quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Desfazendo as malas de Barcelona e Turim

Por enquanto está tudo junto e misturado. Turim, onde aconteceu o Salone del Gosto e Terra Madre, e Barcelona, para onde dei uma esticadinha depois dos eventos do Slow Food. Levei a mala cheia de polvilhos, farinhas e mandioca,  além de utensílios, e a trouxe lotada de delícias do outro lado do oceano, além de bons livros. No evento do Slow Food encontrei amigos e leitores do blog como o Marcelo, a Gaby, a Mary  Valeriano, brasileiros que vivem na Itália.  Reencontrei a sobrinha Flora, que vive em Paris e trabalhou como voluntária. E amigos do Slow Food de todo canto. Só do Brasil éramos cerca de 100. Eu falo de tudo depois de arrumar as malas, por enquanto fique com a cobertura feita pela Cíntia, para o Paladar. Basta clicar nos links abaixo que o levarão direto para o blog do Paladar.    

SLOW FOOD
Por uma cozinha que nasce no camp
Receita: Passatina di Ceci com Gamberi
Brasil mostra fruta, mandioca e ostra de tomat
Depoimento de Neide Rigo: Dos taxistas ao TreGaline, só se falava naquilo

Em Turim, ficamos no mesmo quarto de hotel, Mara Salles, Ana Soares e eu e aproveitamos não só o Salone e Terra Madre, mas também um pouco da cidade, que conheci há muitos anos. Foi divertido tomar com elas Barolo em copo de plástico, fazer picnic na cama, conhecer restaurantes e passear pela cidade já gelada. 

Aproveitei a viagem para dar uma espichada até Barcelona, onde me encontrei com Marcos e onde estão morando Veronika e Ricardo. E ainda até Terrassa, perto dali, onde vivem agora os amigos gaúchos Rui e Mariângela. E Barcelona não é cidade para uma semana, mas a gente não tem tudo o que quer. 

Ao menos vimos um pouco de Gaudi, comemos panellets caseiros e comprados para a festa da Castañada na noite de Todos os Santos,  acompanhados de moscatel. Descobrimos que há paellas meia boca para turistas desavisados e ótimos pratos do dia em locais escondidos, vimos varandas com os três pezinhos de canabis permitidos a todos cidadãos, passeamos de mãos dadas pela Rambla, passamos por baixo do arco do triunfo, passamos sobrassada no pão que às vezes era esfregado com tomates que são tantos e tão bons. E comemos bichinhos do mar de todo tipo e cogumelos, nem se fala. Fui à montanha com o Rui coletar bolets comestíveis e picantes. Comprei minha bebida preferida - vermute, para imitar o catalão. Fomos ao piquenique de aniversário dos meninos e isto por lá é comum.  E me perdi no bairro gótico, passei horas nos mercados da Boqueria e Santa Catarina, me fartei de jamon, me emocionei com os castellers, vi que os plátanos são podados no outono antes que as folhas caiam no inverno e que a cidade tem muitas magnólias que dão frutos, e que os periquitos americanos fugiram da gaiola e se multiplicam agora soltos à base de tâmaras, madronhos e sementes vermelhas dos frutos de magnólia.  E que outras tantas frutas são vendidas em quitandas dominadas por paquistaneses que não descansam após o almoço nem nos feriados. E aprendi que se você começa qualquer conversa com Sisplau, pode continuá-la em portunhol, que todo catalão vai se esforçar para te entender. Mas vou contando tudo aos poucos, depois de arrumar a mala e separar torinos de torrones. 

Veja só o que me espera na arrumação: 

Araruta e farinha de copioba, da Bahia. Urucum dos índios tupiniquins 

Arrozes italianos - presentes da Mary

Castanhas, pinoles, farinha de castanha, de amêndoas e de trigo de moinho
de pedra  - presentes da Mary

Feijões italianos e espanhois

Pimenton de la Vera e flor de sal

Batatas doces de Barcelona, cogumelos e outras sementes

Coincidência:  Nespras (Mespilus germanica) catalãs e piemontesas -
Marcos trouxe duas das montanhas da Catalunha e eu trouxe duas de Turim
para mostrarmos uns aos outros

Pimenton de La Vera a granel e latinhas.  Devidamente abastecida. 

