quinta-feira, 17 de maio de 2012

Acrelândia 2012. Abóboras amazônicas

O preço das abóboras 
Maria veio me mostrar: veja, Neide, como está linda! 
A primeira coisa que vi na casa de Acrelândia depois que chegamos, além do cupuaçu, foi uma abóbora madura e enorme na fruteira. Marcelo disse que ganharam no Ramal do Remansinho, já no Amazonas, onde coordena um projeto sobre Malária. A abobora jazia quieta tinha dias, já que os pesquisadores não ficavam em casa pra inventar moda ou orientar a Maria, a cozinheira, que ficou animada quando sugeri com a carne seca e mesmo sem carne. Ela tem um bom tempero que valorizou o legume. 


Abóbora e banana, banana e abóbora. Farturas amazônicas
Antes, porém, pedi para cortar e cozinhar um pedaço, que faríamos pão pro café da manhã. Não precisaríamos mais comprar pãezinhos meio murchos. Então, a dadivosa abóbora virou  pão, refogados, massa de spatzle, massa de panqueca, bolo, tendo participado ativamente de todas as oficinas. 


Era quase vermelha, densa, docinha, boa para comer pura, os pedaços cozidos, com leite e açúcar. Só não aproveitamos o último pedaço da ponta que, no final da empreitada, tinha mofado. Mas depois ganhei mais uma quando fui ao Remansinho.

Com carne seca

Sem carne, com cheiro-verde. Delícias da Maria

Não descobri abóboras amazônicas diferentes das que já vi por aqui, espalhadas pelo interior de São Paulo.  De fácil cultivo, elas provem de sementes levadas para lá pelos catarinenses, gaúchos e paranaenses. Portanto, como as nossas. De qualquer forma, abóboras lá ou acolá são incríveis do ponto de vista do cultivo, do valor nutricional e gastronômico. São resistentes a pragas, produzem em pouco tempo, podem ser consumidas em qualquer fase, tem brotos, cascas e sementes comestíveis, duram um tempão fora da geladeira, são ricas em pró-vitamina A, têm fibras, alimentam, fornecem poucas calorias e, na cozinha, podem ser usadas sem esforço em uma variedade enorme de doces e salgados  (já devo ter dito tudo centenas de vezes, mas eu realmente sou fã desta espécie). 


O pão que aqui publico já apareceu outras vezes no blog com pequenas variações,  mas sempre há os leitores de primeira viagem e também este ficou mais colorido que os outros. 


Pão de abóbora madura com castanhas da Amazônia


1 envelope de fermento biológico seco (10 g)
1 ½  xícara de água morna
1 colher (sopa) de sal
3 colheres (sopa) de açúcar
500 g de abóbora madura cozida, fria, sem a casca - cerca de 2 xícaras da polpa amassada
1 ovo
Farinha de trigo até dar o ponto - cerca de 1 quilo (pode variar conforme a umidade da abóbora)
4 colheres (sopa) de óleo de castanha, azeite ou manteiga
100 g de castanhas-da-amazônia (do Pará) picadas 

Modo de fazer: numa tigela, misture o fermento com um pouco da água. Deixe dissolver até formar um creme. Junte o restante da água, o açúcar e o sal e misture bem. Adicione a abóbora em purê, o ovo e o óleo e misture bem. Se quiser, passe esta mistura pelo liquidificador para ficar bem lisa. Vá juntando farinha de trigo aos poucos e as castanhas, se for usar. Quando ficar difícil de mexer, passe a massa para uma superfície de trabalho enfarinhada e comece a trabalhar com as mãos, juntando farinha à medida que amassa, até formar uma massa homogênea, lisa, modelável, que se solte das mãos. A massa deve ser colocada novamente na tigela, coberta com plástico ou um pano. Espere crescer até dobrar de volume (caso não tenha experiência com pães, faça uma bolinha com a massa e deixe num copo com água em temperatura ambiente – quando ela subir à superfície, a massa certamente estará no ponto). Divida a massa em três ou quatro e molde os pães compridos ou redondos. Coloque-os numa assadeira grande, untada e polvilhada, deixando espaço entre eles. Deixe crescer novamente por cerca de meia hora ou até os pães dobrarem de volume. Faça cortes com lâmina afiada, leve ao forno preaquecido bem quente e deixe assar por 10 minutos. Abaixe o fogo e deixe assar por cerca de 50 minutos. Os pães devem ficar bem dourados. Se preferir, polvilhe os pães com farinha de trigo antes de assar (e de fazer os cortes) ou separe um pouco de castanhas, molhe os pães e pressione-os sobre as castanhas picadas espalhadas numa bancada.

Rende de 3 a 4 pães

7 comentários:

Anônimo disse...

Ah, Neide! que cor linda. Será que a Celmira já se arriscou a substituir o inhame pela abóbora? Abç
Izabel

juju gago disse...

cores realmente.... NHAM!
lindos

vou experimentar.

abraço

ju

Chayenne Michelly disse...

A cor da abobora que a Maria esta segurando, é inacreditável! Comeria cru mesmo! Eu amo abobora!!!!

Claudia disse...

Neide,

As sementes de abóbora são uma fonte fantástica de tudo o que é bom, ferro, manganês, zinco, potássio e por aí vai e ainda produzem um óleo maravilhoso, mais um que vendo lá na loja hahaha!

"Deitar" sementes de abóbora no lugar das castanhas picadas deixa o custo do pão mais barato e o produto final ainda mais saudável.

Bj.

Claudia

Cissa Belém disse...

Neide,
Já fiz a versão integral e estou pensando em usar metade de farinha integral e metade branca. Vamos ver que bicho dá. ;)
Queria saber se é possível trocar o fermento pelo fresco e se a proporção é de um envelope seco para um tablete fresco. É possível?
Beijo,

Neide Rigo disse...

Cissa, use dois tabletes do fresco. Boa sorte, um abraço, n

Tito Tortori disse...

Vou correr para experimentar essa receita de pão, pois só de olhar já deu água na boca....Excelente como sempre!
Abraços.
Tito