quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Torta de milho verde com cambuquira. Ou quinta-feira sem trigo 46

Bem, eu disse que mostraria como usei cada ingrediente daqueles que trouxe de Piracaia, não foi? Pois aqui neste recheio, entre duas camadas de massa de milho verde, está escondida cambuquira e ainda um pouco daquela moranga ralada. E da massa, um pedaço daquele queijo e dois daqueles ovos caipiras que mostro na mesa também participam. 


Uma das sopas mais deliciosas que comia na minha infância era a sopa de milho com cambuquira feita pela minha avó no fogão de lenha. Todos os ingredientes da roça ficavam ainda melhores quando temperados daquela leve fumaça que nos deixava com perfume de bacon. De qualquer forma, milho e cambuquira formam um par infalível. Como não tinha aqui um milho fresco cheirando a palha verde e sim um orgânico de supermercado, resolvi fazer outra coisa e improvisei este bolo salgado que assei numa forma de quiche para parecer um torta, como aquelas de liquidificador, com recheio de cambuquira refogada. E já que  milho fresco tem bastante amido (não adianta usar milho em lata, pois o amido já foi cozido e não gelatiniza de novo), não precisa de farinha alguma, com ou sem glúten. Fiz a olho, mas anotei a fórmula que você pode alterar a gosto, como por exemplo juntando cheiro verde à massa, trocando o queijo de lugar - no recheio, pode ser -,  eliminando a abóbora, que só coloquei porque estava sobrando na geladeira, usando leite no lugar do kefir, que escolhi por falta de opção. Depois me conte. 








Torta de milho com cambuquira 


Para o recheio 
1 colher (sopa) de azeite 
1 cebola pequena picada (50 g) 
2 dentes de alho socados
2 pimentas vermelhas ardidas sem sementes, picadas 
Umas 10 folhas de manjericão rasgadas
70 g de cambuquira picada (só as folhas e talos mais macios) - cerca de 1 xícara cheia
80 g de moranga madura ralada (3/4 de xícara) 
1 pitada de sal 
Para a massa
420 g de grãos de milho fresco (3 xícaras) 
180 ml de kefir ou iogurte natural ou leite (3/4 de xícara)
1 colher (chá) de sal 
1 colher (sopa) de manteiga
2 ovos 
1/2 colher (sopa) de fermento em pó 
70 g de queijo meia cura 
Manteiga para untar e fubá para polvilhar


Prepare o recheio: coloque o azeite numa panela e refogue a cebola e o alho até começarem a dourar. Junte a pimenta e o manjericão e misture. Adicione a cambuquira, a abóbora e o sal, misture e junte um pouco de água quente. Deixe cozinhar até a cambuquira ficar macia e não restar mais líquido na panela. Vá juntando a água aos poucos, só o suficiente para cozinhar a verdura. Prove o sal e corrija se necessário. Reserve.
Prepare a massa: coloque no liquidificador o milho, o kefir, o sal, a manteiga, os ovos, o fermento e metade do queijo. Bata bem até a massa ficar bem homogênea.  
Montagem: unte com manteiga uma forma de quiche, polvilhe com fubá e despeje metade da massa. Espalhe o refogado de cambuquira e cubra com o restante da massa. Por cima, espalhe o queijo restante ralado grosso. Leve ao forno bem quente pré-aquecido e deixe assar por cerca de 40 minutos ou até que a massa fique firme e dourada. Espere amornar para servir com salada (quando quente estará muito cremoso, mas também é delicioso).  


Rende: 6 porções

6 comentários:

Marcia H disse...

Neide,
deve ter ficado bom isso. Clara e eu adoramos milho, coisa de sangue indígena correndo nas nossas veias.

suas receitas sem trigo vao sempre para uma amiga cuja filha é celíaca

obrigada por compartilhar

Anônimo disse...

Aiiiiiiii essa foi demais , milho e cambuquira nao tem nada melhor to com agua na boca... Delicia !!!!! beijos Denise.

clau disse...

Neide, este seu post me recordou a sopa de milho com cambuquira que uma senhora da Igreja Presbiteriana da Lapa fazia, há muitos anos atrás: inesquecível!
Mas para ter estes brotinhos tenros e deliciosos, só plantando um pé de abóbora, e eu não tenho quintal...rss
Bjs!

Anônimo disse...

Neide, toda vez que minha mãe faz sopa de cambuquira (engrossada com farinha de milho)ela convida os filhos (7) porque todos gostam. É tudo de bom!! fico feliz por vc divulgar essas comidas que para muitos é tida como esquisitas. Pelo menos é assim que me diziam quando eu contava sobre as comidas da casa dos meus pais. Bjs. Izabel

Marina disse...

Neide, seu bolg é demais! Descobri hoje e não consigo mais parar de ler! Sou filha de uma mineira, cozinheira de mão cheia, e tuas experiências culinárias lembram muito a minha infância! Um dia desses redescobri a batata-doce, que tanto comia quando criança e que hoje está bem esquecida... hj redescobri a cambuquira aqui, o bolinho de milho ("tareco" como chama minha mãe). Não vejo a hora de colocar em prática as suas sugestões.

Parabéns!

Neide Rigo disse...

Marina,
fico feliz com isto. Volte sempre. Um beijo, N