http://blogs.estadao.com.br/paladar/dedinho-pau-doce-tripa-de-galinha-os-varios-nomes-da-uva-japonesa/
http://blogs.estadao.com.br/paladar/pao-de-uva-japonesa/
E veja aqui também:
UVA
JAPONESA
A
falta de um nome intrínseco, que não seja emprestado de espécies de mais fama,
é meio caminho andado para o descaso. Dedinho, pau-doce, tripa-de-galinha,
macaquinho e japanese raisin tree são alguns dos nomes que só
identificam esta delícia se acompanhados de desenho. Não se compara a banana, maçã ou manga, que
dispensam explicações e já povoam o imaginário popular. E de nome científico, este sim específico,
todo mundo parece ter medo. Só isto justifica
o desdém com que os cachos desta fruta são esmagados sob nossos pés quando
chega o final do outono.
Está
certo que estes pedúnculos intumescidos da árvore dulcis não estão entre os
frutos mais fáceis de entender, colher e comer.
Sua anatomia tampouco é óbvia à luz do nosso conhecimento botânico básico
sobre a morfologia dos frutos. Para
piorar, é planta maldita porque é exótica e, quando solta por aí, pode colocar
em risco nossa flora nativa e causar desequilíbrio na fauna que se alimenta dos
frutos e espalha as sementes.
Fora
isto, é puro deleite, afinal as árvores já estão por aí, usadas fartamente na
arborização urbana. São encontradas nos
parques, nas calçadas, nas praças e nos quintais das grandes cidades e seus
frutos fazem a alegria dos pássaros e da gente.
Originária
de regiões montanhosas da China, o cultivo logo se espalhou para o Japão,
Coreia e Índia. No Brasil a planta é bem adaptada especialmente entre Sul e
Sudeste. No entanto, segue por aqui
indomável – houvesse seleção de variedades maiores, com maior proporção entre
polpa e sementes, talvez seu consumo fosse mais valorizado. Infelizmente são
raros os cultivos comerciais (Seu Makoto, no Ceagesp, vende: Tel. 11 3643-8776)
e o beneficiamento, nem se fala.
Os
frutos verdadeiros são cápsulas esféricas e secas que abrigam as sementes,
pequenas, lisas, avermelhadas e tão duras quanto um dente quebrado – portanto,
não há chance de ignorá-las. A parte comestível é o pedúnculo espessado com
película marrom avermelhado e interior crocante, suculento, doce, de cor
alaranjada. O formato é quase lúdico, uma caricatura de ideograma japonês com
segmentos não homogêneos na espessura trazendo à lembrança morenas falanges, bichinhos
espevitados ou pedaços de pau. O sabor
tem algo de maçã e uvas de colheita tardia. São estas características que
explicam a maioria dos nomes.
Além
do uso alimentício, a fruta é apreciada mundo afora como medicamento para curar
ressacas e atenuar o desejo por bebidas alcoólicas. Se consumida antes de
beber, pode até diminuir a sensação de embriaguez. Há vários estudos explicando o mecanismo de
ação e o extrato da fruta é vendido em outros países como fitoterápico com estas
finalidades. Porém, nosso assunto aqui é
o fruto como alimento.
Na
cidade é fácil identificar um pé de Hovenia
dulcis. As árvores produtivas são geralmente muito altas, embora já
frutifiquem com quatro ou cinco anos. Mas quando chega final do outono, começam
a perder as folhas dando destaque para os cachos de frutos que começam a
amadurecer. Não é tarefa fácil a colheita nas alturas, mas também não é
recomendável pois são muito tânicos e adstringentes se não estão muito maduros.
Já quando caem no chão, aí sim estão perfeitos. Quem tem por perto uma árvore
dessa pode deixar embaixo dela um pano e recolher os cachos todos os dias, à
medida que vão caindo. É que se caem sobre terreno úmido começam a fermentar e
o sabor fica comprometido. Mas, se
deixadas em local seco, logo começam a desidratar e aí sim duram como uvas
passas e podem ser usadas como tal.
