segunda-feira, 30 de março de 2015

No meio do caminho tinha uns pés de capim santo... E também umas pedras.

Juju confirma com a trena, 1,80! 
Desculpe estar usando o blog ultimamente para esta conversa monotemática sobre nossos direitos e deveres como cidadãos. De tanto que falam mentiras - de que ocupamos o espaço de forma arbitrária, de que estamos atrapalhando o caminho, de que faltou diálogo com moradores etc, a gente começa até a acreditar que realmente fez coisa errada. Mas nada como sair à rua, conversar com as pessoas, pedir para que assinem abaixo-assinado de apoio (logo vamos fazer um virtual) para descobrir que na nossa rua cem por cento de todos com quem conversamos é a favor (e nosso n já é grandinho). E ontem fomos pedir o passeio: 1,80 na parte mais larga e 1,20 m na parte mais estreita - portanto dentro do que pede a lei.

Mas diante de tanto barulho, a subprefeitura vai ser obrigada - pela pressão de uns 5 moradores e do jornal Da Gente - a tirar o capim santo, refazer a calçada, mesmo sem necessidade. Poderia apenas rebaixar as guias e reformar o canteiro, fazer o passeio de cima que nunca existiu  (e que chegaram a alegar que fomos nós que quebramos) e usar o dinheiro para fazer melhorias em bairros vizinhos com problemas mais emergenciais.

Hoje foi protocolado na subprefeitura minha desistência da adoção oficinal. Somos um grupo que vai continuar cuidando do espaço e não é uma pessoa para depois responder por qualquer irregularidade que ocorra na nossa ausência. E porque achamos que temos obrigação de cuidar dos espaços públicos. Não podemos ser impedidos disso. Mesmo que arranquem todos os pés de manjericão, de alecrim, de feijão guandu etc, mesmo assim podemos continuar cuidando das beldroegas que os passarinhos vierem a plantar.

No sábado uma única mulher do contra que encontrei - da rua de baixo, que não faz nem esquina com o espaço -, veio dizer que não iria assinar o apoio porque para ser horta teria que ter cerca e que aquilo era nojento do jeito que estava. Então argumentei que plantávamos ervas altas, que não tínhamos alface ou rúcula, e que talvez pudesse ver o espaço como um lugar cuidado, sem lixos, como um jardim de utilidades e local fresco para encontro de vizinhos. Mal humorada, respondeu: pra jardim está de péssimo gosto. E, pra horta, já que decidiram fazer, tem que ser exemplar, perfeita. A começar pela cerca.

Ok, não quer assinar, não assina.

Ontem, saiu um artigo a respeito no caderno Aliás, do Estadão. No sábado, saiu no Uol e de novo no jornal de bairro - se tiver um tempinho, veja aí embaixo os links.  Vale a pena ver as pérolas dos contras no jornal Da Gente e no caderno Aliás (do tipo: gostamos de horta, mas depende do lugar e como é feita; ou "na City não pode este tipo de coisa"). E no Uol tem ótimo texto também com muitas fotos .

Será que se em vez de chamarmos de horta chamássemos de Espaço Capim Santo parariam de implicar?

http://alias.estadao.com.br/noticias/geral,nem-tudo-sao-flores,1659543

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/03/28/burocracia-e-discordia-ameacam-horta-comunitaria-na-zona-oeste-de-sp.htm


Em baixo, os links do blog em que conto como começou a discórdia. 




9 comentários:

Fabio Ishii disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabio Ishii disse...

Neide, estou vendo agora essa história e ainda estou chocado com a polêmica por causa de uma boa ação. Isso, para mim, reflete apenas ciúmes de quem deveria ter feito algo e não fez, e agora quer as luzes do holofote para si, trazendo como "problema" uma solução inteligente e, perdão pela colocação, mas achar que é jornalismo a publicação de uma foto criticando a solução, sem sequer ter dado a oportunidade de vocês se manifestarem antes da publicação, demonstra o grau de evolução dessas pessoas.

marta disse...

Oi Neide,
Esta polemica é tragica ou comica? estou levando para o lado comico, porque estando dando boas gargalhadas principalmente depois de ler o dialogo que vc. teve com a "madame" que diz não assinar nada por achar o jardim de péssimo gosto e a horta por não ter cerca. Vcs. poderiam nomear "madame" do contra, como presidente honorária do projeto de uma nova horta, colocar uma enxada na mãos dela e voilá, o problema está resolvido.

Rebeca disse...

Calçada quebrada pode, né? Cheia de desníveis também? E a de vcs, tão bacana, irrita alguns!
Onde vamos parar?
Força na paçoca!!!!!!

Bjs

Raquel de Oliveira disse...

Chocante, revoltante e incrível como tem gente sem noção nesse mundo. Fazer o bem e ainda ter que aturar quem nada faz pra atrapalhar é duro. Mas não desiste, precisamos de pessoas como vcs que fazem o mundo ser melhor e nos inspiram a fazer também. É irritante. Mas não tenha dúvida que estão no caminho certo. Obrigada por cuidar desse mundo e deixa-lo mais feliz e abençoado.

Marília disse...

Neide! Sei que isso é um incômodo, mas não deverias te sentir assim! Tu é inspiradora em todos os sentidos! A prova disso é ler os comentários por aqui...
Gente sem ter o que fazer infelizmente sempre vai existir, mas não podemos deixar isso tomar grandes proporções.
Boa sorte nessa empreitada! Te desejo boas energias! Se morasse aí perto, certamente estaria te ajudando!

grande abraço

Luka disse...

Aposto todas as fichinhas que se colocar uma plaquinha escrito
"City's Community Herb Garden" vão ai fazer selfie pro instagram .

garoto anti propaganda disse...

só a verdade é revolucionára, parabens pela atitutde, deixa os ze povinho pra la, gente infelz é assim mesmo, não aguentam pessoas criativas que pensam no coletivo, são viciadas nesse status quo, na mesmice que a maioria já sabe q tratou-se de um pano arquitetado pela elite para prender nossas consciências. Vamos multiplicar essa verdadeira revoluçao, vamos viver nossos sonhos e parar de trabalhar para esse sistema lixo!

Anônimo disse...

Gente caipira, né? Em Tokyo qq espacinho esta cheio de cebolinhas (negui), cebolas (tama-negui), repolhos e nabos. São todas plantas rasteiras!! É o complexo de vira-latas sulamericano. Ahh se viajassem mais...