Sementes 

Sobrassada em tripa de cavalo - do Mercado de Terrassa 

Vermute, que ninguém é de ferro 

Umas suculentas

Umas sementes

Minha mala já estava muito comprometida. Só pra ver como é vendida
legalmente junto às sementes de flores 

A Patrícia, junto com o Eduardo e crianças, amigos do piquenique perto de casa, que estão vivendo em Montpellier, na França, também estavam por lá e postou em seu blog  a viagem que coincide com a nossa. Veja lá algumas fotos com todos nós e o vídeo com os castellers:  http://lagartadalice.blogspot.com.br/

28 comentários:

Juliana Valentini disse...

Que delícia, a Neide voltou!
E que bagagem inacreditável!!! Voltou alguma roupa que foi, por acaso?
Saudades dos seus posts, querida.
Conte tudo, nos mínimos detalhes, e de preferência exagerando.
Um beijo grande,
Juliana.

Matoso disse...

Salve ,Salve Neide,só mesmo voce para contar o que viu no velho (ou novo ? )mundo,olhar atento,não de turista e sim de cientista,antropôloga,maga.Quando em busca de resgate de plantas ,eu perguntava a amigos que havia viajado para lugares distantes o que tinham visto,provado,eles relatavam as mesmas coisas de folder ou de guia turistico de linguagem ensaiada,que decepção....Não era isso que queria saber,ouvir ,ver.Voce não Neide, fala de coisas que a gente gosta,é como se a gente estivese presente,e aqui no interior de Goiás passamos a valorizar nossos recursos e saberes e partir para o resgate e conservação.Mestra espero conseguir seu endereço para enviar-lhe algumas publicações .Parabéns.

Neide Rigo disse...

Juliana,
mandei as poucas roupas pelo Marcos, que retornou antes. E fiquei praticamente com a roupa do corpo rss. Pode deixar, que vou contar tudo. As sementes da moringa germinaram. bjs,n

Matoso,
cada um tem olhar especializado para determinadas coisas. Este é o meu. Que bom que gosta. Um abraço, N

Unknown disse...

Neide, minha linda, como vc consegue trazer tanta coisa de comer? Não é proibido trazer sementes, grãos estas coisas? Nunca consigo trazer nada disso do exterior, já perdi cargas inteiras!

Anônimo disse...

Olá Neide,
As suas bagagens na volta das viagens são um caso a parte, né? Adoro!
Não pude deixar de notar a latinha de navajas. Também tenho uma, além de outra de berberechos, trazidos de viagem e não tenho a menor idéia de como preparar esses bichinhos. Você me dá uma idéia?
Samira

Neide Rigo disse...

Darlana,
eu não trago nada na mão. Tudo na mala. Se disserem que não pode, eu deixo lá.

Samira, as de lata estão prontas para comer. Para umas tapas, por exemplo. Para comer com pão, juntar a uma salada. Se fresca, pode chapear no azeite com sal, que ficam ótimas também.

Um abraço, N

Anônimo disse...

Neide, obrigada pela atenção. Sigo lendo todos os seus posts no Reader do Google e até me atrevi a começar a fazer pão integral, inspirada nos seus lindos pães. Minha meta agora é começar a fazer meu próprio levain, depois de ter pesquisado muito sobre o assunto. Você é uma inspiração para todos que querem uma alimentação mais saudável.
Samira

Ana Canuto disse...

Neide: Que bom que retornou e vamos começar a acompanhar suas sagas.
E que bom que sua mala já estava cheia. Já pensou perder tudo só pelo pacotinho "daquelas" sementinhas ?

Beijos, Ana.

reconquistar disse...

belissimo blog

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Gabi disse...

Neide, como vc embalou as suculentas nessa viagem internacional? Grata, Gabriela.

Neide Rigo disse...

Gabi, nem me lembro, mas acho que coloquei em garrafinha pet.
Um abraço,n