terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Garimpando banana-da-terra e da praça

Marcos com enxadão e  Angelita segurando a muda 
Na semana passada veio aqui a Angelita, do Garimpos do Interior e, entre uma conversa e outra, surgiu o tema banana-da-terra docinha que ela colheu no próprio quintal do restaurante. Fiquei fascinada e ela me contou que aliás estava querendo se desfazer de umas mudas que brotaram depois de o cacho ser colhido. Claro que abri o olhão de vontade, para plantar em Piracaia. Já trouxe muda de banana-da-terra da Ilha do Marajó e de Acrelândia, ocupando mala quase inteira (sem falar nas de banana-nanica que trouxe de Minas, Paraná etc).  Lá na chácara, as da terra não crescem muito animadas, afinal estavam acostumadas à floresta quente e úmida. Já com as do Garimpo do Interior,  fiquei mais animada, pois parecem mais aclimatadas por aqui. E resilientes, pois estavam aglomeradas num pedaço mínimo de terra. Chegamos da chácara, Marcos pegou o enxadão e fomos para o restaurante, conforme o combinado. O salão ainda estava animado de conversas e cheiro bom de pastel de angu, frango caipira com ora-pro-nobis, café passado no coador sobre a mesa e sobremesas gostosas. Pena que o restaurante  já estava fechando e havíamos acabado de almoçar. 

Marcos é forte, decidido e talentoso com instrumentos cirúrgicos, não importa o tamanho da encrenca ou da ferramenta.  Deve ter achado mais fácil extrair bananeiras que amígdalas. Cavou e cavou com paciência toda a volta da muda maior, mais alta que eu,  e a extraiu da terra sem danos. A menor foi mais fácil. Saímos de lá carregando num ombro a ferramenta e no outro as bananeiras com suas folhas gigantes balançando ao vento, torcendo para logo logo ter frutas e fazer aqueles pasteizinhos com recheio de farinha de arroz. 

E já que estávamos engajados em garimpar as musas,  aproveitamos o momento para ganhar mais uma muda de nanica da praça perto de casa. Decidimos pegar um broto pequeno, pois o bom, mais tronchudo, estava entrincheirado junto aos outros troncos grossos. Nisso,  passou um bom moço e já foi aconselhando, que se quiséssemos ter uma boa muda teria que ser aquela grande mesmo, que a pequena daria um cachinho minguado de bananinhas aguadas. Foi pegando o enxadão e cavoucou com jeito, sem descansar, até que conseguiu soltar a planta da terra e tirá-la com uma forte puxada. Vi que tinha em tesourão na bolsa e perguntei se era jardineiro. Sim, estava voltando do trabalho em pleno anoitecer de domingo, todo de banho tomado, roupa limpa,  e perfumado,  pronto para o merecido repouso. Só pude agradecer muito oferecendo metade das bananas que tinha em mente colher, mas recusou, chega de peso por hoje, dizendo que o cacho estava mesmo no ponto de cortar para amadurecer em casa,  e seguiu seu caminho. 

Pois é, a ocasião faz o ladrão. Já estávamos ali na praça mesmo, com a faca e o enxadão na mão, por que não levar também aquele cacho de banana já no estágio de colher?  Uma semana atrás havia três cachos e agora só restava um. E eu sempre estou de olho nesta bananeira. Faz três anos, manifestei aqui minha cobiça, mas até hoje não tinha dado sorte. Sempre um gaiato chega antes. Esta foi a nossa vez. Voltamos para casa com um enxadão num ombro, cacho de banana no outro e, nas mãos, as mudas. 

A banana da praça agora amadurece aqui. Só cuido para afastar sanhaços

6 comentários:

Unknown disse...

Estou fazendo uma plantação em vasos-Jaboticaba-Banana manica-Gariroba- Goiabinha-Roma-Mamão. estão lindos abraços

Unknown disse...

Neide,

Que delicia!
Estou doido atrás de uma muda de banana da terra, fui no ceasa duas sextas seguidas e não achei.

quando der muda vou pegar com você!

bjos

Angelita disse...

Que lindo!Adorei...
Grande abraço!

Angelita Gonzaga

Neide Rigo disse...

Bete, que bom. Boa sorte!

Fernando, pode deixar que uma muda será sua. O seu ingá de metro já está bom pra ir pra você.

Angelita, torça pelo sucesso da bananeira, tá?

Um abraço, N

Erikita disse...

Louca por ter uma banana da terra ppis sou do caribe e sinto muita falta delas aqui np rio e difícil de encontrar

Erikita disse...

Louca por ter uma banana da terra ppis sou do caribe e sinto muita falta delas aqui np rio e difícil de encontrar