O
teor de açúcar, na forma de glucose, frutose e sacarose é tão grande que, se espremer
um segmento entre os dedos, vai sentir
na pele a densidade do melado, mais que o caldo da cana. O suco extraído em
centrífuga pode se transformar em calda se levado ao fogo, pode ser fermentado
para fazer refresco ou a própria fruta seca pode ser triturada e usada no lugar
do açúcar em massas de bolo, por exemplo.
Para
usar, descarte as bolinhas secas (os
verdadeiros frutos) com sementes, não comestíveis, usando uma pequena
tesoura e lave bem os pedúnculos
comestíveis – deixe de molho de solução
clorada ou desinfetante de verduras e enxague em água corrente. Se conseguir resistir e não comer todos ao
natural, use-os como se fossem uvas
passas ou pedaços de maçãs: com pedaços de frango assado, nas saladas de folhas
ou salpicão – com frango desfiado, maionese, batata, cenoura, salsão -, em caris,
tortas, bolos e pães, por exemplo.
Pão de uva
japonesa
750 g de farinha de trigo
2 colheres (chá) de sal
½ colher (sopa) de fermento biológico seco
450 ml de água morna
4 colheres (sopa) de folhas de alecrim frescas
2 xícaras de uvas-japonesas picadas
4 colheres (sopa) de azeite
Para a cobertura: 1 colher (sopa) de açúcar dissolvida no fogo em 1
colher (sopa) de água
Peneire numa tigela a farinha, o sal e o fermento. Acrescente a água e misture para formar uma
massa pegajosa. Passe para uma superfície de trabalho enfarinhada e sove bem
durante quinze minutos, até a massa ficar bem elástica. Faça uma bola e coloque
numa tigela untada. Cubra com plástico e deixe crescer por uma hora e meia
aproximadamente, até a massa dobrar de volume – pode ser necessário mais tempo,
dependendo da temperatura ambiente. Para saber se a massa está no ponto,
aperte-a com o dedo - a marca deixada pela pressão deve demorar uns dois
segundos para desaparecer.
Enquanto a massa cresce, aqueça a uva-japonesa e o alecrim no azeite por
cerca de 3 minutos. Deixe esfriar.
Descubra a tigela, junte a mistura de azeite e trabalhe a massa com
delicadeza, só para homogeneizar. Passe-a para a superfície enfarinhada e
modele dois pães como baguetes ou bolas.
Coloque-os em assadeira untada e enfarinhada, cubra com pano úmido e deixe crescer
em local protegido de 30 a 40 minutos –
faça novamente o teste do dedo. Asse em forno pré-aquecido a 220˚C por cerca de 30 minutos ou até dourar. Tire os
pães do forno e pincele-os imediatamente com o açúcar dissolvido em água, para
ficarem brilhantes. Deixe-os esfriarem sobre uma grade.
Rende 2 pães
7 comentários:
Neide, você tem foto da árvore? Pelo fruto, não consegui me lembrar de já ter me encontrado com ele nos meus tempos de paulista. Fiquei curiosa!
beijos,
adelia
Nooosa, tem várias arvores com este fruto aqui.
Muito top Recomendado!
FLAVIO AGAZZI
Tenho colocado no bolo de caqui, e fica divino. Fico triste de não encontrarmos pra vender, é uma iguaria,. Agora, só ano que vem.
Neide,
Na minha região chamamos de uva do norte.
Não sabia que era uma espécie de fora.
Lembro bem dela pois na infância comíamos ao natural, direto do pé.
Nós temos sementes, folhas e frutos da uva japonesa, se quiserem entrem em contato comigo 35991884745
Nós temos sementes, folhas e frutos da uva japonesa, se quiserem entrem em contato comigo 35991884745
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