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Tapando o sol com o papel de manga |
Lembra
das mangas que a gente colheu na semana passada? Um tanto estou consumindo junto com o kefir de todo dia. Mas outro tanto delas, ainda verdolengas e já coloridas, cozinhei e fiz um purê sem fazer muito bem a que serviria. Cozinhei com cascas, descasquei e esmaguei com as mãos recolhendo a massa cozida numa peneira sobre uma tigela. Provei, era meio azedo o purê. Adocei um pouco, tipo duas colheres de sopa de açúcar para uma xícara do purê. Provei, ficou bom, azedinho, lembrando damasco. Ainda assim, o que fazer? Um sorvete? Picolé? Recheio para uma torta? Enquanto isso já mexia no fogo, observando as ondas e pensando. Cozinhou um pouco, pelo menos derreteu o açúcar. Tem muito carboidrato ainda, de modo que vai virando mais um purê que geleia. Mas estão ali as duas coisas, massa e pectina. Percebi isto quando, ainda sem saber o que fazer, cobri com pano a panela quente e deixei o doce esfriar. Por cima criou-se uma nata típica das geleias com bastante pectina. Lembrei, então, do
papel de banana da terra. Ambas as frutas têm que estar no ponto certo de maturação. Naquele estágio em que a fruta ainda é bastante massuda mas que já tem algum açúcar. Não pode estar mole de jeito nenhum. Também não pode estar verde.
Então, o que fiz foi mexer mais um pouco o purê no fogo para desmanchar a superfície gelatinizada e espalhei ainda quente sobre uma placa de silicone. Mas pode ser no fundo de uma forma de alumínio, por exemplo. Eu mostro a técnica lá no
papel de banana.
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O papel de banana. Foto: Caroline Leone |
Levei a placa ao sol, esperei umas 5 horas e, pronto, já podia puxar.
E, mexe pra cá, mordisca de lá, leva ao céu, tampa o sol, dobra, enrola - vi que gruda. Só sei que fiquei meio que encantada com o efeito elástico e transparente do papel comestível, com o jeito de folha de damasco. E delicioso, diga-se. Aí deu vontade de ficar embrulhando coisas, como uns pedaços de maria-mole com flores comestíveis. Colhi tudo o que tinha por perto de flores e fiquei explorando a transparência. O resultado é todo este aí que pode conferir. Pronto, agora é só você inventar o seu.
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Flores comestíveis: Impatiens walleriana, Costus spiralis, Curcuma longa, Talinum paniculatum, Clitoria ternatea, Oxalis latifolia, Commelina erecta, Galinsoga parviflora, Acmela oleracea, Rosa spp, Cosmos sulphureus, Lactuca canadenses |
12 comentários:
Ficou tão lindo..
A manga tem que estar "de vez", é isso?
Vou tentar fazer amanhã, tem tanta manga por aqui...
Que coisa mais linda! Imagino como uma sobremesa de restaurante chiquérrimo, propondo um desafio para as pessoas descobrirem o que é :)
Parabéns pela obra de arte! =)
Lindo demais, perfeito para um presente refinado.
:O Ficou muito bonito!
Você usa maria mole de caixinha? ficou lindinho d+.
Neide, que delicadeza! Lindo e apaixonante! Assim que puder vou tentar fazer em casa...
Cristiane Yumi
Neide, que coisa mais mais mais linda!!
Nãos abia dessa história de papel de banana, essa tinha passado batido pra mim.
Amei!
beijo
Ah não, para tudo Neide!!!! Primeiro, fiquei apaixonada com a possibilidade de fazer papel de manga! Depois, essa florzinha alaranjada que dá em tudo quanto é terreno baldio é de comer????? Pronto, é pra acabar com o pequi do Goiás mesmo.
Super obrigada, você é linda!
Beijos.
Vah, isto mesmo. De vez, bem durinha.
Letícia, é mesmo, né? Acho que ninguém descobre.
Marília, Gilda e Diego, obrigada!
Anônimo, fiz maria-mole usando claras em neve e gelatina. Mas ainda preciso descobrir uma receita melhor. Quando fizer outros testes, conto aqui. Por enquanto, se não tem uma boa receita, use a de caixinha mesmo.
Cristine, tente e me conte.
Juju, pois é, o papel de banana dá super certo também.
Juni, fala do Cosmus? Sim, é de comer.
um abraço,n
Maravilhoso! Coisa de restaurante estrelado!
MARAVILHOSO!!!!!
A sorte que vc é incansável a busca da combinação da cor, sabor,e a gente só aprendendo sobre a arte do fazer bonito na cozinha.
Valeuuu!!!
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