terça-feira, 11 de maio de 2010

Peixes de Paraibuna

Seu Hamilton, peixeiro
Logo mudo de assunto, mas ainda sigo a viagem mostrando os produtos daquele pedaço do Vale do Paraíba. Na Feira de Produtores Rurais de Paraibuna o pescador Hamilton, com um guarda-sol, uma caderia e uma geladeira de isopor apenas, chama pouca atenção. Mas fiquei curiosa pra ver o que ele tinha dentro da caixa. Foi tirando saquinhos de mandis, piabas e lambaris. Uma pequena quantidade que havia pescado um dia antes na represa de Paraibuna. Ele mesmo pescou, ele mesmo limpou e congelou. Não resistimos e trouxemos mandis e lambaris, que são peixe da infância do Marcos em Jundiaí, quando o rio Jundiá ainda era piscoso. Já preparei os dois, incrivelmente frescos, muito mais do que os que costumo comprar não-congelados. Vê-se ali o cuidado de alguém que limpou e congelou logo depois da pesca.
Os mandis não tinham tamanhos regulares, por isto escolhi os maiores para fazer ensopado, com pirão de mandioca. E os menores, para empanar e fritar. Quanto aos lambaris, não consigo pensá-los de outro jeito se não fritos, para comer com as mãos, inteiros, triturando espinhos, rabos, cabeças. Já falei dele aqui. Com um gole de Marvada Neide.

Mandis
são peixes de couro da família dos Pimelodídeos, com carne clara de sabor muito suave. Eles têm ferrões venenosos e uma ferroada de mandi provoca dores terríveis além de inflamação. Seu Hamilton já levou algumas.

Mandis fritos: temperei com sal, pimenta-do-reino e limão. Empanei em farinha de trigo e fritei, para comer com arroz e feijão.

Mandis em molho: os pedaços maiores fiz com molho e comi com creme de mandioca. Preparei um refogado com azeite, cebolas, tomates, pimentões, pimenta, alfavaca, sal e cheiro verde e cozinhei aí as postas de mandi já temperadas com sal, alho, pimenta e limão. Com as cabeças, fiz outro molho com os mesmos temperos, coei e usei para fazer o creme de mandioca - bati o caldo e a mandioca com o mixer até ficar tudo cremoso, temperei com sal e levei ao fogo para aquecer. Algo parecido com o molho de jundiá e com este creme de mandioca. Podia ter feito um pirão com farinha de mandioca, que é o clássico para se comer com mandi, mas tinha que usar as mandiocas cozidas e posso garantir que ficou muito bom. Basta apenas uma salada verde para anteceder e fruta fresca de sobremesa. E mais nada.

Lambari frito: temperei com uma pasta de sal, alho, pimenta dedo-de-moça e suco de limão. Passei no fubá integral que trouxe de Paraibuna, fritei em óleo e, um atrás do outro, nhac! Não sobrou nem o rabinho.

12 comentários:

Anderson Silva disse...

Neide,

Esses lambaris estão pedindo mesmo é uma cervejinha estupidamente gelada !!!

Escritório de Comunicação disse...

Oii gostaria de saber algum contato, e-mail pra eu estar enviando dicas, receitas e notícias sobre gastronomia!!
Obrigada desde já..

v. paulics disse...

neide, esta viagem para paraibuna parece ter sido uma das mais gostosas dos últimos tempos. parece um revelando são paulo de uma cidade só...
a gente faz piada dos inúmeros capítulos de paraibuna, mas, no fundo, é só inveja de não termos estado lá...
beijos. levem-nos na próxima!
v.

Dricka disse...

Neide esse arroz com feijão me deixou com agua na boca, arroz com feijão é minha comida preferida e esses estão com uma cara ótemaa.
Bjs

Wilson disse...

Neide

Para quem vive fazedo dieta, olhar estes peixinhos fritos é uma tortura !!!!!!

um abraço

Wilson

hayrton disse...

Cara Neide:
Tente fritar peixe com uma mistura de 50% de farinha de trigo e 50% com fuba. Fica mais seco. Eu garanto, além de não espirrar no tacho de fritura. Abraços.
Hayrton
hayrton@uol.com.br

Neide Rigo disse...

Anderson, sei que pede, mas no frio só mesmo uma cachacinha pra aquecer.

Veronika, já que me autoriza, vou continuar, então, a falar de Paraibuna rss.

Dricka, é meu prato preferido também.

Wilson, uns dois ou três, complementados com muita salada não alteram em quase nada sua dieta.

Hayrton, obrigada pela dica. Estes também ficaram bem sequinhos. Era um fubá bom, rico em amido.

Um abraço, N

jp diniz disse...

Neide, não conheço esses lambaris mas dourados assim comia já 2 ou 3 (para não alterar a minha "dieta")

Edison Elira disse...

Oi neide!
Vendo estes lambaris lembrei da minha infância no PR, depois de pescados o preparo era na beira do rio mesmo, que maravilha...
PS Os pés de Fava estão floridos e já tem pequenas vagens.

Edison Elvira

Anônimo disse...

Neide fico feliz, orgulhoso, agradecido e me emociona ver
Paraibuna tão bem retratada por vc e pelo J Rural em seus posts,
realmente suas matérias chamam a atenção e despertam o interesse
de todos por nossa cidade, venho acrescentar ao comentário do
Hayrton, que após passar o peixe na mistura de fubá e trigo,
experimente mergulhá-lo rapidamente em água antes de colocá-lo
no óleo(quente), alem do peixe ficar sequinho, o óleo não suja, pois
a mistura de farinha não se solta.
Abs
Paulo Celeste
pauloapceleste@hotmail.com

Unknown disse...

Já pesquei muito lambari e piaba com o Hamilton. O rio, em trecho de corredeiras, passa nos fundos da casa dele onde ele fez dois ceveiros. E ali passa o tempo direto, só no molinete. Saudade da feirinha, saudades do Hamilton.
Antonio Marmo

Unknown disse...

Já pesquei muito lambari e piaba com o Hamilton. O rio, em trecho de corredeiras, passa nos fundos da casa dele onde ele fez dois ceveiros. E ali passa o tempo direto, só no molinete. Saudade da feirinha, saudades do Hamilton.
Antonio Marmo