Agricultura e Agropecuária e Abastecimento, para quem as empresas grandes conseguem o que querem porque fazem pressão e que se não conseguimos é porque não reclamamos (isto porque já havia dito que não existe lobby da indústria...). Todos se comprometeram a dar andamento nas demandas, mas, como disse o mineiro João, o produtor de queijo, é bom que se sentem em mesas sem gaveta, se não é engavetamento na certa. Enquanto isto, ele anda com o queijo e a faca nas mãos.

 

5 comentários:

Patricia Lieko disse...

Olá Neide Rigo! Vieste a Brasília e não veio a Goiás!! Estávamos te esperando!
Retornamos a Limeira ( no Edilson, para ser mais exata) na quinta passada. Antes disso passamos na Dieberger para comprar algumas outras mudas e em Vinhedo atrás de palmeiras. Foi ótimo.
Gostaríamos muito de recebê-la em Goiás, quando puder vir, avise-nos.

Neide Rigo disse...

Patrícia,
eu fui do aeroporto para o lugar do evento e depois fiz o mesmo caminho de volta. Não saí pra lugar algum. Mas ainda espero poder te visitar.
Que bom saber que foram novamente ao Ciprest. Um beijo N

Uwe disse...

Neide.

Espero que vai resultar em alguma coisa melhor do que nos temos hoje. A indústria faz lobby sim, e como!!!

Temos de evitar chegar numa situação igual os Estados unidos, onde a indústria alimentice está ativamente fechando os pequenos produtores.

http://www.youtube.com/watch?v=5uah8LBUbfc

Anônimo disse...

Neide a maioria não esta nem ai,e dita aquilo que vamos comer, e como viver,eu compro orgânico aqui em Santo Andre,mais nem tudo da para conseguir.nosso leite é um horror, eu compro queijo de Minas contrabandeado pode? faço meu iorgute uso o Leitíssimo. que é o melhorzinho. as doçeiras logo não pode usar nada de cobre para fazer doçes caseiros me diga onde vamos parar.(Diulza)

Anônimo disse...

Neide gostaria muito de saber se houve alguma evoluçao desse grupo de trabalho tao importante!
como posso ter mais infos ou quem sabe fazer parte de aguma forma? Estou desenvolvendo grupos de produtores de alimentos artesanais no
sul e estas informacies seriam super importantes para nosso crescimento Leticiajan abs